sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Sobre o abandono...

Senti saudades suas e isso é tão evidente, é só olhar em meus olhos; são olheiras clássicas de alguém que atravessa as noites bebendo. Preciso viver e tenho entregado meus dias solitários ao âmago e aos prantos. 

Hoje vi o sol nascer, escutei os pássaros e esperei você me surpreender na primeira hora da manhã, são dez horas e eu estou atrasado para o trabalho, o ônibus vem lotado e o que parecia ser um dia bonito, desfez o céu, nuvens fecharam e a chuva começou a cair. É óbvio que estou sem guarda-chuva, morar em São Paulo é complicado, ainda bem que é sexta-feira.

Certas cicatrizes não fecham, ferida de amor desfeito, arrepios e sussurros em meus sonhos, éramos um só; colchão pequeno e roupas no chão, taças de vinhos na sexta-feira, sábado e um pouco do domingo... segunda-feira também não trabalhamos, decretamos feriado particular para nós dois, o tempo desfez, esquece o nosso amor, vê se esquece.

Talvez eu não saiba mais amar, não rencontro meu coração frio, quem dera pudesse escrever novos romances para nós dois, éramos atores principais a sorrir, levávamos a vida como um casal feliz, final infeliz.

Prometemos ser para sempre, e o laço rompeu, alegria é o que falta no meu coração, enfim... que surja novas oportunidades, afinal... o carnaval chegou.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Ocupado demais...

Eu esperei você voltar, o outono passou e o inverno veio forte pela minha janela. Chovia lá fora e eu estava ocupado demais para sair e procurar outros olhos e abraços, eu estava ocupado enquanto estava apaixonado por você, talvez eu ainda esteja enquanto brindo noites solitárias, enquanto leio meus romances italianos e saboreio minhas doses de um scotch.

Não sei por onde seu coração bate mais forte, talvez você ainda use à roupa preta, talvez esteja com seu coturno, sinto falta dele próximo ao meu sapato. Dane-se o orgulho, eu esperei você voltar, nem sequer troquei a fechadura da minha porta, a sua jaqueta e alguns dos seus brincos ainda estão aqui.

Sinto muito interromper seus sonhos, mas como você interrompe à minha vida, sinto o dever de algumas vezes te visitar nas raras horas de sono, ainda insones e turbulentas; talvez seja os gritos que não satisfazem minhas vontades, pois não é aqui que quero estar, não quero estar longe de você, eu não consigo evitar, meus caminhos são labirintos em minha mente e sempre que me perco, encontro o seu sorriso, e com isso encontro a depressão em meus copos, é tão óbvio essa minha fuga que por horas acho injusto não estarmos juntos. Por horas imagino sua voz, há tempos eu não sei sobre suas segunda-feiras.

As minhas são sempre preguiçosas, mas hoje eu não perco mais cinco ou dez minutos com alguém, ainda estou ocupado apaixonado por você.


segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Sobre as discussões de um recomeço...

Eu apenas observo o seu caminhar, grita por não achar à toalha; reclama da temperatura da água, e ainda se sente disposta em brigar com minha preguiça nessa noite de segunda-feira; ainda encontra motivos reais para me culpar sobre o chuveiro quebrado ou o quadro que precisamos pendurar na parede da sala, que por falar nisso, já combinei com um amigo meu de pintá-la no sábado. Eu deixo tudo para depois, talvez eu precisa rever isso também. Estamos juntos há 2 anos, e tu não encontras mais motivos para continuarmos juntos, e eu me esforço, ou não tanto. O café da manhã é feito, você reclama um pouco mais sobre a luz do sol que atravessa a cortina, ou a fresta deixada para entrar um pouco de vento para suas dores de cabeça, enxaquecas e afins. Talvez eu não seja tão atencioso quanto mereças, e foge da normalidade de caráter se eu simplesmente te abandonasse, mas não o faço, permaneço contigo pois acredito em nosso amor, e talvez ainda possamos nos salvar.

Nossos finais de semana são mais solitários, enquanto estudo, você lê algo que nunca lhe deu interesse, pinta algum quadro ou sai para dançar com suas amigas, eu não reclamo.

Mas por Deus, na nossa última discussão eu escutei de ti que eres uma condenada por estar comigo, quando na verdade me sinto abençoado por estar contigo. Se apenas nos cabe erros e você quer continuar aqui devemos então conversar e colocar o quadro juntos na parede... e você desde então sorri, pois o quadro além de ter ficado torto, a cor salmão da parede não ficou muito boa. E por mais que já tenha passado três ou quatro meses dessa nossa briga, hoje somos motivos para sermos felizes, principalmente por você ser entregue a mim, a rainha da minha noite. Os tempos mudaram desde então, mas precisamos arrumar o nosso quadro, e desde então não deixo mais a cortina aberta, quando abristes os olhos pela manhã, tudo se ilumina para nós, por nós dois.

Você é estranha, mas você é minha.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Você foi embora...

Mais uma vez estou bêbado, meu cigarro terminou e eu preciso atravessar a rua para comprá-los. Perdi o emprego, perdi meu celular em algum canto do meu apartamento e perdi você, perdi o que me fez vir até aqui, o caminho e o que me fez abrir os olhos de manhã...

Uau, já é de manhã, há tempos não durmo, talvez tenha perdido meu sono, talvez você tenha levado, não espero que esteja sorrindo, principalmente se tiver levado o meu sorriso também; não espero que sorria francamente por aí como se fosse capaz de ser feliz sozinha, ou com alguns dos seus amores irrisórios e surreais. Mentiras ditas em meus ouvidos, como pode fingir ser romance, quando na verdade era drama?!

Éramos amigos, brincávamos até quando trocávamos mensagens, perdi o abrigo quando te perdi, desde que você se foi, apenas chove, o tempo faz piada de mim enquanto eu não sou nada. Pensei em tê-la, seguir-te e solucionar nosso problema, porém ficar sozinho talvez seja a solução, você nunca partilhou do amor que tínhamos na cama, principalmente por me tratar apenas como apenas uma, duas, ou várias transas casuais.

Eu vou me distrair, vou engatilhar, mas não disparar... não faça caso, eu vou me perder, vou para distante do mundo, vou me jogar no mar e não vou nadar, vou me entregar a dor de não te beijar, nunca mais vou te encontrar...