quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

A luz se apagou

Acordei durante a madrugada e senti saudade do que nunca tive, você já estava dormindo, eu ia mais tarde, mas você insistiu para que eu fosse nessa madrugada, juntos, você pediu o beijo na testa, fez do meu colo o seu travesseiro, o tempo se perdeu para nós.. Você nunca precisa pedir, carinho nunca nos faltará. O sonho despiu, interrompido, não ia conseguir dormir, você sabe como sou, a insônia insiste em me ter.

Seu cabelo ficou ótimo, um pouco da cor clara em cima do loiro, definitivamente ressalta a beleza da boca carnuda, os beijos sempre foram os melhores, não tive tempo de elogiar, pouco conversamos e o diálogo dificilmente existiu para nós dois. Os dias antecedentes foram ruins, eu não sabia mais quem era você, precisei arrumar as malas e partir. Não tive coragem de escrever um bilhete, apenas parti.

Fui covarde, mas durante o tempo em que estávamos juntos tentei falar, tentei explicar o que sentia e o que realmente propus para nós dois, os planos divididos, muito além da nossa cama e das mãos entrelaçadas, éramos muito mais que isso.

Beijei sua testa e incrivelmente você sorriu ao dormir. No final, a vida é desapego, porém eu nunca tive chance de me despedir. 

Eu apaguei a luz pela última vez... 

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Doce ilusão de Adriana...

Enquanto Marcos e Cristina traiam seus respectivos namorados e afins, Adriana conheceu Roberto, com seu sorriso singelo, doce e meiga, fiel a Marcos levou no tom da amizade essa sutileza, esse encontro.

Doce ilusão de Adriana...

Adriana resolveu pegar um caminho diferente e depois de quatro anos, resolveu fazer uma surpresa ao seu querido Marcos, que aos beijos se despedia de Cristina naquela tarde chuvosa. Adriana não quis borrar o rímel, nem tampouco molhar seu rosto com a chuva fria que caía, friamente questionou para Cristina logo após a saída do amado:

- Lindo casal, quem dera eu, sou escritora e fiquei encantada com vocês dois aos beijos, nessa felicidade, gostaria de escrever essa história, só esse momento.

Cristina indagou em seguida:

-São dois anos juntos!!! - Respondeu a loira impiedosa, mostrando o brilhante caríssimo nos dedos. - Nós iremos nos casar, pode escrever em seus romances.

Adriana saiu do lugar, FILHO DA PUTA!

Aos prantos o doce sabor da vingança, o espelho quebrado e cortando seus pulsos, o fim faria Marcos cometer suicídio, porém antes o traiu, criada uma nova mulher, criada um monstro daqueles perfeitos, sem pontos fracos.

Adriana e Roberto saiam pelos motéis da cidade, suítes presidenciais que arrepiavam aos toques do tornozelo até a nuca.

Doce Ilusão de Adriana...

Adriana agora era amante de Roberto, com a qual Roberto noivara de Cristina antes mesmo da própria noivar de Marcos. Mundo louco, insano.

Adriana vive bem, gosta de passar o natal com Roberto no dia 23 de Dezembro, gosta do réveillon que vem somente dia 2 ou 3 de Janeiro. Fria e independente, se diz mulher. Sozinha finge rir, coração seco de outono, solitário. Adriana paga um preço caro por ser meretriz.

Doce ilusão, Adriana não existe mais.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Poesia de Maria

Já são oito da manhã, preciso de uma ou duas xícaras de café, pois dormi muito mal. Estou satisfeito em ter-te em minha vida, só espero uma chance de você ser só minha e seus pensamentos serem somente meus.

Eu nunca fui tão feliz, quissá fui feliz um dia, você é minha cafeína, me mantém acordado enquanto o vício se torna único, viciado em seu olhar azul, viciado por você em todas as situações. Amor, você é tudo o que procurei, deixe-me aproveitar, historiar com você, olhar em seus olhos e tê-los pra mim. Maria, eu preciso de você.

Abra a porta, trouxe minhas coisas, está frio aqui fora, quero seu calor, preciso do seu corpo junto ao meu, preciso provar do seu suor, desbriar em seu seio, encontrar as lacunas para você só pensar em mim, suspirar o silêncio das palavras, ser apenas uma palavra, sermos apenas um ser.

Nasce de uma amizade e a história se completa, é inocente e de repente sorrir se torna reluzente, transparente, vejo seu coração bater acelerado, disponível e isolado. O mundo se isolou, deu-nos licença e passagem, vamos caminhar juntos desde então. Para eu ter o mundo, basta ter Maria, primavera de um novo dia. 

São oito horas da manhã, preciso de um café, preciso de Maria.


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

A dor da perda cicatrizou

Faz tempo, seis meses talvez, não sei se o seu cabelo ainda é preto, nem se discute sobre futebol. Ainda discute com as meninas da sua faculdade? - Você detestava direito civil, apenas como comentário pessoal, aprendi a gostar.

Enquanto éramos casados vivíamos os outros, poucos e vagos momentos que eram nossos, massagens na nuca durante algumas terças-feiras e sua preguiça habitual nas sexta-feiras que sobre meu colo se repousava, nosso bulldog também não nos dava espaço, ele deve estar gordo como de costume, não?!

Resolvi partir, sabia que era um erro, eu insisti e apostei em sua mudança, no fundo sabia que a culpa era minha, sempre foi minha até quando o chuveiro queimara, ou mesmo quando comprava flores, você sempre detestou flores, o problema sempre foi meu.

Gosto do jeito que dança, mas nossa valsa postou o marco final, se ruiu. Tínhamos o hábito de tomar umas cervejas juntos, mas enquanto estávamos juntos ela parecia quente, malte seco, opróbrio ao meu querer, não conseguia mais gerir nada, muito menos o nosso relacionamento.

Vai chover por aqui, lembro da nossa primeira chuva, foi a última que te vi sorrir, não suplicarei a sua volta. Mas vamos supor, se voltasse: O que realmente mudaria? O que estaria disposta a fazer para mudar?

...

Rasguei o bilhete e joguei no lixo, não mandei nenhum e-mail, nem tampouco fui à faculdade dela. Não sorriremos mais juntos, forcejarei para te esquecer.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Sempre Juliana...

Deixa uma dose na mesa, qualquer doze anos serve. Saia daqui, não quero perder tempo com você, fingir que és a mulher perfeita, na verdade és nota seis, apenas me satisfará nesta noite, talvez na próxima.

Preciso de outra dose, pois gosto da forma que o saxofonista toca, gosto dos acordes baixos, me lembra Juliana e ela gostava de chorar no travesseiro ao escutar essas músicas, Juliana nunca chorou de verdade.

Um dia me levou o verão, ela não percebe que és má, que és perniciosa, dona de persuasão criativa e idônea, és baixa, corto cebolas desde então, melhor desculpa para chorar não há. Juliana é insensível, PORRA Juliana, até quando vou me perder nas noites, você precisa voltar e irei buscá-la. Maldita, foi embora para o inferno, não deixou nenhum bilhete.

Juliana gostava dos pássaros pela manhã e acordava de bom humor nas segundas-feiras, coava o café em algumas madrugadas, fugia das rotinas enquanto passava a madrugada acordada e trabalhará durante o dia seguinte. Adorava friends e me acordava para assistir;

todas as noites peço uma ou duas doses, ela gostava desse bar, há de vir pra cá de novo, pois a bebida não tem fim e ainda não consigo pedir uma dose de Juliana.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Pelas noites

Seis travesseiros, uma só cabeça. Cama de casal é triste, muito tempo para uma só pessoa, uma solidão que sufoca e te deixa sem espaço, muito espaço é utopia.

A janela vive fechada, o sol não entra para brilhar no espelho. As roupas no chão estão sujas, sem lingeries, sem música no player, o cinzeiro está cheio, os copos estão vázios.  

Fazem vinte dias, mas parecem vinte anos. Jazias o peso do âmago, o coração bate fraco no fundo da gaveta. Meu celular não toca mais, sinto falta das mensagens de bom dia, sinto falta de beijar a sua boca e desejar boa noite, bons sonhos. 

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Pelas madrugadas...

Não tenho dormido e culpo o whisky, culpo a falta de espaço em minha mesa lotada de papeis, vida de escritor é sofrida. Larguei a advocacia, minhas crônicas estão rendendo dinheiro.

As madrugadas são longas e o sono está presente somente em meu corpo, as luzes são fortes e marcam os postites grudados por toda parede, são lembretes, são lembranças, às vezes abro suas fotos e me delicio com seu sorriso, com seu olhar.

A distância está na imensidão dos oceanos, amar é complicado e o seu amor é ainda mais, costumo não desistir das coisas, nem mesmo da advocacia, mas confesso que as crônicas diárias estão me rendendo dinheiro, os jornais me ligam e marcamos reuniões, eu sempre falo que tenho uma noiva, ela viaja muito a trabalho. Ela nunca está presente.

Muitas vezes sento e confesso segredos no túmulo de meu pai, bebemos sozinhos, como costumávamos fazer antes dele morrer, ele sempre foi um fiel ouvinte e hoje entendo às palavras que a mim foram confiadas que me tornaram um jovem escritor.

A pauta desta semana será a escassez das ligações, e como às mulheres ainda fingem se importar com o passado triste. Talvez elas ainda não entendam que todos os motivos criados dentro dos pensamentos mínimos são apenas pesadelos, medo de acordar é uma merda.

Eu preciso dormir, mas antes fumarei um cigarro.

N/A: Honestamente tenho medo deste texto.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Sobre amores no carnaval



O fim da harmonia de todo aquele amor, entre flores mortas, colombinas e pierrôs. 

Amores falsos e sujos de carnaval, escolhidos pelo vento para saciar a sua vontade promiscua e imatura sem enredo. A quarta-feira de cinzas chega e te pega de jeito, desprevenida, chora, e sozinha mais uma vez. Como tempos atrás, quando por escolhas errôneas se fez solidão, tu és merecedora.  

Não me importo muito, sua vaidade fora embora por toda escola de samba que passou, junto inclusive com o novo amor que você encontrou, então nem adianta voltar e pedir lar, pois não acho normal você desfazer a sua máscara medíocre em meu colo, não darei a ti abrigo em meu colo quente, principalmente por ter achado o meu novo amor em uma madrugada, principalmente enquanto você fazia festas com milhões de foliões perdidos a luxúria.

Eu fiquei por aqui, comemorando o novo amor, e agora que a ilusão acabou, às cinzas vieram. Desta vez sim, o ano começou pra mim. Quero acreditar que o ensinamento dentro de nossos corações sejam partilhados, principalmente por ela ser igual a mim, principalmente por ser feliz e estranha. Pode até ser estranha, mas é minha, és a rainha da minha bateria.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Capítulo 3: Andressa, a mulher da minha vida!

Quando tinha Andressa em meus braços, sabia que não era por inteiro. Eu não a tratava como única, nem seus lindos olhos me detinham. Eu precisava respirar e nunca quis perder todo o meu ar com ela na cama, sempre fomos nota seis e meio.

Antes de morarmos juntos não sabia o transtorno que seriam as brigas incansáveis por toalhas molhadas deixadas na cama, ou às vezes que respingavam o xixi no chão, próximo ao vaso sanitário. Sou homem cacete!!! Nunca reclamei das calcinhas, ou de almoçar enquanto ela fazia as unhas do pé na mesma mesa. Não digo isso enquanto bebo, ou arrependido por ter dado dois tragos em um baseado trazido da Europa.

Ela se foi, e tão sereno me pus consciente, pensamentos trazidos ao presente: Quero essa mulher de volta.

Não sei explicar, mas só cultivamos o pior, em momento algum tivemos o que éramos antes de morarmos juntos. Sujamos água com sangue, não a transformamos em vinho.

Andressa sempre tentou explicar, acabei misturando as coisas, tornei tudo complexo e não consegui compreender tão falhos eram meus erros, tão distante as brigas tornavam, eu simplesmente deixava ela na cama e saia para beber, gostava das prostitutas, me sentia livre nas noites, e mesmo chegando de madrugada, ao vê-la nua dormir, jamais quis roubar o lençol e tentar fazer as pazes por ali mesmo, igual todos os casais normais.

Andressa chorou ao partir, talvez ainda exista amor. Porra, preciso aprender a amar, vou me recompor, fazer as barbas e encontrar ela amanhã cedo, ela ainda não sabe disso. Não tenho planos, mas quebrei os quatro telefones que ela tanto reclamou, preciso dela aqui. Andressa há de querer, cigarros e drogas não fazem mais parte da minha vida, levarei flores; flores não, levarei um bombom, ela gosta de chocolate branco.

Farei uma cópia da chave do meu apartamento, ela entenderá o recado...

Anoiteceu, a máquina de costura está ao lado do meu notebook, os desenhos estão por todo lado, lingerie vermelha refletindo no espelho?

- Andressa voltou!

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Capítulo 2: O trabalho afetando a minha vida...

Não sirvo para o ramo publicitário e entre os vários comerciais que dirigi e estive a frente, percebi que as estrelas semi-nuas não gostam muito de atuar e ganhar dinheiro assim, elas não gostam muito de trabalhar pesado, elas preferem suar na cama. Todos os contatos, logo após as contratações das mesmas, em minha mesa chovia cartões de flats. 

500 reais uma hora, 2000 mil reais pernoite, por ai vai... Logo comecei a fazer as contas, não me dava ao luxo de pensar no clichê delas se encantarem com o cachê recebido nas propagandas.

Nasci para o jornalismo, faço de conta que sei escrever algumas pautas, e por ter 26 anos e ainda ser indeciso, o estresse me afeta e isso transpareceu para Andressa. Que namorada gosta do trabalhador em tempo integral, inclusive aos domingos e feriados?

Andressa faz moda, e enquanto os desenhos dela são jogados pela casa, consigo entender um pouco das cores primas postas em seus vestidos, ela realmente tem dom para a coisa, ela é tão perfeita; não à culpo de ter ido embora.

Complicado ter certas lembranças, principalmente pelas coisas que não tínhamos, desde um início imperfeito. Minha cabeça confusa te deixou partir, logo não me vejo mais no espelho, nem tampouco consigo encarar alguma mulher na rua que tenhas os olhos verdes como o seu.

Talvez a única verdade seja essa, realmente, juntos, nunca fomos certeza.