terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Ponto final

Não ter você faz parte das minhas despedidas, e hoje despeço mais uma vez, mesmo querendo ficar. Ainda não acredito em como essa história chegou ao fim, não sei porquê nos coube tantas falhas e planos jogados ao léu, o vento nos trará novas esperanças, que renove-as para ti também, mas hoje foi a última vez que fechei a porta e sai, não espero voltar.

Tentei te surpreender, pegar-te de guarda baixa e simplificar o quão difícil essa relação se tornou. Pedi a Deus para ficarmos juntos, todos são testemunhas, mas a sua mania de brigar com quem te faz bem me assusta, achei que estivesse preparado.

Eu não te desejo mal, inclusive, acho que está bem, com certeza está melhor que eu. Meu mundo caiu com algumas afirmações e revelações, achei muito depressiva certas atitudes.

Talvez seja o último texto, estragarei a parede de casa para isso ficar claro, não se há amor onde não se tem confiança, e olha, tentei; abri mão das coisas e trouxe-a para minha vida, instintos remotos e surreais. 

Se eu pudesse resumir nós dois, seria: tragédia! - por bem ou por mal, tentamos, mesmo errados, tentamos. Hoje você deixou bem claro o que quer, e eu respeitei, pois também não quero compactuar com sua vida, principalmente por você achar isso certo, errar em uma constante variável é burrice.

Distante de mim, seguirei em paz, não frequentamos os mesmos lugares, para minha sorte, você também não sabe andar de bicicleta, mas mesmo assim a culpa disso também não é minha, talvez seja o primeiro relacionamento que saio ileso de quaisquer culpa.

Pois é, não foi um relacionamento, antes que você pense e jogue seus quatro ou cinco cachorros em mim. 

Sem mania de perseguição, meus pensamentos diversificam o que antes eu não enxergava, estava cego e sem reação.

Preciso beber alguma coisa, estou sóbrio já faz alguns dias.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Nestas manhãs.

São meus olhos que aquecem seu corpo nestas manhãs cinzas de São Paulo, sem receios e inibições, principalmente depois de você abandonar suas desculpas falhas e resolver ficar comigo sem pensar no final, apenas um momento para a eternidade; eu, você e só, nesta manhã.

Talvez seja a nossa diferença, o jeito que você sorri, o jeito em que eu te pego no colo para dormir ou até mesmo das reclamações diárias sobre o seu corte de cabelo, a roupa certa para a devida ocasião, ou até mesmo as cores de seus esmaltes. Eu rio de alegria quando você compartilha tudo comigo, e sorrio ainda mais sincero sabendo que você está ao meu lado, que hoje (ao contrário de ontem) faz questão de ter minha companhia, de esquecer o mundo que nos cerca e ficar comigo, sem pensar no amanhã, o agora nos pertence e eu não quero sair da cama, a nossa preguiça está muito boa nesse domingo cinza, nestas manhãs em que nos perdemos é quando realmente nos encontramos cada vez mais.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Enquanto você se foi...

O tempo entre nós se esvaiu, e como uma breve chuva de verão você preferiu ir embora no final da tarde, entendi o recado e sorri com a nossa história. Em tempos assim eu redescubro significados, aprendo outra vez, afinal, você foi fiel às suas inseguranças e seu silêncio, respeitei.

Considerando essa mudança, ofusco minha visão, apago as luzes e finjo estar bem, rio dos nossos jantares e da forma em que você bebia o mais doce dos vinhos; lembro da primeira vez que veio em meu apartamento, sorrindo de canto se mostrou simpática e logo temi, pois essa mulher eu não conhecia, e nunca reclamei de todas as mulheres que você é, mas também não reclamaria de você com a guarda baixa. Ainda não entendi a sua distância e essa vontade de deixar o tempo passar, espero ainda estar aqui quando você procurar, mas não sei por quanto tempo.

E dentre todos os mistérios que eu poderia ter, você consegue solucionar com apenas um olhar, e enquanto me beija desconcertante já afasta em uma vergonha subitamente imprópria...na verdade prefiro você assim, mas enquanto você estava próxima eu me sentia mais seguro, é complicado não saber mais por onde você anda, é mais complicado não ter você andando comigo.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Sobre caminhar sozinho

Talvez esse tenha sido meu plano, amar enquanto há esperança de perder, e quando ter, livrar-te aos prantos, o âmago e a solidão irrisória que ostentas. Há tempos não sei ser de uma só mulher, o mundo é livre e permite-me com franqueza dizer, meu...apenas meu.

Tentei lutar contra meus instintos, seguir lado a lado com você, mas me perdi, mais uma vez preferi a liberdade de ir e vir, afinal, sou um andarilho sem causa, nômade com uma câmera na mão, preciso regular o freio da minha bicicleta, mais um ponto negativo para você, nunca sequer cogitou andar comigo, mas sempre cogitou os seus shows e pub's.

Sou um pouco parco, tento não me envolver, permiti você e depois de tanto tempo me vi livre, sinto-me aliviado, para bem falar a verdade; me escondo em um dos meus receptáculos e distante do mundo penso em paz, meu silêncio faz com que as pessoas pensem que tenho comportamentos ignóbeis, pérfidos e me condenam, como se eu fosse um réprobo nos tempos das cruzadas, pontífices destacam a rudez desalmada do meu peito.

Preciso parar de imiscuir certos objetos e olhar inexpressivamente à frente, pois a vida é pulcra, e jamais pode deixar que se quiete; assim seguiremos em paz em busca de algo melhor.

N/A: Último texto do ano e eu só postarei-o no facebook lá pelo dia 20, isso se eu não apagá-lo, muito obrigado por todo carinho recebido nesse ano; ano longo com algumas tristezas, porém muitas realizações, devemos seguir em frente, o melhor ainda está por vir.