quarta-feira, 27 de agosto de 2014

sobre as mulheres que vão embora...

Não sou um cara bom, já tentei ser, aliás, finjo ser, sou bom no que faço. Conquisto e vou embora, Santo Antônio ainda não sabe, mas salvarei o mesmo de todos os afogamentos, pois quando abandono uma mulher, por incrível que pareça, ela se torna em uma mulher unicamente perfeita e feliz ao lado do amor da vida encontrado no meio da multidão. 

Algumas voltam, estou cansado de dar atenção nas madrugadas perdidas, mas algumas voltam com muitas desculpas, parecem até as mesmas desculpas que uso, mas eu uso para conquistar, elas usam para mentir e me ter de volta. Quando estou bêbado encaro isso com tranquilidade, por isso prefiro estar sempre assim, quando estou sóbrio perco mais um possível amor, sim, duas noites de amor, algumas até três. Sou como um vento, não vim para ficar, eu simplesmente passo e vou embora.

Não sei o que me torna ilegal, imaturo ou qualquer sinônimo negativo, mas sou assim, me julguem e esqueçam que mesmo estando comigo vocês estão com alguém e de repente aparecem casadas.

Santo Antônio, precisamos conversar sobre negócios...

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Sobre reencontros...

Anos atrás te reencontrei, a cor do cabelo havia mudado, aliás, o corpo também, mas o sorriso...ah, o sorriso continuava lindo, sabia sorrir como ninguém, os olhos sorriam e mudavam de cor a medida em que ia falando sobre a vida. Não entendi uma só palavra, viajei, fui para longe, fui para a lua e voltei, ela ainda falava, mexia nos cabelos e fazia com que eu me esquecesse de todos os problemas, sem dúvida alguma, ela sabia sorrir como ninguém.

Um até logo, e-mails trocados, dobrou a esquina  e coloquei meus fones de ouvido, sai cantando, batendo em minha bateria imaginária, Jorge Ben, "oba...lá vem ela", não olhei para trás, senti vergonha caso ela tenha dobrado a esquina, mas tenha pensado em voltar para me dar um abraço, baqueta na bateria, eu sou o melhor, nasci para esta garota.

Sobrevivi por ruas escuras, dias turvos e malacabados, chovia sem parar enquanto não recebia um e-mail em meu endereço eletrônico particular, maldita, esqueceu de mim, mais um papel em meio à tantos outros, fora esquecido como se fosse um batom velho dentro de uma bolsa feminina, vinte quilos de tralhas, no mínimo...

Mandastes um e-mail, respirei e esperei o pior, uma longa confissão, sorriso no canto da boca, li tímido, porém naquele instante soube que seria minha. Sofri muito, fui traída, não confio em ninguém, você não era uma pessoa tão boa e blá blá blá... Isso porque nem contei minha história, deixei sofrer e falar, mulheres gostam disso, apenas escutei.

Cafés e jantares, gestos simples ao te deixar em casa, um encontro ou dois, boa noite e durma bem. Hoje estamos completando 5 primaveras, e por todo esse tempo, todo esse tempo maluco que perdura eu sei, que a única certeza, é sobre sorrisos, os meus são seus.

Hoje nós tocamos bateria juntos e ela ri como uma doce criança, e eu rio como o dia não fosse terminar ao lado dela, minha doce menina.

domingo, 17 de agosto de 2014

...mas é minha

Perdi todas as minhas noites de paz a partir do momento que essa mulher de 1,62 pisou em meu apartamento. Cabelos pretos, saltos discretos, batom vermelho. Sim, batom vermelho. Me trouxe insônias ardis, as taças de vinho estão sempre vazias, cacete, às vezes a gente esquece que malandro também ama, estou há meses vivendo exclusivamente para nós dois, hoje eu fiz o jantar, a sobremesa nós fumamos na cama. Sim, após amor carnal, cravado em minhas costas, marcas em meu pescoço, corpos suados dispostos ao infinito. O dia pode raiar, doce menina, quero você em todos amanheceres. Seu corpo é meu, meu guarda roupa parece ser seu...

Nesta terra de ninguém, onde poucos heróis existem, onde aos poucos os homens de bem somem, se esvaem, ela me elogia, diz que fecha os olhos tranquilamente, pois sabe que estarei lá no dia seguinte, ela confessa isso para mim sem ter medo de me perder; gosto de sua sinceridade. Para falar a verdade, fecho os olhos e muitas vezes ao abrir ela está lá, lendo alguma coisa ou preparando o café na cozinha. Muitas vezes, por saber que minha insônia é uma merda, na ponta dos pés enquanto se prepara para ir trabalhar, sim, não estou dormindo, e talvez ela saiba, então apenas observo a forma sútil que transforma seu lindo rosto em suas maquiagens fortes, novamente, batom vermelho. Cada lingerie colocada eu posso sentir que és especialmente para mim, posso sentir que estou dividindo a prateleira com a mulher certa, pois sinceramente não conhecia felicidade antes de sua presença, e por mais incrível que pareça, não sinto saudade alguma de ser feliz sozinho, como costumava ser, ou fingia ser para parecer forte.

Você é estranha, mas é minha.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Só minha...

Calor durante a madrugada, frio ao acordar e olhar para a janela, já estávamos atrasados para o trabalho, não me importei. Sua voz no meu ouvido, esqueci todos os meus problemas, seus olhos pretos sobre mim, sua boca expurgando o vermelho paixão, fogo nas cortinas do quarto, minha doce menina, só minha.

Levantei e preparei nosso café, tranquei a porta e joguei a chave pela janela, sou maluco, mas não era assim antes de te conhecer, sonhos reais, os treze graus da São Paulo fria não nos atingirá, não até sentirem nossa falta, talvez jogue os celulares também. Ela ri como nunca, fecha os olhos e boceja, pede minha presença na cama e mais uma vez nós esquecemos do mundo, perdemos a noção do espaço, alucinada e exuberante, os ritmos que ardiam sem pudor nos transformavam em mares turvos, feições até então desconhecidas criavam traços, traços que eram só meus, traços da minha doce menina, só minha.

Café quente, cigarro e edredom, filmes sem graças que nos fazem rir, estarrecidos. Claro, estamos com medo, nunca vivi de forma louca, nunca sequer imaginei que isso seria real, pois nunca acreditei que isso poderia acontecer, tolo, me julguei feliz ao ser sozinho. Ela pede para ficar mais alguns dias, celulares desligados enquanto nossos corpos se entrelaçam mais uma vez. Ah...minha doce menina...

...só minha.