quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Só minha...

Calor durante a madrugada, frio ao acordar e olhar para a janela, já estávamos atrasados para o trabalho, não me importei. Sua voz no meu ouvido, esqueci todos os meus problemas, seus olhos pretos sobre mim, sua boca expurgando o vermelho paixão, fogo nas cortinas do quarto, minha doce menina, só minha.

Levantei e preparei nosso café, tranquei a porta e joguei a chave pela janela, sou maluco, mas não era assim antes de te conhecer, sonhos reais, os treze graus da São Paulo fria não nos atingirá, não até sentirem nossa falta, talvez jogue os celulares também. Ela ri como nunca, fecha os olhos e boceja, pede minha presença na cama e mais uma vez nós esquecemos do mundo, perdemos a noção do espaço, alucinada e exuberante, os ritmos que ardiam sem pudor nos transformavam em mares turvos, feições até então desconhecidas criavam traços, traços que eram só meus, traços da minha doce menina, só minha.

Café quente, cigarro e edredom, filmes sem graças que nos fazem rir, estarrecidos. Claro, estamos com medo, nunca vivi de forma louca, nunca sequer imaginei que isso seria real, pois nunca acreditei que isso poderia acontecer, tolo, me julguei feliz ao ser sozinho. Ela pede para ficar mais alguns dias, celulares desligados enquanto nossos corpos se entrelaçam mais uma vez. Ah...minha doce menina...

...só minha.

Nenhum comentário: