domingo, 28 de setembro de 2014

Por nós dois...

Hoje estou bem, sei a cor dos seus olhos ao acordar, sei que o aroma de café que atravessa nosso apartamento vem das margens do Rio São Francisco, que sempre com todo o cuidado você vai comprar, sei que aos poucos você se torna cada vez mais moradora do meu coração, aliás, há tempos não sentia tamanha emoção. Por incrível que pareça, você foi a melhor escolha que fiz, digo da vida, não só em questões relacionadas a relacionamento. Ela tem o cheiro da manhã nas mãos, e o cuidado que nunca houverá em ninguém, enquanto trabalho faz cafuné e silêncio, deita nua no sofá para me estigar, impossível resistir.

Nossas histórias são trocadas como sussurros em nossos ouvidos e cada vez mais nos perdemos em labirintos tão nossos que não desejamos partidas, nem tampouco salvações, é excelente estar perdido contigo, eu não preciso me encontrar, pois já encontrei você.

Apenas tu sabes como permanecer bela em plena segunda-feira, e eu reparo nos detalhes que fazes para me agradar, pois você migrou para o meu corpo e quando puder perceber já era tarde demais. Tu eras o que nunca fostes, e quando me envolve, permaneço estático, pois também hoje sou alguém que nunca sequer imaginei ser.

Tudo por você, pois a cada segundo que se passa e você não está ao meu lado, é cada segundo de vazio que perfura o meu coração, e cá entre nós, no começo eu até fingi não me importar, mas de repente nós dois já éramos um só, e para bem falar a verdade...quando me perdi foi que encontrei você.

domingo, 21 de setembro de 2014

Depois do seu Adeus



Estive ausente, há tempos sinto que aos poucos perco meus amores. Culpei Deus por isso, sempre vou ao bar e sento no mesmo lugar, o garçom já sabe o que trazer, raras vezes ele me questiona sobre eu esperar alguém ou não. Eu digo que não, porém sempre esperei você voltar, culpo Deus por isso também. 

Várias doses enquanto bebo sob meia luz, pensamentos vão de encontro ao nosso ninho de prazer, suas pernas entrelaçando as minhas, espasmos finais, éramos frizz, arrepios do cóccix até a medula, nua em pelo enquanto meu corpo não pedia licença para te possuir. As minhas mãos conheciam o caminho, sem pressa para atalhos, o suor do seu corpo na minha boca enquanto você gritava e gemia palavras que nunca mais serão ditas por ninguém. Tola, você deveria ser minha mulher, aliás, você foi a única que realmente amei, talvez tenha sido por isso que aos poucos perdi meus amores. 

Hoje me conformo, coloquei minha vida em órbita novamente, exceto pela bebida, essa eu não faço a mínima questão de me livrar, porém é foda imaginar que talvez você esteja feliz por aí. Enfim, superada essa guerra pessoal em um infinito particular, permaneço incólume, por mais que seja supérfluo dizer isso.

Tentei seguir um roteiro para amar, porém esqueci que o amor não é escrito.

Foda-se, permaneço bêbado como de costume...


N/A: Mais um texto que leva uma foto dos meus amigos da All Contrast, acessem o facebook e curtam a página dos caras, pois eles mandam bem demais!  https://www.facebook.com/AllContrast?fref=ts

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Maldita sejas...

Se soubesse que meu coração sangraria tamanha pujança, se eu realmente soubesse que jamais nasceria sol, não deixaria você partir, presa em minhas mãos se esvaiu por entre os dedos. Ah, Thereza, por onde andas que já não sei mais quem és!? Partistes e levastes o meu encanto, malditos olhos negros como a noite, incríveis cabelos longos e cheirosos nos abraços perdidos na rua escura atrás da faculdade. Amor vadio, talvez, mas era o amor que sempre sonhei. Eu era vagabundo, sentava no fundo da sala, eu sempre estava bêbado, bêbado de amor por Thereza...ela vinha rindo, jogando seu charme para todos. Malditos, ela era só minha; Puta que pariu, detesto lembrar destas cenas. Sonhos de valsa enquanto conversávamos sobre a vida, eram duas ou três horas da manhã, perdíamos o espaço, perdíamos o tempo necessário para alcançar os mais simples objetivos da vida, nossa principal meta era amar. Maldita Thereza!

Os lamentos que tenho são os mesmos de um coração partido; não dei valor e fora embora aos outros braços, és feliz pelo que sei da boca de terceiros, malditos também, me entristecem ao lembrar desta maldita história, deixe-a viver, façamos com que eu viva também, mundo hostil e inóspito, já não habitas mais.

Maldita Thereza, que sejas feliz, amei sem precedentes, como se fosse um epílogo em minha vida, mas partiu sem sequer deixar um bilhete, só me restaram saudades.

Estou sóbrio desde então, por isso tenho vivido infeliz. Maldita Thereza!


terça-feira, 16 de setembro de 2014

Sobriedade inquieta...

Estou sóbrio há alguns dias, perfaço meus planos e metas, aos poucos tenho alcançado meus objetivos. Okay, nem tão sóbrio assim, sou uma farsa em relacionamentos, por isso tenho algumas válvulas de escapes, mas não deixo de pensar em como seria se você estivesse ao meu lado, fique tranquila, você será lembrada. Talvez você tenha sido o relacionamento mais perfeito que eu não tivera, te amei calado e distante, minhas linhas são falhas e tortuosas, amar calado...não sei o que isso significa.

Pressenti você voltando ao meu apartamento, algumas noites resolvi não trancar a porta, fumei dois becks antes de dormir e logo o final de semana se acabou. Mais uma vez, sóbrio há algumas semanas, tenho caminhado calado em busca do meu melhor, há dias não para de chover, tenho saído às 22 horas do escritório. Sim, você detestava o meu trabalho, hoje detesto sozinho. Aliás, de todo o tempo que perdi ao ter-te ao meu lado, eu só me arrependo dos livros que você levou embora, dos discos que não estão mais aqui, meu sorriso não era feliz contigo, nunca sequer consegui ser feliz com alguém, por isso não te culpo, por isso não sei definir o amor que acreditei sentir. Às vezes penso que não tenha sido amor.

Mais becks e cafés, a insônia persiste em me acompanhar, essa sim, fiel e sombria, sempre calada, pois o silêncio persiste em fazer um barulho ensurdecedor em minha mente.

Ah...já foram tantas pelas quais já sofri e já fizera sofrer, Martinho que cante, pois ainda não me acostumei a viver assim.

Estou sóbrio há alguns dias, isso precisa terminar...

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Sobre doses de solidão...

Um ano sem Priscila, sem seus olhos de mel toda manhã, sem saber sequer por onde tenha esquecido as chaves antes de ir embora. Bolsa lotada de tranqueiras, sonhos por todas viagens que fizemos juntos, um ano sem Priscila. Talvez eu tenha partido também, meses estudando em outro país, sequer deixei a chave na portaria, já dizias, era moradora em meu apartamento também, menti.

Talvez tenha casado, fui tolo e não propus, nunca me preocupei em não ter ninguém, mas há dias vou ao mesmo bar e peço duas ou três doses de solidão, não culpo Priscila. Inverno quente, pouca chuva, e da janela do meu escritório, paro e respiro, penso pela primeira vez em procurá-la, há de vir até a Avenida Paulista por esses dias, pois pensei em ter-te ao meu lado dormindo em todas as luas. Tudo nos conformes, como manda o figurino, de acordo com meu horóscopo, outro vício pífio que adquiri ao não ter Priscila.

Que sorrias por onde passar, que dissipe todas as maldades provindas de tolos como eu, pois se eles soubessem, ah...se eles soubessem o que Priscila realmente és, nunca deixariam escapar por entre os dedos, eu seria de Priscila e ninguém mais...

domingo, 7 de setembro de 2014

Sobre o orgulho

Não confio em quem bebe café, principalmente quando não se importa com maquiagens e batons vermelhos, não confio porque gosto delas assim, principalmente nos altos 1,64 depois de uma noite sorrindo por aí. 

Eu detesto me apaixonar, sofro calado e de maneira lúgubre, retorno ao árido gosto turvo  de mais um desamor, sou expert em não ligar no dia seguinte, não me considero uma pessoa má, mas simplesmente eu não aposto em uma mão ruim, e raras as vezes sou de blefar, aliás, ganhei duas mãos anteriores por encontrar você, porém, sofro calado.

Amor platônico é foda, há semanas não escuto sua voz e você é má, sequer deixa recados na secretaria eletrônica para que eu possa te ignorar. 

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Sobre o adeus de sempre...

Ontem enquanto divagava na minha terceira ou quarta dose de uísque comecei a pensar e talvez tenha chego a conclusão de que a culpa sempre fora minha, de que de todas que tive, realmente, a única que permaneceu comigo foi a insônia. Não nego, tenho um gênio muito difícil para certas situações, diga-se de passagem, não me esforço muito, pois prevejo os finais de formas ímpares, sou bom em solucionar problemas e escutar calúnias nos finais de relacionamentos; algumas esvaem toda raiva sentida e simplesmente entornam cantos ruidosos sobre mim, sou bom em apanhar calado, elas são boas em me culpar.

Hoje, seis da manhã, cigarro ao acordar, banho quente e nó na gravata. Rotina normal, metrô lotado, discuto com duas ou três pessoas, deixem os velhos sentar nos assentos preferenciais, porra. Sou chato, chamei atenção de uma arquiteta, engenheira, ou qualquer coisa que se refira ter aquele tubo preto com desenhos lá dentro; cinco minutos de conversa antes das baldeações. Telefones trocados, sorrisos e mentiras, um bar após o expediente de sexta-feira, já prevejo o final desse romance no sábado, talvez no domingo, às vezes dou uma chance para mim mesmo...

Prevejo calado a desgraça se concretizar, movo as montanhas enquanto estamos na cama, ela ri inconstante após o sexo, deita sua cabeça em meu peito e acaricia meu braço. Puta que pariu, como fazer ela partir agora!?