terça-feira, 28 de outubro de 2008

A noite passada

Já passava das três horas da manhã, madrugada de domingo e a insônia tirava esse jovem rapaz da cama. Seu nome era John Peter, com um copo de whisky em mãos, fumando um cigarro de menta, olhando a chuva cair de sua janela na cobertura de um apartamento da alta sociedade da orla Carioca.Ele, um executivo bem-sucedido que prestava inclusive serviços comunitários, tinha uma vida ótima. Muitos empregados, carros, alguns iates e algumas fazendas que deixará a conta para seus pais. Porém as coisas não estavam bem para John, recém separado de um noivado de 8 anos. Já não estava mais acostumado a viver nessa solidão. Ele havia percebido que suas noites em uma casa de diversão¹ foram o preço mais alto que alguém podia pagar na vida, sua ex então foi embora quando descobriu os pulos do então noivo, feliz e bem de vida. É claro, a vida não parou pra ele, mas de qualquer forma as noites, a rotina no trabalho e os remédios contra stress ficaram cada vez mais marcantes em sua vida. Começou então a perceber que não era o mesmo sem a mulher do lado, percebeu que construiu aquele império com ela ao seu lado. Sabia que precisava de uma ajuda da mesma forma que sempre teve quando ela estava ao seu lado. Decidido então, foi procurar a mulher. Foram dois longos meses de procura, quando não tinha mais esperanças, se via fechado em um flat comprado na cidade de São Paulo. Os dias chuvosos, complicados e com a sensação imensa de solidão em seu coração fez John se jogar no mundo das drogas. Não, não eram drogas comuns o negócio dele era outro, ele queria algo para afundar cada vez mais com sua vida. Comprou alguns espelhos e colocou-os no quarto, onde comprou uma cadeira e correntes para o acorrentar e se ver ao menos no espelho, para ver se realmente reconhecia aquele monstro que havia criado. Eis que toca o telefone e uma notícia nem tão boa para John. A morte de sua amada em um acidente de carro há duas semanas atrás. No telefone o detetive disse que a moça havia bebido muito e pego a rodovia Dutra sem sentido, quando em uma curva perigosa de baixa velocidade dormiu ao volante. John tinha tanto ódio de si mesmo que ao se ver no espelho o quebrou com um soco, com a mão cortada pegou um pedaço de vidro e cortou sua garganta. O sangue jorrou em todos os espelhos daquele quarto, um crime que ele mesmo cometeu, quando se tornou um cara poderoso, mas se esqueceu que dinheiro não é tudo e o bem material acaba, mas o amor não.


N/a: Confesso, está sendo difícil escrever, mas obrigado a todos, são poucos, mas fico feliz com a presença de vocês. Podem me mandar os blogs, vocês pararam de me mandar pessoal, me mandem os links que sempre vou estar presente. Beijos e abraços a todos