terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Ponto final

Não ter você faz parte das minhas despedidas, e hoje despeço mais uma vez, mesmo querendo ficar. Ainda não acredito em como essa história chegou ao fim, não sei porquê nos coube tantas falhas e planos jogados ao léu, o vento nos trará novas esperanças, que renove-as para ti também, mas hoje foi a última vez que fechei a porta e sai, não espero voltar.

Tentei te surpreender, pegar-te de guarda baixa e simplificar o quão difícil essa relação se tornou. Pedi a Deus para ficarmos juntos, todos são testemunhas, mas a sua mania de brigar com quem te faz bem me assusta, achei que estivesse preparado.

Eu não te desejo mal, inclusive, acho que está bem, com certeza está melhor que eu. Meu mundo caiu com algumas afirmações e revelações, achei muito depressiva certas atitudes.

Talvez seja o último texto, estragarei a parede de casa para isso ficar claro, não se há amor onde não se tem confiança, e olha, tentei; abri mão das coisas e trouxe-a para minha vida, instintos remotos e surreais. 

Se eu pudesse resumir nós dois, seria: tragédia! - por bem ou por mal, tentamos, mesmo errados, tentamos. Hoje você deixou bem claro o que quer, e eu respeitei, pois também não quero compactuar com sua vida, principalmente por você achar isso certo, errar em uma constante variável é burrice.

Distante de mim, seguirei em paz, não frequentamos os mesmos lugares, para minha sorte, você também não sabe andar de bicicleta, mas mesmo assim a culpa disso também não é minha, talvez seja o primeiro relacionamento que saio ileso de quaisquer culpa.

Pois é, não foi um relacionamento, antes que você pense e jogue seus quatro ou cinco cachorros em mim. 

Sem mania de perseguição, meus pensamentos diversificam o que antes eu não enxergava, estava cego e sem reação.

Preciso beber alguma coisa, estou sóbrio já faz alguns dias.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Nestas manhãs.

São meus olhos que aquecem seu corpo nestas manhãs cinzas de São Paulo, sem receios e inibições, principalmente depois de você abandonar suas desculpas falhas e resolver ficar comigo sem pensar no final, apenas um momento para a eternidade; eu, você e só, nesta manhã.

Talvez seja a nossa diferença, o jeito que você sorri, o jeito em que eu te pego no colo para dormir ou até mesmo das reclamações diárias sobre o seu corte de cabelo, a roupa certa para a devida ocasião, ou até mesmo as cores de seus esmaltes. Eu rio de alegria quando você compartilha tudo comigo, e sorrio ainda mais sincero sabendo que você está ao meu lado, que hoje (ao contrário de ontem) faz questão de ter minha companhia, de esquecer o mundo que nos cerca e ficar comigo, sem pensar no amanhã, o agora nos pertence e eu não quero sair da cama, a nossa preguiça está muito boa nesse domingo cinza, nestas manhãs em que nos perdemos é quando realmente nos encontramos cada vez mais.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Enquanto você se foi...

O tempo entre nós se esvaiu, e como uma breve chuva de verão você preferiu ir embora no final da tarde, entendi o recado e sorri com a nossa história. Em tempos assim eu redescubro significados, aprendo outra vez, afinal, você foi fiel às suas inseguranças e seu silêncio, respeitei.

Considerando essa mudança, ofusco minha visão, apago as luzes e finjo estar bem, rio dos nossos jantares e da forma em que você bebia o mais doce dos vinhos; lembro da primeira vez que veio em meu apartamento, sorrindo de canto se mostrou simpática e logo temi, pois essa mulher eu não conhecia, e nunca reclamei de todas as mulheres que você é, mas também não reclamaria de você com a guarda baixa. Ainda não entendi a sua distância e essa vontade de deixar o tempo passar, espero ainda estar aqui quando você procurar, mas não sei por quanto tempo.

E dentre todos os mistérios que eu poderia ter, você consegue solucionar com apenas um olhar, e enquanto me beija desconcertante já afasta em uma vergonha subitamente imprópria...na verdade prefiro você assim, mas enquanto você estava próxima eu me sentia mais seguro, é complicado não saber mais por onde você anda, é mais complicado não ter você andando comigo.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Sobre caminhar sozinho

Talvez esse tenha sido meu plano, amar enquanto há esperança de perder, e quando ter, livrar-te aos prantos, o âmago e a solidão irrisória que ostentas. Há tempos não sei ser de uma só mulher, o mundo é livre e permite-me com franqueza dizer, meu...apenas meu.

Tentei lutar contra meus instintos, seguir lado a lado com você, mas me perdi, mais uma vez preferi a liberdade de ir e vir, afinal, sou um andarilho sem causa, nômade com uma câmera na mão, preciso regular o freio da minha bicicleta, mais um ponto negativo para você, nunca sequer cogitou andar comigo, mas sempre cogitou os seus shows e pub's.

Sou um pouco parco, tento não me envolver, permiti você e depois de tanto tempo me vi livre, sinto-me aliviado, para bem falar a verdade; me escondo em um dos meus receptáculos e distante do mundo penso em paz, meu silêncio faz com que as pessoas pensem que tenho comportamentos ignóbeis, pérfidos e me condenam, como se eu fosse um réprobo nos tempos das cruzadas, pontífices destacam a rudez desalmada do meu peito.

Preciso parar de imiscuir certos objetos e olhar inexpressivamente à frente, pois a vida é pulcra, e jamais pode deixar que se quiete; assim seguiremos em paz em busca de algo melhor.

N/A: Último texto do ano e eu só postarei-o no facebook lá pelo dia 20, isso se eu não apagá-lo, muito obrigado por todo carinho recebido nesse ano; ano longo com algumas tristezas, porém muitas realizações, devemos seguir em frente, o melhor ainda está por vir.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Eu não acredito em você...


Eu tento explorar alguma forma de sermos um só, andar na mesma calçada e partilhar dos mesmos gostos, dos mesmos quadros; gosto dessa nova música do Foo Fighters, talvez ele tenha feito para você; não gosto da forma de como diverte-se comigo, isso terminará.

Me afasto e quando busco entender me sinto só, sou ninguém e mais uma vez estou sozinho, um grilo solitário que guizalha pelas madrugadas de chuva. Mais uma noite sem você. Já estou acostumado, mas não queria estar.

Só pedi companhia, pois sei que seríamos um casal legal, mas mais uma vez você solta minha mão e atravessa para a outra calçada; há tempos não sei por onde anda, mas sei que não é comigo, sei que suas promessas falhas de melhoras infantis são pífias, incrédulas e infames.

Preciso beber alguma coisa...

domingo, 17 de novembro de 2013

Suas falsas despedidas

Vá embora e deixe meus livros, preciso respirar em silêncio enquanto vejo fazer as malas, sua despedida é o meu convite para ser feliz novamente, há tempos não sei o que são sorrisos sinceros, você é um dia inacabado, são as quatro estações em apenas um dia, sorrio com essa perda, afinal, estava em paz quando você resolveu voltar, meu mar sem ondas em um tsunami pela última vez, me permiti você e isso me entristeceu, novamente respiro aliviado.

Seja justa comigo, estávamos próximos, aceitei e reacendi uma chama até então apagada e dissolvida de uma esperança falha, em vão...doce ilusão!

Não seguirei suas luzes, sei que há de brilhar, porém ficarei em paz. Tenha em ti que essa partida fara bem ao seu coração, não importa a hora, nem deixemos para que o regime de nos termos comece na segunda-feira, não volte perdida nessas ondas, o oceano é muito grande e você pode se perder em outras ilhas.

Ainda lembro do nosso beijo sem jeito, mas não há remédio que me faça acreditar em você. Acalme-te o diabo pensando do que podíamos ser.

Preciso de um bom e velho cavalo branco nesta noite.

sábado, 16 de novembro de 2013

Duas da manhã


São linhas falhas, insone e mais uma vez distantes; sólidas e frias, assim como minhas noites solitárias mesmo em dias quentes.

Estou sozinho, mais uma vez acreditei em você. Permito-me não ser educado, dessa vez você jogou pesado, soco nas partes íntimas, o gongo já tinha soado. Eu, que estivera em paz acreditei, a chuva terminou e desfez os pingos na janela, você novamente foi embora.

Espero que dessa vez tenha ido mesmo, sabiamente soberana em mentir, parabéns...conseguiu mais uma vez.

Soa o gongo, ganhou por nocaute.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Sua Indiferença

Somos diferentes e isso nos torna iguais. Okay, eu não uso coturnos, mas meus sapatos também são pretos; eu escuto blues enquanto estudo e lá no quarto você discute com suas amigas ao som de THE VERVE, sério... acho isso incrível. Queria achar alguma forma de te dizer quão diferente somos, mas como eu respeito sua indiferença para o mundo e quanto admiro-a, nunca pensei em ser igual aos seus ex-namorados, mas sei que te completo e me aceitei incondicionalmente por sermos assim, até porquê sou um pouco louco também, às pessoas não me acham o cara mais normal do mundo.

São esses cabelos pretos, a forma que sorri e me beija, sai correndo logo em seguida... - espere amor, você esqueceu o seu café, boa sorte na nova agência de publicidade, eu sabia que você conseguiria -, não hesito, sei que você é a mulher da minha vida e eu posso ser o seu homem, e entendo as suas dificuldades, pois às vivi com você, segurei sua mão e resolvi partir, mas nunca deixei de guiar seus passos mesmo de longe, por isso permiti sua volta, permitir voltar também, pois sem você não sou sorrisos, sou branco, e por favor, eu quero ser preto, fechar os olhos e esquecer do mundo, abri-los e ter você ao meu lado.

Sou louco, preciso parar de beber e fazer a barba. Mais uma dose de você nessa noite, amanhã um pouco de morfina pela manhã.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Drogas e amores

Parei com a cocaína, mas mesmo assim o meu pior vício é você, sempre foi você. Seus cílios sempre perfeitos, isso entristece meu coração, não há remédio que cure a dor lá no fundo, no âmago, no silêncio dos segredos misteriosos contados no divã, vá para o inferno e desapareça, você não pede licença quando invade os meus sonhos e faz poses para minhas lentes fotográficas. Não pense que é igual antigamente, há tempos não sinto seus lábios, vá para o inferno e desapareça.

Em meus sonhos desfila como se fosse um pavão, gostosa da cabeça aos pés, scarpins e pulseiras... vestido preto inconfundível, gestos sutis e convites para o inferno. Quer que eu vá sonhar com você, não vou mais ficar do seu lado, mesmo assim sempre eu vou te amar, em silêncio e aos prantos acordo atrasado, mais uma vez dormi no sofá.

Não venha dizer que é errado, pois você sabe o que aconteceu. Entreguei as melhores partes de mim e você resolveu ir embora, como ousa voltar e prometer apenas o possível, não acredito na distância das suas palavras, pare de me atormentar em sonhos e perceba que só acreditarei quando perder seus olhos nos meus.




sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Cristina, sua vaca!

Estive caminhando confuso, paguei três ou quatro doses, não lembro, estou confuso. Já fazem alguns meses, anos e talvez lábios, há tempos não beijo seus lábios. Preciso de um cigarro, são três da manhã e preciso de mais um trago. Quero um mar, caminhar nas areias e escrever o seu nome, meu castelo ruiu, você novamente desapareceu. UMA ESTELA CADENTE, fiz um pedido... mais uma vez ele não foi atendido, mais uma vez você não atendeu meus telefonemas, vou gritar na janela da sua casa... SAIA, SAIA... 

Merda, os cachorros começaram a latir, saio correndo pois estão pulando o muro, perdi o meu tênis nesta madrugada, há tempos perdi o coração, meu coração está sangrando na mão de Cristina, Cristina... CRISTINA, sua vaca!

Avisto um banco próximo de casa, não tenho um tostão, irei dormir por lá, sou um vadio inconsequente, desde que perdi Cristina, me perdi e sou andarilho, vagabundo com a barba grande, daqueles que as crianças saem correndo durante o dia, as mães me chamam de estuprador, de mendigo... na verdade, gosto da solidão, mesmo querendo matar Cristina, gosto da solidão.

Na verdade, quando o guardanapo terminou as minhas escritas falhas, bolei mais um baseado, essa seria a última carta para ela, queimou e desfez.

Meu destino será a ponte mais alta de São Paulo, que Deus cuide dela, preciso ir embora, aliás... fui para nunca mais voltar.

domingo, 27 de outubro de 2013

Enquanto me perdia, encontrei você

Enquanto minhas noites são turbulentas, meus domingos serão de sóis, a sós, eu e você; seus cabelos loiros e o sorriso ímpar que guardou para mim. O tempo só te fez bem, sinto sua mão na minha e arrepio todas as vezes que esbarramos, ou quando você deita sua cabeça em meu ombro, jamais esqueceria o cheiro do seu perfume, mesmo depois de tempos sem te ter, obrigado por voltar minha pequena.

Somos decepções, tristezas e lágrimas, percebemos que o tempo se perdeu para nós, afinal, nunca estivemos juntos, talvez agora saibamos caminhar em direção ao sol, você volta a tornar o livro mais precioso em minha estante, meu copo de cowboy nas madrugadas insones e também os melhores motivos para sorrir sem significados, apenas por ter esperança de te reencontrar, reerguer e reestruturar uma comunhão, só eu e você.

Somos misteriosos, foram longos os oito anos desde a nossa separação, talvez nove, mas foram as verdades ditas em seus ouvidos que a música se fez momento nítido e sentido áspero. Gostar e querer, sentir os pés saltar do chão, por mais que estejamos machucados com as reais situações, ainda pensamos em um novo romance, nem tão novo assim... estamos indo com calma, não fique constrangida, me dê suas mãos novamente, o tempo só te fez bem...



sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Sobre a solidão

Sou um homem distinto, deixei a barba crescer e sempre antes das oito horas da manhã saio para trabalhar.

Visto um traje despretensioso, meus óculos distraem meus olhos castanhos normais, sou comum e oculto, meu espírito misterioso não permite manifestações em primeiros momentos, quiçá nos primeiros encontros, mais uma vez tenho um encontro nesta noite, espero que não estrague tudo novamente, sou astuto, mas quando trata de amor, tropeço na escuridão trágica dos corredores da escravidão, definitivamente morarei sozinho, meu nome é Marx Javent, tenho 27 anos e não tenho com quem compartilhar meus cafés da manhã.

Acontece que eu não era assim, há lugares que lembro, mantive uma excelente relação, estraguei o futuro por simplesmente não conseguir viver no presente, às vezes nos esbarramos pelos corredores da repartição, não passamos do bom dia; na verdade, sorte por ter monitores nos elevadores hoje em dia, irá chover e está trânsito em Nova Iorque, novidades dos taxistas, os elevadores não precisam mais daquelas músicas chatas.

Embora eu saiba que nunca perderei o afeto pela mulher que amo, sei que a frequência me traz menos pensamentos surreais sobre o que seríamos, sobre suas roupas pretas e seus cabelos jogados em mim, ainda lembro e sofro, mas acho normal esse sentimento, medo e frieza me prender, talvez seja por isso que beba tanto, principalmente em dias de chuva assim.

Já são seis horas da tarde e meu celular está tocando, disse que me atrasarei para o primeiro encontro, deixaremos para outro dia, esse dia jamais chegará, ela está de passagem pela cidade. Chego em casa e mais uma vez a companhia será do Cavalo Branco. 

Quando olho pela janela ela está do outro lado da rua, fecho os olhos e ela simplesmente desaparece, estamos sozinhos mais uma vez.






segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Sobre distância

Estou disperso nessa madrugada, inócuo e pensante. Só tenho certeza sobre a idade da minha bebida, seus dezoito anos me convencem. Preciso de paz, não consigo encontrá-la em algum lugar. Porque a paz de repente não aparece em casa e estiga, provoca, demonstra dizer a verdade, sobressai meus planos falhos e de encontro com meu abraço se entrega verdadeiramente!?

Não sei qual caminho percorrer, nem se o caminho que estou é o certo ou errado, tenho que ser verdadeiro comigo mesmo, se não eu jamais saberia amar você, mas eu simplesmente não consigo retribuir a sua distância, eu simplesmente não acredito, isso acaba comigo e traz a insônia novamente para meu quarto escuro e frio.

Talvez eu deva percorrer esse caminho sozinho, o destino é um pouco duro comigo.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

A triste partida

São cinco da manhã e meu celular começa a vibrar alucinadamente na cabeceira da minha cama, derruba meu copo d'água e apesar do barulho não acorda minha mulher, meu trabalho começará mais cedo hoje, a sessão de narcóticos já me espera para mais um trabalho nessas sextas-feiras complicadas.

Habitualmente tomo um banho, deixo um bilhete para você no espelho do banheiro, coloco minha .40 no falsete coberto pela meia, na perna direita. Digo que te amo, você não acredita, você me pediu mais presente, dirá adeus novamente, dessa vez terei que deixar você partir, você não vê mais soluções para os amanheceres sozinhos em nossa cama, cada vez menos minha, cada vez menos seu.

Eu não te conheço mais, beijo nossa filha Clarinha e digo que a amo, não consigo dizer para você, será que esse segredo envolve minhas insônias quando estou aqui, e ainda motiva meu labor diário que varia entre onze há quinze horas trabalhadas no dia. Sou violento e brigo contra todos no trabalho, ser delegado não é fácil, esse é meu papel, porém sempre evitei brigar com você...

Todos temos segredos, talvez o meu seja esse... talvez meu segredo seja gostar de você o suficiente para você partir e ser feliz, porquê enquanto dirijo à 150 km/h em uma rua pequena percebo quão minha vida vale pouco sem você, ínfima e pífia, porém prefiro que seja feliz.

No bilhete eu dizia para fazer minhas malas, voltaria para dar um beijo na Clarinha, dar meu novo endereço e seguir com a minha infeliz vida, espero que entenda que simplesmente faço isso para você seguir em frente e não vivermos uma mentira.

Gostei do seu corpete preto enquanto dormia, não esquecerei um dia sequer de você, mas será melhor assim...




quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Queiras partir, ou pretendes ficar!? [part. final]

Você acordou mais cedo e fez o café, eu estava jogado no sofá quando a primeira luz do dia atravessou a cortina em meu encontro. Na noite passada preferi duas doses do meu uísque 18 anos, presente seu, muito obrigado aliás. O cheiro que vem da cozinha é muito bom, você não perde o dom.

Tentamos sorrir enquanto conversávamos, você me falou dos seus problemas, não entendo como pode ser tão frustada com o amor, tão bonita e jovem, com sorrisos e carismas fáceis de serem levados, mas ao menos fiquei tranquilo. O problema não está só em mim, nascemos para sermos solitários. Você fala dos seus planos, longos meses sem nos falarmos... gostei das mechas em seus cabelos, gosto de como brinca com os tons louros, na verdade, gosto de tudo em você, principalmente do preto da alça do seu sutiã enquanto sua camisa está jogada pelos ombros.

Diga por que está aqui e porque voltou, preciso saber se não é mais um cintilar de suas carências, e você logo diz que precisa de mim, mas que precisa ir embora, pois o que gosta é de estar longe, distante como os campos vastos da primavera, e de repente no meio do diálogo os nossos braços se entrelaçam e mais uma vez nos tornamos um. Saudade e solidão desaparecem, somos os melhores nesta arte, nos iludimos pois dessa vez acreditamos que podemos ficar juntos.

Arranha minhas costas enquanto sussurro em seus ouvidos como é bom tê-la só para mim, você geme baixo dizendo que é só minha, caímos no chão e derramamos uísque no tapete, sorrimos enquanto me perco em suas curvas, sem atalhos escolho o caminho mais longo para te satisfazer, temos muito tempo nessa segunda-feira, eu me dei folga para trabalhar com você. Sua pele macia e fria em atrito com meu corpo quente cria faíscas que preencherão nossos dias. Me indica o caminho mais curto e quando percebo terminamos mais uma vez, sorrimos sem graça dizendo que foi especial e diferente das outras vezes, que fora ainda melhor, muito melhor.

Você vai embora no meio da tarde enquanto me preparo para almoçar, este dia me alcançou a milhas de distância, recordarei das incitações de amor, você disse que irá voltar...


Já se passam cinco meses e você sequer voltou, seu telefone só dá caixa postal, e por incrível que pareça eu acreditei em você, você disse que éramos verdade.





sábado, 12 de outubro de 2013

Queiras partir, ou pretendes ficar!? [part. 1]

O dia cinza me assolou, choveu no final da tarde e quando anoiteceu o porteiro não me avisou, você subiu para o meu apartamento com o rímel borrado e o alfinete no cabelo fez-te mulher feliz. Você não finge bem, eu sei que seu coração está triste, sei que está em pedaços. Você pode entrar, não sairei nesse sábado, preciso terminar uns relatórios. Tome um drinque, na gaveta da televisão tem aquele verdinho que você gosta de queimar. Se joga no sofá e fala sozinha, a pérola chega para te fazer companhia, gostei do seu novo coturno, o último que vi era horrível, são apenas pensamentos, optei por sequer trocar uma proza nessa noite perdida.

Consigo interceptar um pouco dos seus pensamentos, seu rosto vago e pálido indica sua falsa crença em algum amor, desamor, não sinto essência boa em seus quereres, afinal, não terminaria a noite aqui comigo, viciado em solidão. Na verdade, não gosto muito das pessoas, curto o êxtase eterno de um Nirvana pessoal, altar particular. 

Já passam das duas da manhã e ainda chora, está na beira do abismo, a pérola sente e uiva de dor. O cheiro atravessa pela janela, estou terminando meus relatórios e ainda não conversamos, não perguntei se está bem, não te queria aqui, mas você entrou. Não sou de dizer não, principalmente para você. 

...

Com o rosto triste se esforça e franze os lábios, luta contra as pesadas doses de hennessey, é lamentável ter que dormir no sofá de novo, mas seu lamento vão enquanto te pego no colo e deito-te em minha cama é inviável, não precisa agradecer - penso em voz alta -, a pérola dormirá com você essa noite, já deitou próxima ao travesseiro.

Preciso tomar um café, atravessarei mais esta noite, incrivelmente sozinho, mesmo ao seu lado.

domingo, 6 de outubro de 2013

Part. 2 e final

... mas não consertei, o tempo realmente se perdeu. Fiz suas malas, troquei a cor da cortina, seu abajur está embalado com o jornal, o relógio da parede foi eu que comprei? Não lembro de ter comprado os dois quadros do corredor também.

A pérola gostou do cantinho perto da geladeira, por mais que ela fique mais tempo na nossa cama, em minha cama desde então, você não voltou, visite-a quando eu não estiver, não acredite em nós novamente. O óbvio descaso da nossa relação se fez, desfiz, somos lunáticos ou distantes, os planos se desgastaram, afinal, não existia amor, lutei muito para que existisse.

As luzes que atravessam a cidade por essa madrugada inquietam a minha janela semi-aberta, partilharei mais uma inquieta noite com meus livros, detesto não ver a bagunça dos seus tirando o espaço da minha mesa.

Não pedi muito, apenas provas... você foi incapaz de provar a verdade sobre nós, ou minha verdade sobressaiu, nosso muro desabou, seus cabelos longos e pretos não cairão mais por aqui.

Passarei as noites inteira rezando e implorando para Deus, que cuide e zele por ti, que esteja contigo quando eu não estou.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Part. 1


Nós tínhamos marcado de tomar um café no final da tarde, a audiência atrasou e eu não consegui sair do fórum. Quando cheguei no starbucks no final da nossa rua você não estava mais lá. 

Não sei como você permanece aqui, hoje você foi dormir com seus pais e eu já estou acostumado em atravessar as madrugadas estudando e pensando no meu futuro, sozinho. Preciso parar e pensar no nosso.

Pedi perdão, por telefone eu não consigo expressar muito bem o que sinto, você só quis dormir. Chorar e dormir. Eu não sei mais prometer, as minhas promessas foram falhas e não nos levaram em lugar algum, só desgastam o que temos, ou deixamos de ter.

Preciso consertar o tempo que se perdeu entre a gente...

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Sobre a suspensão do prazo trabalhista


Eram quase seis horas da tarde de uma segunda-feira quando testemunhas afirmaram terem visto André se debruçar no alto prédio do judiciário trabalhista. A queda livre do décimo oitavo andar deixam evidências claras para a investigação policial: suicídio.

André deixa dois filhos e uma esposa, porém, na noite anterior, um porre da água ardente mais barata do bar de Ricardo fez com que André questionasse sua esposa novamente: talvez os filhos não fossem dele. Na manhã daquela segunda-feira a confirmação, Lúcia ainda mantinha relações com o pai das crianças, um comandante de voos internacionais que mantinha relações sexuais com Lúcia sempre que estivera em São Paulo.

A frustração de André revolta os novos advogados, pois com o salário baixo e a altíssima carga horária, nos corredores
 dos fóruns só se houve reclamações, até das mais belas e bem vestidas advogadas. 

André será enterrado e não deixa bens, o judiciário paulista suspendeu o prazo por 4 dias. André fez um bem danado para Cristina, pois ela tinha audiência amanhã em São Paulo e perdeu o voo que vinha de Manaus. Cristina é uma mulher de sorte.


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domingo, 29 de setembro de 2013

Um outro fim e só.

Sobre a mesa cigarro e hennessey, passa das três horas da manhã e você ainda não veio buscar suas malas, seu porta retrato e sua cadela. A pérola está dormindo no sofá e eu duvido muito que ela queira ir, mas deve, pois se não tenho tempo para você, pouco terei para ela, infelizmente.

Nos restou muito espaço, o tempo desfez o que queríamos e planejávamos, cinco anos, meses ou dias, meu coração quebrou, acreditei no impossível e me perdi. Os horários de trabalho são longos, os problemas de saúde são enfermos às nossas necessidades. Enfim, tive pouco tempo, mas separava todo meu tempo para você, meus finais de semana e os dias que não trabalhará para tentar nos salvar, você não permitiu, falou que gostava, mas em momento algum senti isso, infelizmente.

Não devemos viver o passado, sua hora vai chegar. Espero que o próximo homem não te faça o que você fez comigo, você é uma mulher linda e merece ser feliz,e eu, só mereço essa liberdade de permanecer só e em paz para com meus pensamentos.

A pérola foi embora também, mas diferente de você, eu não fechei a porta quando saiu, ela permaneceu aberta a madrugada inteira.

Fecharei as janelas, a chuva ainda cai. Preciso tomar um banho e voltar ao trabalho, amanhã tenho mais doze ou treze horas de trabalho na defensoria pública. 


quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Preciso beber alguma coisa...

Hoje eu não pedi, agradeci pela guarda e parti. As portas são fechadas em nossa cara, mas mesmo assim entramos pela janela, porém é difícil sentir a sua frieza, talvez esse seja meu defeito, ainda permanecer aqui.

Não sou melhor do que você, tento me manter no caminho certo, manter os pés no chão e seguir em frente, mas é difícil o seu descaso com o tempo, eu mal sinto o seu abraço ou o toque da sua mão, não sei o que fiz para merecer isso, mas sei que faço o contrário para sentir o seu calor e seu amor, talvez ele não exista mais.

As noites são longas e as dores são fortes, cicatrizes que encobrem meu corpo, as mesmas ainda doem em minha alma, tenho mantido uma dose de você, pois estou viciado. Vou procurar a cura e logo você deixará de existir, não pense você que ficarei dependente de ti, principalmente por não ter absolutamente nada em troca.

Preciso beber alguma coisa.

sábado, 14 de setembro de 2013

fim

Não se esqueça que meus sorrisos foram só para você, nem que desdobrei todos os quereres para te ter por perto, me envolver em seu abraço afegado e tímido, soltando a voz aos ventos, sem perder o alento, sem parar por nenhum momento. Talvez eu fique em silêncio, me sinto em um trem sem destino, sem pensar em voltar, pois tenho certeza que você não estará me esperando na estação, você não está por perto, foram raras às vezes.

Mais uma vez confundi os sinais, interpus saberes que foram longe das minhas falsas e vãs filosofias. Tentei te escutar e vivenciar os seus problemas, inclusive me prender a você para que juntos os superássemos. Nos perdemos.

Continue sorrindo, eu não conseguirei suprir essa ausência, eu estou realmente envolvido, imaginei seus olhos como minhas asas, realmente me perdi ao tentar te encontrar, talvez seguir sozinho seja o meu destino.

Passarei as noites inteiras rezando e implorando a Deus, que cuide e zele por ti, e que esteja contigo quando eu não estou.

Infelizmente não estarei.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Enquanto você não vem

Não tem como saber se esta tudo bem. Você fica quinze minutos, reclama do edredon e promete voltar, desaparece e não liga, de repente descubro que você é feliz com outro alguém, um amigo talvez.

Às vezes estático, um pouco severo, mas partilho desse querer, mas ainda não sei se é o que desejas, pois quando pedi provas, elas me faltaram.

Sinto o cheiro do oceano enquanto te abraço, sua mão gelada entrelaça a minha e penso seguir em frente contigo, mas de repente desaparece e leva minha esperança com seu medo e sua frieza.

Pise em meu pé sempre quiser, pois quando isso acontece, ao menos os beijos serão trocados.


terça-feira, 3 de setembro de 2013

Sem ter você

Entregar os meus sorrisos, para que juntos possamos ser felizes, enquanto você mais uma vez compra discussões levianas que apenas nos desgastam e não nos levam para lugar algum, afinal, onde iremos acabar com tudo isso?

Por óbvios motivos, ainda estou aqui, ainda seguro sua mão e tento partilhar o desejo de ser feliz, enfim, amo, nunca senti tamanho sentimento antes, ponto.


Hoje precisei dos seus beijos, mais uma vez você não estava aqui; precisei dos seus abraços e também não os senti, está complicado querer de longe e não ter você, pois sempre que tive, você nunca esteve sozinha para mim.

domingo, 1 de setembro de 2013

Por não querer mais você

Deixe meu copo onde pegou, eu nunca precisei das suas desculpas; mentiras por mentiras, prefiro às minhas que são ditas em meio as verdades, luz fosca e cortina semi-aberta, ainda não consigo entender o motivo da sua partida, mas ainda acho pior você cismar em partir e voltar rotineiramente como se eu fosse apenas um caso marcado sem horário e disposto a engolir suas mentiras, principalmente dita nas camas, eu não assimilo sua falsidade, pois você não me engana, todos os dias aparece com uma nova surpresa negativa para nós, eu poderia citar umas três ou quatro.

Em um passado não tão próximo resolvi ser dependente de você, ser o seu tempo gasto e parada obrigatória para seu sofrimento, sempre que algum amigo seu te fazia sofrer, mas hoje sou o equilíbrio inverso, pois só estou aqui para te ajudar, preciso da sua companhia, mas não dependo só de você, principalmente depois de ter me encontrado pelas noites que enfrentei, sozinho, e sem você.

Caminhos distintos se perfaz, preciso seguir em frente, por favor vá embora e não me ligue mais, talvez eu me mude para ser fiel a solidão e minha insônia, você não deixou de sorrir aos ventos, não fingirá novamente para me ter, larga o meu copo e se vá agora.

Bobby Blue Band madrugada dentro, domingo terminará tarde mais uma vez.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Noites de chuva

Sair correndo atrás de você às duas da manhã, debaixo da chuva e aos prantos lágrimas secas depois de verdades ditas, ainda cisma ser egoísta, sobrepor o ego e não sacrificar o seu bem, para ser nosso bem. 

Como ficaríamos, caso precisássemos confiar um no outro e nos entregarmos, mesmo quando nos restam pouco tempo?! Sobre seus trabalhos em finais de semana ou sobre os meus, quando torno a perder mais uma vez nosso jantar, nem sequer o café na xícara de nossos principais brindes, nos perdemos e eu não consigo achar o caminho de volta, mas não pela vontade de continuar errando e sim pela vontade que você perdeu, que perdeu por nós dois, tema o nosso fim, pois eu não quero temer sozinho 

Não pense que é fácil para mim, muito pelo contrário, que se dane o cabelo molhado no travesseiro, desde que você esteja lá, pois você nunca estará sozinha, não enquanto eu estiver esperando-te na cama para dormir, como uma vez prometi que jamais daria a mão para te levantar do chão, que cairia com você, e sim, juntos reergueríamos mais uma vez e alcançaríamos a vitória juntos. Somos um casal diferente, nos amamos e não nos entregamos, pode ser diferente, eu acredito em sua mudança e na sua vitória, pois preciso que vença por nós dois.


domingo, 25 de agosto de 2013

Café da manhã na cama é o cacete!

Amanhã de manhã não vai ter café para nós dois, sem cafés e mamões, bom dia e amores debaixo do edredom nos colchões, pegue suas coisas, vista sua roupa e vá embora, leve seus livros se quiser. Se nunca propôs ser inteira para mim, mentiras ditas aos ventos que aos poucos as folhas caem em quebra-cabeças pelas janelas de meu apartamento, como ousa fingir sermos um casal, fingir não poder quando pode com os outros, remédios que não existem e solidões nessas noites frias e solitárias, Roberto Carlos, vá-te a merda com o café da manhã na cama, sentimento surreal não existe, a última que encontrei não gosta de romantismo, ordeno-te ao desamor profundo, já que fui iludido a amar quem nunca se quer amou a si própria.

Por ora, não preciso das suas mensagens, minha secretária eletrônica já está cheia, a chuva cessa e não pede sua presença em minha cama, nem queira fazer tempestade por aqui. Levou o guarda-chuva, ótimo, não quero de volta os beijos molhados, apenas o tempo seco que desperdicei com você.


O paraíso nunca existiu, esvaziei minha casa e enchi os bares, precisei de doses enquanto fingi acreditar que você era a mulher certa, careci de atenção, chorei e sofri. Sem ser segredo, depus o tempo e o domingo nasceu.

Nem queira mentir, blindei verdades por aqui.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Sobre a Clarinha...

Quinze minutos atrasados, mais uma vez estamos na cama. Sem pensar besteira, nosso amor maior nasceu, Clara é linda, puxou o sorriso da mãe, o vento sopra da janela e ela sorri "papai, te amo", estímulo para ir lutar contra leões, voltar correndo e chorar de emoção, primeiros passos e choros ao largar a mão da mamãe, "vai amor, você consegue". Engraçado enquanto a Pérola tenta ajudar a levantar, lambe o rosto da Clarinha que transborda a chorar, tadinha, ralou o joelho e vai arder um pouco na hora que ir para o chuveiro.

Estive um pouco ausente, lutando contra o tempo, perdendo um pouco do carinho para assegurar os melhores amores de minha vida, apartamento pequeno e modesto, orquídea do jeito que você gosta. Hoje sou rei, ontem enfrentei o dragão, galga no meu pescoço que sou o maior cavalo do mundo... a mãe se derrete, não é pra menos, ficamos muito tempo distantes e quando resolvemos ficar juntos, o melhor presente. Voltar para a casa é a melhor desculpa, Clarinha vai dormir e falamos sobre a vida, cansados e nos sofás jogados, vida diferente daquela que havíamos planejado, planejamos demais e nunca dera certo, agora que estamos felizes não adianta sermos modestos, somos um casal feliz, fizemos à escolha certa ao casar, costas nuas e eu estava no altar, seu pai com cara de poucos de amigos, "cuidado rapaz", é claro... diamante precioso, meu amuleto da sorte, na hora que disse sim percebi que era um homem de sorte, sem os flashs que nos cegam, esquecer o mundo e nos ter, viver nossa própria novela...

Barulho no quarto, Clarinha quer mamar e mais uma vez perdi no par-ou-ímpar, qualquer hora eu volto para essa história terminar...

domingo, 11 de agosto de 2013

Noites e só

Deixa tocar um blues, cheiro de beck no ar, kush no pimp e ela acabou de chegar. A saia curta é o convite, ainda entendo os seus sorrisos, consegue combinar os brincos com seus olhares, não se esconda atrás do seu óculos, sente no sofá, precisamos nos aproveitar.

O tema da noite é misturar sabores, deixar os negócios de lado e acabar com essa ponta, deixa a seda de lado e desfila sua mão pelo meu corpo, esqueci sua voz, mas jamais esquecerei seu corpo, minha liberdade é manter a porta com a mesma fechadura.Não precisamos conversar, há tempos não fazemos isso, everlong ou legião, esquecemos o horário e nos perdemos na cama. Sem trocar uma palavra, mais uma vez você se vai, coloca a chave na bolsa e bebe a última taça de moët chandon, mantém a classe vestindo preto, isso não mudará.

Volte qualquer dias desses...

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Por ela, em todos instantes

Por alguns instantes fraquejei, mas encontrei a garota certa, aquela que faz você cair do céu, ela traz o brilho em seus olhos, ela faz suas mãos suarem em contato com as mãos dela, ela faz seu ar faltar enquanto fazem amor, o amor é envolvente e os olhares se atraem. É um sacrilégio, imploro e rezo para permanecer aqui, não queira ir embora, logo agora que você é minha.

Aos poucos ela me dá força, mantém os pensamentos em linha reta, as mudanças estão sendo feitas, as escolhas certas são imãs em nossa volta, o nosso mundo se tornou privado desde então, escuto pelas madrugadas à sua voz em meu ouvido, pedindo mais, pedindo o meu calor.

Estive procurando a paz, encontrei-a com o amor que sinto por ti, estamos partindo daqui, sem rumo talvez, mas juntos por todas as madrugadas de insônia que partilhamos juntos.

Ela não gosta de café, mas prepara e traz em nossa cama, uma ótima desculpa para atrasarmos cinco minutos mais uma vez, uma ótima desculpa para me apaixonar todos os dias pela mulher dos olhares incríveis.

Volte para a nossa cama, nem pense em ir trabalhar, para onde vamos partir depois que sairmos daqui?

domingo, 4 de agosto de 2013

Sem ficção

Longe dos holofotes, estou vivo, sigo caminhando. Os passos não estão tão largos, estou só, enfim... estou bem. Chorei sozinho, sofri enquanto todos dormiam, não precisei de ombros, e olha que ofereci milhares de vezes as vilões em seus scarpins, Deus me fez melhor, fez eu não precisar da pífia ajuda que vinha de qualquer meretriz. Não entreguei minhas madrugadas a solidão, me fez sozinho, mas uni meu coração e minha alma em um só caminho, estou atrás do meu objetivo, as ruas estão me ensinando como conquistá-los, posso estar sozinho, mas estou sempre acompanhado.

Naquelas de crise existencial, os caminhos se confundiram, retornei ao princípio e batalhei tudo novamente, estudei as vitórias e sorri, mas valorizei as derrotas e sobrevivi, vi que estava errado em alguns pontos, puxei um beck e senti a garoa fina sobre minha cabeça, vai julgar ou vai fazer igual, vai fazer melhor?! Eu não pedi para ser assim, sou alvinegro e suburbano, caminho na beira do precipício, não pedi para minha mente trabalhar do jeito que ela se faz, maquinário escravo das minhas ideias e meus ideais. Quando acreditamos em nós, podemos ir mais longe e negando aos hipócritas julgadores, estamos caminhando pelo certo, tenho uma irmã que se espelha em mim, não posso falhar. Tenho amigos que vieram do lixo, como eu, não posso definhar, dormir ao invés de estudar, trabalhar e arregaçar as mangas; posso não estar presente aos meus, mas os pensamentos positivos estão me seguindo, principalmente quando estou fraco.

Amém aos meus, fé!

domingo, 28 de julho de 2013

Sobre você, mulher

Estive esperando por você, uma longa madrugada fria, tempestades nesses dias em que mantive meu ser isolado do mundo, noites que pareciam eternidades, eternidades sem você aqui. Beijei seus lábios e envolvi seu corpo ao meu, deitando sobre o leito que há tempos não fazíamos amor, fizemos calor.

Desde que se foi, não tive isso com mais ninguém, te deitar de bruços, fazer carinho em suas costas enquanto beijo seu corpo inteiro, te falar besteiras no ouvido e arrepiar os pelos do seu tornozelo até a nuca, te fazer gemer enquanto nossos corpos se tornam um, implorando para não parar e se entregar com mais força, com mais rapidez, com menos gemidos, apenas sussurros... okay, um pouco mais devagar para terminarmos, não temos pressas e não será a última vez, nunca é quando se trata de nós dois e mais uma vez já passou das três.

Ainda sobre os nossos sorrisos, ainda prefiro o seu quando está aqui comigo, você demorou para voltar, cortou o cabelo e pintou as unhas, deixou de usar as roupas pretas e mudou os óculos, okay, seus all-stars brancos ainda estão limpos, mas há tempos esperei você colocá-los ao lado dos meus sapatos. Desde que você se foi, os nós das minhas gravatas foram feitos de formas tortas. Preciso de você aqui, inclusive para escolher as cores delas, particularmente, não sei combinar em dias assim. Até os cafés ficaram amargos, sinta-se em casa mais uma vez.

domingo, 21 de julho de 2013

Durante as madrugadas

O cheiro do café, são 3 ou 4 da manhã e nós ainda estamos aqui, poupamos o sábado do mundo para nos termos enfim. Ainda estou trocando o vinil quando te vejo vir pelo reflexo da janela, cortinas amarelas, só de meia e minha camisa, já tiramos e colocamos algumas vezes...

Enquanto a chuva molha o chão, mais uma vez colchão, edredon, lingeries e carinhos que faz nascer verão. Aflição e tesão, minha mão sobre sua mão, paixão e emoção, numa só conexão. 

Sinto não ser em vão, essa minha pequena mexe com o coração, os meus sonhos são os dela, desde então.

Ainda sobre nós, escutar sua voz me fascina. Até quando dormimos pouco e estamos atrasados para sair. Sempre serão cinco minutos ou mais atrasados em nossos domingos, nos encontros familiares, em nossas segundas-feiras.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Sobre suas mentiras

Cometi perjúrio, deixei você partir e fingi que estava tudo bem. Testemunhei a todos que estava melhor sem você, e que, tecnicamente, você só atrasava minha vida e meu sucesso profissional. Errei, e reconheci tarde demais, detesto a forma que você sorri e isso me tira a paz. Sorrisos a parte, o meu tu não terás mais, por mais que os tenha reconhecido e dado à ti como forma de gratidão. Cafés e companhias de domingo que não passaram de promessas, você mentiu, disse que vivia cheia de problemas e criou apenas soluções para superar todos os caminhos dispersos que lhe afagava o sono.

Por favor, pare de ligar no meio da madrugada, por mais que fique muda, ainda sei como respira, sei que é você do outro lado da ligação. Vai mentir sobre isso também?! Aliás, você é pós-graduada em mentiras, ou eu fantasiei demais verdades que nunca existiram...

Mais uma vez o erro é meu, fantasiei demais verdades que nunca existiram.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

A ideia é ficar...

A ideia é ficar, não só por seu cabelo vermelho que cai sobre meu peito, ou seus 1,58 que me deixam louco, mas sim pelo caminho que temos até chegar o paraíso, quando você em sua calma acaricia minha nuca, pega minha mão e ficamos lado a lado vendo um filme passar sobre nós, um filme nosso talvez. A ideia é não ir embora, pois gosto de ficar aqui, há quanto tempo eu não sabia o que era sorrir, você é extraordinária e faz o nó da minha gravata como ninguém.

Você sentou ao meu lado, escutou meus devaneios, revelou seus mistérios e entendeu os meus. Afinal, quando encontramos essa mulher, enfim, é a devida mulher. Você atravessa as madrugadas comigo e costumamos rir enquanto transamos. Por ora, se a felicidade nos persegue, não tem porquê eu ir embora mais uma vez.

Minhas mão tremeram quando você apareceu, perdi as estribeiras e senti o toque da sua mão, segurou-me, você desde então se tornou meu porto seguro. Se estamos com roupas demais, você sabe o momento certo de tirá-las, se entrega às minhas loucuras e diz que gosta da minha selvajaria, tenho feito isso, mas agora me vem você com esses cabelos cor vermelho paixão e tira minha paz; você faz parte do meu sorriso, talvez eu não queira ir embora. A ideia é ficar, ficar aqui com você.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Sobre o que não existe

Eu não te chamei para fazer amor comigo, se fosse isso, teria que mentir para você, grande merda, já fiz isso algumas vezes. O tempo foi passando e o amor dissipou, talvez até aquele ardor sexual que tínhamos um sobre o outro também. Amores que vieram e foram embora, outras paixões que desapareceram mais depressa do que realmente apareceram. E sim, mais uma vez estamos aqui, talvez tenhamos sido feitos um para o outro, enfim depois desses longos anos consigo ver isso. Ou, finjo acreditar nisso, afinal é nisso que creio.

O problema esta em crer na maldita forma que você sorri para mim, ou na falta de esperança de um futuro promissor, por isso jogo com o presente e desde então não minto para agradar as mulheres com as quais me deito. Mas porquê então tenho tanto medo de te iludir?! Talvez eu me iluda negando esse fato e não queira passear pelas suas curvas como se fosse um desconhecido, afinal, se fosse realmente sexo casual, eu não seria tão quente assim.

Seu all-stars perto do meu sapato, enquanto seus óculos lince pardóan ficam próximos a minha gravata, se fosse vida não seria tão real. Deixa eu sonhar com esse amor que não existe, assim não minto para ti, só para mim mesmo.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Calores no inverno

Nem pensei duas vezes, no momento em que você chegou no meu apartamento eu já te despi, me envolvi com seu corpo e a lingerie foi parar no chão, suores e pressões corporais, um pouco mais intenso do que a nossa ultima vez, primeiras de muitas que se fez...

Ainda sinto o cheiro do seu corpo na minha pele, fiquei em silêncio passeando nas suas curvas sem pressa, pegando forte em suas coxas para trazer-te ao meu colo, afinal, você é minha!

Não estou disposto a sair da cama, quero um pouco mais do seu corpo que entrelaça minhas pernas, que me tira o sono e aumenta mais o meu desejo de ter seu. No meu ouvido fala que sou cafajeste, mas que diferente dos outros faz você ir ao céu em alguns segundos.

É por isso que estou aqui, para provar que só ao meu lado você pode chegar ao êxtase e sorrir de tanto tesão.

Volta para cama, esta frio aqui, preciso do calor do seu corpo e da sua boca o quanto antes sobre o meu.

domingo, 30 de junho de 2013

Sobre um novo começo

Destino inverso, inverno e verão, dois corpos se tornam um só e nem queira fingir que isso é passado, presente demais, futuro garantido ao lado de quem gostamos. Afinal, o segredo da vida se baseia nos sorrisos e abraços, talvez seus beijos também fazem bem para mim, fazem bem demais, diga-se de passagem, isso é certeza.

Quanto tempo faz não importa, não reluto e critico, sei que és minha, obrigado por me valorizar, já foram tantas sem valorizar, tantas sem amar, talvez o amor salve o nosso passado ruim, eu também sofri por conta das meninas que só me iludiram, não pense você que só os homens são maus, ou ruins, algumas mulheres também são, não vamos nos preocupar em culpá-las, e sim, nos preocupar em nos manter.

Obrigado por fazer parte do meu sorriso, seus cabelos pretos enquanto presos e o leve toque da sua mão - que tal -, vamos dormir agora?

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Depois que ela partiu...

Eu não consigo esquecer, nem fingir que esqueci, o frio que atravessa a janela do meu apartamento e o café amargo que tomo todas as manhãs tem o gosto do beijo dela. Eu deveria ter escutado-a, seus problemas resolvidos e depois ter saído, ileso, sem cicatrizes e dores corporais. Na verdade, qualquer desculpa em tons de preto é uma desculpa para eu beber.

Detesto me culpar e não adiantou ela escrever em todos os espelhos que a culpa não era minha, detesto não ter segurado em seu braço e ter deixado ela partir, pagamos um preço alto pela solidão, afinal, era só um preâmbulo, nunca fomos dois, não por falta de tentar, mas a escuridão agora faz menos sentido sem o seu boa noite, ainda tenho seu sorriso aqui comigo, também me culpo por isso.

A frieza dela me deixou ainda mais intenso, com mais calor e com mais vontade de me apaixonar, mas como me entregar à alguém, se já sou entregue a ela? - Talvez ela peça para voltar - Preciso parar de ouvir meu subconsciente, com isso só me iludo mais;

Na verdade, ela não quer voltar, se quisesse já teria o feito, chamei algumas vezes e ela não fez nada, não esboçou nenhuma reação e nem um sentimento de compaixão, talvez eu tenha que me conformar.

Golpe do destino, não tive nenhuma oportunidade.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Pelas madrugadas...


Há tempos sem dormir dedico horas da minha madrugada com chuva em pensamentos que voam de encontro com ela. Por que ela tem nome, sorriso e sabe fazer com que eu fique assim? Duas ou três horas da manhã, e lá se vai mais uma noite de sono, dormirei três ou quatro mais uma vez.

O café que não foi tomado, o beijo que não foi dado e o abraço que não foi sentido. Não sei se sinto falta de tudo isso, ou se minha cama sente falta do cheiro que ela têm, afinal, o que falta para nós?!

Temo não existir nós, até porquê não serão nessas noites em que deixei de escutar sua voz, porém aos montes invade meus sonhos e deixa claro para mim que você esta aqui comigo. Saia logo desse sonho e venha viver uma realidade, não é possível que a chuva não deixe você caminhar de encontro à felicidade.

Meio as nuvens, talvez o sol abra, pois assim que ele sentir o seu sorriso a ler essa carta que deixei em sua casa, sei que sorrirás, eu saberei na mesma hora que eu ver o seu sorriso por aqui.

domingo, 23 de junho de 2013

Enquanto o cigarro queimava...

Encostei na parede, o sol tinha desaparecido novamente. Eu era a única pessoa na varanda, logo a fumaça subia lentamente e o cheiro do cigarro pregava os andares, meu casaco xadrez e as pontas dos meus dedos. A neblina cobria os montes, a lua apareceu e brilhou ainda mais forte, quando estamos sozinhos nos ostenta ainda mais a solidão, minha vida virou um pesadelo, não consegui desvendar seus mistérios e deixei você ir embora. Como você teve coragem de bater a porta e dizer que os problemas não eram meus e que os sorrisos não eram de felicidade?! Talvez eu quisesse que os problemas fossem meus também, mais uma vez egoísta, agora um céu sem cor, apenas não me odeie por ser sincero.

Venha até a mim, não precisa me cercar e seguir, como se fosse uma policial a paisana, prometo ficar onde estou, eu quero você de volta, mas nos permita, permita ser feliz, enfim, sorrir de verdade, uma felicidade só, nossa felicidade.

São três da madrugada e mais uma vez sento na varanda e leio um livro, escuto aquela música que ela gostava, enquanto tirava a roupa e se entregava, várias vezes pedindo para eu fazer silêncio e apenas escutas seus sussurros enquanto nos entregávamos sem pressa ao que talvez achássemos que fosse amor.

Você não está sozinha, eu nunca deixei de querer ser vítima do seu amor egoísta, eu ainda estou aqui por você, não deixe que tirem esse sonho de nós.

Olhe para si mesma e faça uma mudança, insônias a parte, preciso de um cigarro.

sábado, 22 de junho de 2013

Sobre a tal felicidade que não anda por aqui

Sem desafinar, um passeio no parque, o som de um sax no fundo enquanto a relva está molhada de orvalho, os pensamentos naquela que não tenho mais, nunca tive em meus braços. Se ela resolveu seguir sua vida longe da minha, porquê ainda me segue? - Às vezes paro em frente algumas lojas e à vejo pelos espelhos e pelas vitrines, não sei se é verdade, não sei se é ilusão, mas conheço seu sorriso e sua maquiagem preta em torno os olhos, isso é inconfundível.

Sei que está bem, não tem como ficar sozinha, nem como ficar descontente. Ela é o centro das atenções por onde passa, os óculos te deixam bem a vontade em qualquer situação e seja com coturnos inusitados e enfeitados, ou all-stars branco, a moda faz seguir o seu destino, tudo se encaixa em seu corpo e em seu jeito de andar. Talvez eu sinta saudades de ter você, mas essa saudade de ter algo que nunca tive é o que me dá vontade de sair correndo para o bar mais próximo e beber uma ou duas doses a mais de solidão.

Por quê desisti? Não consigo entender os motivos de ter sido fraco, mas a dor era sufocante, a falta de chão para pisar e conseguir caminhar ao seu lado. Maldita, a culpa é sua! Por que me culpo?! Eu fiz o meu melhor, esforços a parte, sempre fui deixado de lado e agora que estou sozinho, como sempre estive, fui deixado de lado mesmo, pois sei que ela está sorrindo.

Não pare de sorrir então, você não é a primeira que me deixa e se entrega a felicidade, talvez eu seja esse remédio, talvez as pessoas só consigam ser felizes na minha ausência.

Preciso beber alguma coisa....

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Para se falar do amor...

     Sobre os cobertores te vejo acordar, duas da tarde de uma segunda-feira. Esse dia deveria se tornar feriado em toda noite de domingo que passamos juntos, fora feriado para nós dois. Seus olhos me fitando aos poucos enquanto sobre meu peito seu cabelo claro torna o calor do meu corpo, envolve um verão primeiro dia de inverno, há tempos ela se foi e de repente voltou, o tempo não volta atrás, mas você voltou em sua decisão, estamos numa boa, o sol clareia mesmo quando temos 11 ou 10 graus lá fora.

     O café estava quente pela madrugada, abri uma fresta da janela e me pus a pensar, conheci seus olhos durante todos esses dias e estive em seu mundo. Através deles vi o início e o fim das cosias, vi o amor nascer em um ponto distante do universo, onde o tudo e o nada se encontram, onde o amanhã não confunde o nosso ontem, e os sonhos se tornam realidade, mais uma vez estamos próximos e as dores cicatrizaram.

     Talvez eu tranque a porta e não deixe você ir, por um ou dois dias, mas aí privaria sua vida e não teríamos saudades e cobiças, você estava dormindo sonhos profundos, deixei a chave do lado do seu celular, você já tem o endereço, sabe que pode voltar, você é de casa.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

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Como pode terminar algo que nunca existiu? Algo que nunca começou? Alguém consegue explicar porquê algumas pessoas simplesmente nascem e morrem no mesmo dia?

Segunda-feira nascerá bem, hoje somos apenas prantos.

É difícil dedicar a sua verdade para alguém que é de mentira, não é mesmo?!

Pior que não, ela era de verdade, senti ao pegar sua mão pela última vez...

N/A: Ficarei o mês de Junho afastado, desculpas por isso meus queridos e fieis leitores. Os estudos começam a pegar muito forte por aqui.

domingo, 9 de junho de 2013

Algumas semanas por aí...

Procurar soluções enquanto só houveram problemas foi o que determinou o fim do relacionamento, o sistema falho que nos opôs do momento inicial ao término da relação. Acredite, tentei te salvar e falhei, cansei, não sou herói, não serei o seu.

Fiquei de pé, aguentei o perjúrio e as pedras que vinham em meu caminho, você me julgou, julgar os outros é o seu ponto forte, fiquei de pé mesmo assim. Dois ou três finais de semana sem ter você por perto, me sinto bem, voltei a sorrir e também sorriram para mim, o mundo nos permite surpresas quando queremos que nos surpreendam, chega de ser previsível, não abrirei mais a porta para você, o porteiro já sabe que não tens mais a chave do meu apartamento.

Até com a perda aprendemos algo, entre prepotências e arrogâncias, em sinais vitais que foram dados por meio das angústias madrugadas de conformismos sólidos e retóricos dos seus monólogos, às vezes coadjuvante, mas na maioria das vezes sempre um figurante. Estou gostando de viver, espero que vivas também, mas longe de mim, por favor... hoje não acredito mais em você, sei que em dois ou três finais de semana você também sorriu por aí.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Sem adeus, nem brilhetes

É como um mecanismo de defesa, ela surge como um meteoro e te encanta, logo depois te decepciona, a maioria dos homens fogem, meninos talvez, eu continuei. A decepção não fora tão grande perto do que já vivi, peguei em suas mãos e depois de duas ou três noites que me desfez, trocou meu nome e falou dos ex-namorados, ainda estive lá. Os dias não eram inteiros sem você do meu lado, o frio constante cortando os meus lábios, mais um ou dois bilhetes dizendo que partiria, estava cansada de mim e do meu passado, que era safado e não convivia com uma só mulher.

Eu era muito feliz, sou mais feliz agora, às vezes sorrio sozinho ao te ver dormir do meu lado, talvez perdemos tempo enquanto não estávamos juntos, ou o tempo que se perdeu entre a gente, você novamente pegou as roupas na cabeceira e saiu, eu não sei para onde foi, o telefone só dá caixa postal.

Você gosta de sentir desejada, afinal, mulheres são assim, mas você pega pesado, você some e não dá notícias, o egoísmo é gritante, aos cotovelos fala sobre sua vida e esquece de perguntar da minha, um simples bom dia. Eu ainda estou aqui, talvez não esteja amanhã, você está conseguindo o que quer, aos poucos estou me afastando de você.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Agora é pra ficar

Gosto quando você está sem maquiagem, olheiras cansadas marcam o seu dia exaustivo, o cabelo preso em tranças te deixa estressada, desconta um ou dois xingamentos em minha direção, até me culpa sem procedente, coisas que só Katia é capaz, ser beleza irracional quando ninguém consegue ser.

Seria fácil compreender os seus mistérios, talvez não pertencem muito a mim, mas em cada amanhecer que tenho ao seu lado, sinto ainda mais vontade de desvendá-los. São cinco ou seis da manhã quando pegamos no sono, o despertador começa a tocar e neste domingo já passou das três, estou em paz com você do meu lado, abraços abafados e exalados pelo calor, o cheiro de primavera que você deixa na minha cama e no meu cobertor;

Aos poucos você se entrega, se joga em meus braços e torna-se minha mulher, todos já sabem de você, mesmo você negando, ou não aceitando, Djavan já cantou Katia uma vez, volto a repetir: Não existe amor sem medo, boa noite.

domingo, 26 de maio de 2013

Por dias assim...

Eu te fiz dormir, tomei um pouco de café e sai, andei um pouco pela rua e senti o cheiro da chuva, já era mais de três da manhã. A insônia mais uma vez me pegou, porém agora feliz, ter-te aqui mudou minha rotina, minha menina, meu orgulho de miss, melhor atriz do espetáculo, o par perfeito deste estrelato.

Acorda meio zonza, pede mais meia hora, de sete à sete meia sem demora, chinelos claros e roupas escuras, um terço delas no chão, enquanto te acordo beijando a nuca, arrepia e nos tornamos um só, mãos passeando pelo corpo e pintando o sol. Atrasados para o trabalho, rimos um pouco mais, a água do chuveiro é quente, mas o seu corpo é bem mais, ainda sobre os seus sorrisos, adoro te olhar sorrindo.

Ela sai antes de mim, pega e chave de diz "já vou", eu acompanho até a porta e sinto o coração parar, mais um dia perfeita vai trabalhar, com os óculos de lince que só me faz orgulhar. Puta merda, que criatura encantadora, não lembro de ser feliz antes de conhecer essa dona.

Às vezes me perco ao olhar apaixonado, disfarço quando você percebe, as palavras fogem. Quando estamos juntos prefiro o nosso silêncio, sussurros e gemidos à parte, nosso silêncio.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Por aí... [part. final]

... é claro que a mensagem era de Rebecca, atenciosa, marcando um encontro, nossa despedida. Cheguei primeiro e fiquei no bar, quando chegou, ela estava quieta, determinada e fria. Fomos para uma mesa entre duas divisórias baixas e pedimos drinques fortes para a jornada que tínhamos pela frente. Perguntei sobre o seu dia, e isso nós sabíamos discutir, pois ela era Assistente Social de uma casa de recuperação de viciados em crack e ela cortou aos ventos o assunto e fomos direto para o prato principal, o término da nossa relação.

Deixamos a coisa esfriar, na pior das hipóteses, interrompemos o romance, éramos amigos e poupávamos o sexo, poupávamos o desgaste de termos que andar de mãos dadas, até dos encontros no clube de golfe dos seus pais, onde era desgastante ser posto contra a parede e ser fadado como fracassado por toda família mesquinha de Rebecca. Os jantares sempre foram armadilhas, pois todos jogavam na minha cara o quão perdedor eu era, e sem ambição, não procurava o melhor para mim, mas na verdade era o melhor para Rebecca e no fundo, ela sabia disso.

Terminamos, não acredito na besteira de dar um tempo, trinta dias ou dois meses, não mudarei para agradá-la, já mudei de mais e nada deu certo. Eu nunca tive o carro que ela tem e algumas vezes sacrificava dois ou três dias de almoço para jantar com ela em uma noite, sempre sacrifiquei e houveram mudanças demais para que tudo houvesse que ser feliz para Rebecca. Sei que preciso rever alguns conceitos e procurar algo que me satisfaça da forma que ela satisfez.

Ela sorriu e deixou o bar, não olhou para trás e para ser sincero eu também não esperei o seu olhar, bebi até às três da manhã e me dei ao luxo de chegar no escritório às cinco, tudo continua igual, a única diferença é que agora preciso esquecê-la, tenho que continuar a minha vida.

domingo, 19 de maio de 2013

Por aí...

Desde que comecei a labutar na Defensoria Pública da cidade de São Paulo, tenho cotidianamente me comprometido com a defesa do pobre e oprimido, independentemente do pouco que ganho ou de quanto é apertado o meu orçamento, eu tenho um prazer solitário e solidário a independência do meu trabalho e com a imensa satisfação de proteger os desprivilegiados.

Tenho aprendido tudo do modo mais difícil, tenho sujado as mãos e feito disso um treinamento necessário para me lançar em carreiras promissoras em um futuro próximo. Alguns me acham louco, pela média de horas trabalhadas e pelas notas que tive na universidade, alguns desapontam meu terno surrado e os nós tortos de minhas gravatas, sim, principalmente os pais ricos da minha namorada.

Há tempos venho desapontando os senhores Menezes, (1) pelo pai de Rebecca ser sócio do maior escritório de São Paulo e querer um advogado talentoso e jovem trabalhando com ele, (2) por não ter condições de dar à filha amada e querida o status com o qual ela sempre foi acostumada a ter, (3) por estarmos juntos há cinco anos e em momento algum ter cogitado sequer um noivado. Na verdade, isso já está deixando-a irritada, quiça, sem palavras. Já faz uma semana que não retorno suas ligações, meu café está frio.

Ainda tento entender as contradições de meu coração, o revirar do estômago enquanto bebo nas madrugadas frias e agora solitárias enquanto ela se diverte com as amigas em algum pub recheado de riffs e solos de guitarra.

Enquanto trabalhava pude ver a Virada Cultural da janela do prédio da Defensoria neste domingo e todos os rostos me pareciam de Rebecca, e todos os namorados juntos pareciam nós dois, mas meu silêncio trouxe o paradigma de que talvez ela esteja bem, talvez esteja melhor sozinha do que com a minha companhia.

Trabalhei mais de nove horas em um domingo, cheguei em casa e a secretária eletrônica acusava uma mensagem de voz...

[continua]

domingo, 12 de maio de 2013

Dez ou quinze minutos a mais

Não adianta transar e sair no meio da madrugada, o beck ainda está aceso e pronto para mais uma prosa, tenho gostado da sua pele, do cheiro e do seu riso, sua pele macia em cima da minha, o vento que arrepia pela fresta da janela, meia luz meus olhares são só para você.

Deixei o amanhã de lado, mas se eu acordar e você estiver do meu lado o caminho escolhido foi o certo. Não escolhi gostar de você e aos poucos você começa a gostar daqui, meu travesseiro tem o cheiro do seu shampoo. 

Brindamos por vários motivos, é muito bom ter você por perto, um domingo qualquer ou de sol, que pode até nascer para todos, mas dividir a sombra da nossa cama está sendo só com você, ranheta ao acordar, na ponta do pé teme me acordar, já deixei o café pronto e ela nem reparou, ela sempre dorme dez ou quinze minutos a mais.

Ela sofreu bastante, sinto algumas cicatrizes em seu corpo quando passeio pelo labirinto do seu corpo, mas não pego atalhos. Todos os dias tento conquistar, às vezes até francês eu finjo falar, Ne Me Quitte Pas*, 

malditos desamores presentes na vida das mulheres, estou fazendo arte enquanto faço amor, - não, só sexo por favor, amar é difícil, faça-me favor -, ela costuma dizer.

O domingo passou e ainda estávamos na cama, nunca imaginei acordar segunda-feira de bom humor, antes de levantar vou aproveitar mais uns dez ou quinze minutos tão habituais na vida dela.



* não me deixe

terça-feira, 7 de maio de 2013

O fim que se aproxima [ part. final ]

... e meu telefone não tocou no horário habitual, cinco horas de um novo dia e todas as luzes do escritório estavam apagadas, quase todas, uma ou duas ligadas, jovens advogados trabalhando com os relógios pendurados no pescoço faturando 300 ou 400 reais pela hora labutada.

Será que foi aí que pequei? Muito trabalho, ganância e vontade de crescer, talvez tenha esquecido amar e não saberá mais reascender a paixão. Foram apenas alternativas, o momento nos transforma nessa máquina sem sentimentos, insensível, insípido.

Detesto ter um longo dia de trabalho e não encontrar Angeline, porém dessa vez nunca mais, bilhetes por toda casa faziam quebra-cabeças tortuosos. Já estava exausto, mas sabia muito bem decifrar seus códigos, me perdi ao sentar no sofá, esgotado depois de quinze horas trabalhadas, todos bilhetes postos na mesa de centro do nosso apartamento, do meu, melhor dizendo.

Okay, você dizia que já tinha tudo o que precisava e eu não sabia lidar com sua dor, que era apenas mais um à tentar livrá-la da solidão ou do medo de não se apaixonar por alguém novamente. Angeline deixou isso bem claro quando veio morar comigo, que era complicada, e que quando chovia, dilúvios rolariam sempre. Me falou também que NUNCA soube lidar com os problemas e não quisera ser inconveniente para alguém.

Eu sempre gostei de sentar do lado dela e escutar os palavrões, essa terapia me fez bem durante esses anos, diga-se de passagem, era a única coisa que o nosso relacionamento tinha, carinho para escutar todos os problemas do nosso cotidiano difícil, isso fazíamos como ninguém, pois cansávamos e logo sorríamos até trocar carinhos.

Pouco importou, eu fui um cara legal, cobria-a antes de sair e não importava de fazer amor duas ou três horas a mais durante a madrugada; mesmo só eu acordando cedo e dormindo tarde, pouco importava mesmo.

Minha adega está vazia, levou todos meus vinhos, deixou a marca de um deles no meu tapete branco, levou nossa cadela Pérola para longe daqui, talvez ela também não gostasse tanto de mim assim.

São cinco horas da manhã de um novo dia, o café não está feito e o nó da gravata está torto, talvez eu ligue para Angeline, ou não, já foi árduo demais escutar da mesma de que já não precisa de mim.

N/A: Segundo e último capítulo dessa crônica, espero que tenham gostado. Caso não tenham lido o primeiro capítulo, o link estará posto embaixo dessa nota. Muito obrigado a todos. Beijos a todos, é por vocês que escrevo.

sábado, 4 de maio de 2013

O fim que se aproxima... [ part.1 ]

Com o passar dos anos eu e Angeline tínhamos aperfeiçoado o hábito de simplesmente nos ignorarmos mutuamente, ao invés de brigar, fingir que estava tudo bem enquanto bebíamos mais uma ou duas taças de vinho.

As semanas que se arrastavam estavam tortuosas, tardias e impiedosas. O sol nascia turvo meio aos dias cinzas, porém sempre que punha os pés na rua me lembravam os castanhos de seus olhos, mesmo não tendo-os mais próximos aos meus. 

No começo eu imaginei que daria certo, éramos felizes e sua frieza fez com que o nossa união desse certo, às vezes almoçávamos, e nas visitas familiares de domingo fingíamos ser o casal perfeito e nossos amigos sempre nos pediam conselhos para ser um casal perfeito, doce ilusão.

Preciso de um cigarro, qualquer hora eu volto para terminar essa história, até porquê meu telefone tocou e preciso voltar ao escritório...

N/A: Cotidiano difícil, dois ou três capítulos, obrigado pelo carinho de todos.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Vá à merda com seu falso amor

O casamento não ia bem, na verdade o motivo do divórcio foi mais que as simples brigas nas manhãs frias antes de irmos trabalhar. Vá à merda com seu falso amor!

Não deveríamos ter apostado nisso, nessa mentira, sua frieza rude deteriorou tudo o que tínhamos, enfim, não tínhamos nada. Fica evidente que seus sorrisos eram mentirosos, pois não consegue amar a si mesma, que dirá amar alguém. Raiva dos cafés e dos livros, sufocante ir ao club's tomar uma dose ou duas, sempre a sua música, lembro do seu maldito sorriso e do seu vestido preto, incrivelmente fica linda de preto.

Tentei salvar o casamento diversas vezes, na saúde ou na doença é o que dizem... Teoria blasé, tento reviver pensamentos e provar que tudo o que aconteceu é lindo, mas não encontro absolutamente nada que tenhas feito para salvar o casamento, principalmente por sempre me culpar pelo seu passado.

Estou perdido sem você, e agora mais do que nunca precisei da sua verdade, mas por aquela porta se foi e nunca mais voltará.

Volte caso acredite em nós, se os abraços e beijos existiram de verdade algum dia. Caso contrário, vá a merda com seu falso amor.


domingo, 28 de abril de 2013

Domingos que se foram...

Ainda inseguro retornei para a cama, fazia muito frio lá fora e isso inquietava demais o meu domingo, talvez seja síndrome do pânico, talvez seja uma dessas síndromes de não ter você comigo. Eu pouco controlo minha ansiedade e a falta escassa que meu corpo sente do seu jazia o âmago, não quero ser ímpio, mas tampouco acredito em nós dois que arranco aos poucos esperanças que são ínfimas e pífias. 

Pensamentos insolentes atravessam as paredes, detesto o cheiro do café forte do vizinho, me faz lembrar que ela se foi e meu espelho está quebrado, pedaços de vidro no chão, pedaços do meu coração também.

Sigo taciturno por ter acreditado que seria perene, amor pérfido, fui pacóvio e insultei minha própria matriz, tratei meretriz como donzela feliz, maldita infeliz.

Vá-te a merda já que não queres nada, preciso fazer o nó da gravata, até isso Yolanda fazia para mim, hoje não mais, preciso parar de ser petiz e me tornar adulto de uma vez.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Apenas caminhos

Sou discreto, parto para o caminho oposto e passar bem, não quero ser um incômodo. Na verdade, os bons pagam os preços pelos maus e talvez o passado tenha sido turvo, talvez os caminhos eram estreitos e eu tenha feito coisas ruins também, os humanos erram, os bons seres humanos reconhecem os erros, se desculpam e partem para os acertos. É a lei da vida.

Não sei onde nos perdemos, nem quando esse vício por seu beijo começou, talvez enquanto ouvíamos U2 no tape aos corpos suando frio, não te conheço muito bem, mas quero te provar. Quem sou eu para querer alguma coisa, não é verdade? Eu já falei demais, não sei se sobrevivo a tudo isso, não tenho tantas cartas nas mangas, me mostro um péssimo jogador quando o assunto é falar a verdade, pois ela nunca irá acabar e você nunca acreditará, os maus te fizeram assim.

Faça o que você fizer, parta e leve suas coisas, ou fique e deite ao meu lado. Só me avise, pois estou sem rumo sem saber que caminho tomar.

"Quando o sol bater, na janela do seu quarto, lembra e vê... que o caminho é um só... Legião Urbana"

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Até logo, ou não...

Detesto ser viscoso, ser o que não sou, inseguro e imaturo, tentando esclarecer um amor que ainda não sinto, mas quero sentir.

Talvez ela não tenha entendido e por isso resolveu ir embora, por isso não deixou nenhum bilhete e nem fez cerimônia, disse um até logo discreto e se fora para um adeus. Fiquei triste, ela levou dois livros meus, alguns discos e minha camiseta do Corinthians. Sou perito em ser frio, sempre tive todas em meus pés e nunca escondi que realmente fazia isso com louvor, iludirá e dizia desamor. O frio que tomara meu corpo de repente se tornou verão, mais quente que o sol tornei amar essa mulher e devo te-lá assustado, talvez por essa razão tenha ido embora desde então. As mensagens não foram respondidas e ainda sinto o seu cheiro no guarda-roupas, talvez você tenha feito isso de propósito, puta merda, devo ter jogado a grande chance fora.

Não sei onde errei, não sei se mandei mensagens demais, flores vermelhas ao invés de violetas, se deixei de ligar na hora exata, ligando em alguma hora imprópria. Não sei se fizera questão de ser só minha também, minha vida sempre foi volúvel, brisas que passam por aqui fazem suar frio e vão embora, isso já é normal em  minha vida, estereótipo sombrio escondido em algum covil, lobo solitário.

Cazuza cantaria que faz parte do meu show, porém mais uma vez as cortinas do meu se fecham sem aplausos.

Bem-vinda de volta insônia, minha amante fiel.

domingo, 14 de abril de 2013

Domingos assim...

Os sorrisos voltaram e com essa sensação boa o prazer de ter você ao meu lado, já fazem alguns meses que estamos aqui, não quero sair e detesto quando te vejo ir embora. Você finge ser durona, reclama da água fria do chuveiro pela manhã e da chuva no final da tarde, adora colocar a culpa na sua professora ao dizer que ela é burra, ao dizer que ela não entende a magia das suas respostas dissertativas, isso fez a diferença.

Cada vez mais tenho pensado nisto, no bom humor. Não quero tentar ser o melhor amigo dela privando-a de algo, ou tentar ser melhor do que os outros, longe disso... quero ser único, quero trata-lá como única, sem caô, me amarro nessa mulher (já dizia os cariocas) que hora faz tranças, ora deixa de colocar maquiagem. Suas unhas vermelhas em contraste com suas roupas pretas, seu corpo branco enquanto está perto do meu faz os olhos virarem, é claro que as mãos agora estão unidas, aos poucos somos um.

Os papos são comuns, os gostos são naturais, nem sempre parecidos. A amizade nasceu em tampouco tempo, mas já estamos nos confiando os dizeres, fazendo o carinho nascer, sem pressa, a intenção é a mesma, não é verdade?! Se ela estiver longe, eu vou até onde ela estiver, vou ser o jardim mais bonito para ela pousar. Escuto ela cantarolar no serviço, às amigas já notaram que o sorriso agora pertence a mim, enquanto espera o celular tocar nas altas horas das madrugadas. Jovens cautelosos que rompem o silêncio, afinal, ele nos acompanha mais, nós gostamos é de fazer barulho.


sexta-feira, 12 de abril de 2013

Enquanto sonhei...

Quando sai você estava dormindo no sofá, nossa cadelinha Pérola ainda cobria metade do seu rosto e saiu do seu colo para me levar até a porta. Eu sei, fiquei com dó de te acordar e colocar na cama, você chegou tarde e se afundou nos estudos de suas psicologias malucas, modelos de liderança e blá blá blá, nem culpe o meu direito. A culpa não foi minha, eu já estava capotado, meu dia não fora dos mais fáceis, apenas recolhi as apostilas do chão.

Deixei o café pronto, roubei o seu chocolate e nem adianta xingar na hora que acordar, não devolvo! - O dia foi passando e não tive notícias suas, talvez tenha dormido o dia inteiro e esperei algum sinal de fumaça, quando às 17:00 me mandou uma mensagem escrita "bom dia"; como você é cínica. 

Mal posso esperar para o dia passar e ter sua companhia, na verdade me encontrar em seus abraços e ter a pérola brincando conosco um pouco antes de ser a primeira a dormir. Tenho a sensação de que não te conheço muito bem, há pouco tempo estamos juntos, eu sei. Porém eu já sei fazer o café do jeito que você gosta, aos poucos somos apenas um gostar.

N/A: A vida é simples, simples... quem complica é a gente.

domingo, 7 de abril de 2013

Aprendendo da pior maneira...

"Victor, não aguento mais suas mentiras, nem tampouco a escassez do tempo que nos falta e sobra aos seus amigos. Te conheci assim, desde a primeira vez que conversamos me lembro do rosto atento aos livros e as poucas horas disponíveis aos amigos. Mas não dá mais! - Não sei se é por falta de confiança, ou pelo comodismo que nossa relação estacionou, mas não cultuo mais os seus quereres, não suporto mais as suas mãos postas as outras pessoas e não mais aos meus desejos, aos meus problemas, à minha carência. Adeus, não volto mais. Acredite, você foi bom enquanto durou, mas não duramos o suficiente para sermos o seus sonhos, você não sabe os meus. É lindo te ver sair para trabalhar, sempre atrasado com o nó da gravata mau feito, mas você não me olha, às vezes espero um beijo na cama. Não lembro mais quando me deixou o café por lá... faz muito tempo. Obrigada por tudo, por favor não me procure."

Às vezes penso que tenhas razão, mudei e não senti a mudança do clima, agora sou inverno e não sou mais verão. As dores de cabeça são constantes, durmo pouco e quando tenho que ficar acordado ela nunca está ao meu lado. As lingeries sempre estão postas na cama, muitas vezes o batom vermelho me chama ao coito, mas nunca atento a isso. Puta que pariu, talvez não a ame mais, seja qual for meus problemas, deveria ter sido sincero com ela. Ela deixou algumas coisas por aqui, o cabideiro e seu sutiã, o livro que mais gostava das mulheres que roubavam livros apoiando o monitor do meu computador. Caramba, o astrubal surgiu debaixo da cama. Os olhos deles estavam mais tristes que os meus. Tenho medo de não sentir mais amor, fazendo surgir madrugadas e doses de uísques que não acabam mais, talvez não tenha esperança em seus olhos sob os meus, nem sobre seus cabelos vermelhos... puta que pariu, estão pretos, estão pretos!

Será que os post-its tomarão lugares no papel de parede recém decorado, ou terei que mudar as cores vermelho escarlate da sala de estar, ou da árvore e suas maçãs no topo do seu quarto. Afinal, eu dormia mais no sofá sobre minha ebriedade no sofá, às vezes no puff. Definitivamente, não éramos mais um casal, eu sabia cada vez menos sobre você, cama solitária e seus travesseiros.

Eu optei por isso, não quis seguir esse caminho, optei e negligenciei o destino. Acreditei mais em mim e na dor sentida e me escondi para não sentir as batidas de seu coração, respirando por aparelhos, com as veias entupidas pela falta de amor, por falta desta circulação.

Ela partiu e talvez essa seja a dor da perda, as palavras fogem dos livros e não consigo me concentrar, falta luz e quando olho nos espelhos de casa não a vejo mais. 

Nem sequer uma foto porra! - Só dá caixa postal na merda do celular, é duro se sentir só, e fiz isso para ela enquanto fingia estar próximo.

N/A: Ame até o ponto final, ele pode virar reticências e o destino pode voltar ao seu favor. Paz a todos!