quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Oba, lá vem ela...

Ela tem cabelos loiros e pediu uísque, gostei de estar ali. Oba, lá vem ela. Era ela, aliás, eu tinha certeza. Não sei há quanto tempo procuro, atravessei o país a procurar, encontrei no interior de São Paulo. Sim, tenho certeza que és a garota correta, pois nunca sequer senti o que sinto agora, seu sorriso é meu. Não tenho andado com muitas razões para sorrir, o momento é complicado no escritório e mais complicado ainda com as milhões de dívidas para serem pagas, mas ela apareceu, prometeu se empenhar em deixar tudo em ordem, prometeu fazer o impossível para sermos felizes...já somos.

Não consigo explicar o quão grandioso é esse sentimento, ainda bem que não tenho respostas, porém tenho certeza que ela é a mulher certa. Não preciso de muito, carros luxuosos ou um duplex em Moema. Preciso dela, da nossa cama recentemente comprada e escolhida por ela e do nosso bulldog inglês.

Não sei para onde caminhar, mas sei que ela estará ao meu lado. Mais um uísque pedido, precisamos de muitas outras horas num bar para nos perdermos ainda mais sobre esse amo desconhecido.

domingo, 23 de novembro de 2014

Em uma noite de sábado qualquer...

Tenho bebido enquanto trabalho, trabalhado enquanto durmo e dormido enquanto bebo. Essa é minha rotina, tenho vivido minha vida sem cobranças e expectativas. Pesos de papéis sobre minha mesa, pedi demissão daquela merda de repartição. Ufa, trabalho melhor sozinho, foda-se o que vão pensar, tenho pago as contas em dia, por incrível que pareça.

Às vezes a sinceridade agride, não dou a mínima. Transo, fumo e bebo, não necessariamente nessa ordem, nem tampouco com as mulheres mulheres, cigarros e bebidas. Me destruo aos poucos e mais uma vez...não dou a mínima para o que pensam de mim. Aliás, são pensamentos alheios a minha vontade. Suicídio num monólogo, silêncio. Apenas silêncio.

Três horas de um novo dia, sábado. Pouca luz, sorrio para uma garota, maldita garota, dezesseis anos. Mais nova do que minha dose posta à mesa, mesmo assim ela atravessa a barreira, minha tendência é estragar esta situação, meus amigos me criticam. Ora, se minha vida é uma merda, por que não pecar com uma menor de idade? - Malditos, tenho uma filha de quase dez anos, em quantos caras eu terei que bater para deixar isso claro? Tudo no seu tempo... delatei a linda criança, colocaram-a para fora do bar, vai tarde, vá pra casa.

Menti, antes da delação deixei o papo me levar, fingi ir ao banheiro, chamei o garçom de canto e falei. Sorri, pendurei a conta e parti, estava chovendo e resolvi acender um cigarro, fumei três até chegar em casa, ensopado e bêbado, sentei na frente da pequena porta do meu pequeno apartamento em um pequeno prédio com onze ou doze apartamentos por andar.

Alguém pegou minhas mãos, me levantou com certo trabalho, mas por incrível que pareça a minha consciência pesa bem mais do que meu corpo, bem mais. 

Meia dúzia de xingamentos, apenas uma pessoa me xinga e me chama de Victor (com C), era você, meu anjo. Me entreguei, me leve para algum lugar, qualquer lugar, desde que esteja com você.

Domingo de manhã, meu apartamento está frio e solitário, se não fosse pela dor de cabeça eu diria que fora um sonho, ela foi embora, minha dor de cabeça não.

Preciso beber alguma coisa...

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Prazeres só nossos...

Dentro dos seus olhos eu conseguia enxergar muito mais do que sua alma, conseguia entender o seu pensar e o seu querer, mesmo que tu não quisesses, entrei em seus pensamentos e divergi seus quereres, aumentei suas dúvidas, trouxe para ti algo jamais sentido, algo que um dia você sequer imaginou, você me detestou, me chamou de cafajeste, me matou por dentro. Okay, seu olhar me encantou, e desde então o meu mundo parou, começou a rodar por você. Não deixei de viajar, azar o seu em não ir comigo, mas é bom voltar e deixar de fazer minha mala o final de semana inteiro, gosto de pegar em suas mãos, beijar sua testa e mexer em seus cabelos; gosto da forma que sorri e coloca a mão na boca, briga comigo, me xinga tímida, não posso mencionar sobre o seu time. Que dó, Palmeiras.

Agora entendo o seu sorriso de canto, entendo sua vulnerabilidade quando juntos somos intensos, quando sinto o seu corpo tremer ao te fazer virar os olhos. É como beber um bom uísque em seus beijos, onde me apaixono incansavelmente por você. 

Preciso aproveitar enquanto você quer, não quero viver para sonhar sozinho, pois meu sonho é ter você ao meu lado.


quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Cinco da manhã de um novo dia...

Talvez eu tenha bebido demais e tenha feito a maior merda da minha vida, ter deixado você ir embora. Você não seria capaz de me amar novamente, eu sou um demônio, caminho pelas ruas. As luzes se apagaram em São Paulo, vejo as velas acesas enquanto caminho pela chuva, não deixo de ser um demônio e não me perdôo por você ter escolhido o caminho oposto. Você não seria capaz de me amar novamente.

Os tempos eram outros, a preguiça nos contagiava no domingo, não levantávamos para nada. Sutiã no chão, você com a minha camisa, nó da gravata frouxa, me imitando, me chamando de advogado do Diabo. Tola, eu sou o próprio demônio, despedacei o seu coração, enfim, é isso o que fazemos com anjos como você. Talvez eu não tenha nascido para apreciar uma boa manhã de domingo, mande avisar o mundo inteiro. Mulheres, me encontrem num bar, mentirei para vocês e enquanto vocês caem em minhas falácias, fingirei ser o melhor dos homens, falarei do meu escritório e de como sou prepotente no mais alto prédio da Avenida Paulista, contarei vantagem e direi que o brilho dos seus olhos são como a lua. Blá blá blá, não te prometerei nada em troca, apenas mentirei lhe permitindo ser especial.

Talvez eu use isso como defesa pessoal, espalhem a notícia, eu caminho sozinho pela noite novamente, eu gosto da chuva e da classe alta da cidade. Mande avisar que a partir de agora eu só uso gravatas pretas, estou de luto por ter perdido o mais lindo anjo.

São cinco da manhã de um novo dia, estou mais uma noite sem dormir, este é mais um dia sem sol.

domingo, 9 de novembro de 2014

Enquanto ela resolveu partir...

Você prometeu ficar, mudou a cor das cortinas, me fez beber vinho tinto seco; maldita, onde estão as garrafas de meus uísques dezoito anos que por anos conquistei com tanto labor?

Ela levou meus livros, a geladeira está vazia e minha perspicácia pelo amor se esvaiu. Talvez entende o seu lado egoísta, talvez, inclusive, entenda o motivo de que tenhas partido, só não aceito. Bem, meus pensamentos estão uma bagunça, sinto falta de seu cabelo loiro em cima do meu peito. Sinto falta do café na cama, você disse que seria para sempre. Maldita, e aquele papo infame de que tu só me deixarias se o lado bom fosse menor do que o ruim!? Não negues o doce sabor da partida, me acostumei à viver sem vossa presença, excelência. 

Não gritei aos ventos, permaneci em silêncio, ocupado e rude, não permiti que nenhuma outra ilusão ocupasse seu lado esquerdo na cama. Você detestava ficar do lado da porta, pois é, eu não esqueço. Não aceitei sua partida, isso me deixa puto, eu sempre faço isso; divago nos domingos chuvosos, penso em retaliação, mas simplesmente não aceito. Bom, você sabia que eu não prestava, que eu detestava shoppings center's e que não participaria de suas reuniões, porém estive ao seu lado, simpático e cético, aliás, estive ao seu lado usando gravata e polo de marca. Porra, detesto usar tênis e jeans nos finais de semana, eu gosto de chinelos e botas para minhas trilhas, você fingiu entender e partiu alegando entre N motivos, esse, o principal. Fui fiel, mas não tratei isso como conquista, fiz mais do que a minha obrigação.

Quando tu partistes, fiz o que sei fazer de melhor: bebi como se não houvesse amanhã, sai de madrugada para talvez te encontrar, tropecei em semáforos vermelhos. - AH PUTA QUE PARIU COM ESSA BUZINA, PASSE POR CIMA! - Superei, menti para mim mesmo e chorei no chão da cozinha enquanto alimentava nosso bulldog inglês, aprendi a cozinhar pelo youtube, queimei o maldito arroz, fui em nosso restaurante, a maldita garçonete perguntou de você, explanei aos ventos que você, a maldita, já havia partido, havia se posto fora de minha vida. Vá ao diabo.

Perdi todas as fichas quando apostei em você, mandei fechar o cassino e perdi, a banca ganhou. No contrato do amor eu esqueci de ler as entrelinhas, quando o contrato desfez, eu arquei com as dívidas.

A vida tem dessas coisas...


terça-feira, 4 de novembro de 2014

Sobre desculpas...

Há tempos me protejo, guarda alta, bebo com os amigos e fujo dos problemas. Com problemas, digo: relacionamentos sérios. Okay, não sou hipócrita, às vezes eu me apaixono, deixo as coisas fluírem naturalmente, são azes da vida, água potável no mar, com isto digo, porto seguro à ancorar.

Não me surpreende o fato de manter a guarda alta, porra, sempre que abaixo, jeb e direto, jeb e direto. Sofro com desdém e desculpas, oras, quais sejam, seriam sempre motivos fiéis para sempre permanecer só, ou realmente preciso de alguém ao meu lado. Será que alguma companheira aguentaria 10km de trilhas e marimbondos a todo instante!? Estou brincando, essa não é a questão.

Me apaixonei e baixei a guarda, não aguentarei 12 rounds...

 Não questiono o fato de sorrires aos ventos uma felicidade não compartilhada comigo, tampouco o brilho de seus cabelos que reluz ao sol, mas sim, a forma com que reproduzes a insistência em permanecer-te longe de mim. Porra, a ideia não é dificultar e criar desculpas, cria-se soluções para problemas, faça-os desaparecer. Caso esteja com problemas referente a isso, peça minha ajuda...essa é a lei máxima da vida, pedir ajuda para seguir em frente.

Doce ilusão...nocaute, fui à lona outra vez.