terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Enquanto estou por aí...


Atravesso o silêncio da madrugada e algumas vezes me sinto artomentado por motos e carros que de cinco em cinco minutos passam por aqui. Moro próximo a um hotel, o letreiro pisca e me cega, maldito Minhocão, é horrível morar no final da Avenida Angélica. Whisky puro enquanto peço perdão a Deus. 
Não sei, não nasci para aguentar pessoas rudes, já me basto. Estou caindo e não culpo ninguém. Esse sou eu, essa é minha vida. Colocarei a culpa nos outros sim, fora-se quem me julga. Não quero ter ninguém, nunca sonhei com isso. Não entendo as mulheres e nunca tentei entender; aliás, quando entendi uma medíocre maldita ela resolveu partir. Ainda bem que nunca mais me procurou. Mudei meu endereço, não tenho mais celular. Saio por aí e compro o sexo, mato o amor. Há tempos esse meu tempo não muda. Ainda não consigo pensar em ser de apenas uma mulher, sequer consigo ser meu.
Os dias passam...

Rezei, acreditei em Deus por alguns instantes. Não pedi nada, sei que ele está ocupado com coisas mais necessitadas, mas sei lá, é foda... tem sido foda conviver com essa depressão. 

As contas estão atrasadas, carta de despejo por baixo da porta. O chuveiro queimou, tenho tomado banho às vezes. Por ora, desde quando ela fora embora eu me permiti essa vida.
Preciso parar de beber, vou colocar minha mochila nas costas e sair por aí...

domingo, 14 de dezembro de 2014

Enquanto bebo...

Sinto falta do amanhã, parecia ontem, mas era apenas saudade;

Saudade dos seus beijos, porém nunca os tive, foi bom sentir o calor do seu abraço, foi um bom sonho;

Abraço sem braços, noite de chuva em um sol frio, há tempos meu tempo parou;

Relógio quebrado, hoje parecia segunda-feira, mas despedi de ti na quarta, parecia ontem, mas era só saudade;

Saudade do que nunca tive, quando tive fora apenas um momento, uma noite que acostumou-se com o amanhecer de um novo dia;

Um maldito novo dia, uma querida velha noite. Desconheço o amor, tampouco te conheço, me perco em pensamentos obsoletos, não sei quem sou, não sou quem bebo, bebo o que fumo, fumo em paz um verde;

Verde em um novo dia, me restou o cinza turvo dos pensamentos de uma velha noite. Chove sobre seu corpo nu, perdido no espaço, me encontro em um labirinto criado por mim, grito aos ventos que só preciso estar contigo, mas detesto ter sua companhia, prefiro a solidão, prefiro estar só;

Maldita solidão, faz com que sinta saudade, sinto falta de ontem, porém era só amanhã;

Amanhã me esbarro, fumo um cigarro, dou um trago. Ontem me arrasto, cansado e descalço, em busca do seu abraço;

Detesto amanhã, parece ontem. Detesto seu abraço, parece um maldito cigarro. Detesto você, ontem eu não diria a mesma coisa. Eu te amo. Tola, sequer existe, por sorte sua, o azar me pertence.

De todas as mulheres que tive, a única que não me abandonou é você, estava com saudades insônia, trarei mais uma dose de uísque para nós dois.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Oba, lá vem ela...

Ela tem cabelos loiros e pediu uísque, gostei de estar ali. Oba, lá vem ela. Era ela, aliás, eu tinha certeza. Não sei há quanto tempo procuro, atravessei o país a procurar, encontrei no interior de São Paulo. Sim, tenho certeza que és a garota correta, pois nunca sequer senti o que sinto agora, seu sorriso é meu. Não tenho andado com muitas razões para sorrir, o momento é complicado no escritório e mais complicado ainda com as milhões de dívidas para serem pagas, mas ela apareceu, prometeu se empenhar em deixar tudo em ordem, prometeu fazer o impossível para sermos felizes...já somos.

Não consigo explicar o quão grandioso é esse sentimento, ainda bem que não tenho respostas, porém tenho certeza que ela é a mulher certa. Não preciso de muito, carros luxuosos ou um duplex em Moema. Preciso dela, da nossa cama recentemente comprada e escolhida por ela e do nosso bulldog inglês.

Não sei para onde caminhar, mas sei que ela estará ao meu lado. Mais um uísque pedido, precisamos de muitas outras horas num bar para nos perdermos ainda mais sobre esse amo desconhecido.

domingo, 23 de novembro de 2014

Em uma noite de sábado qualquer...

Tenho bebido enquanto trabalho, trabalhado enquanto durmo e dormido enquanto bebo. Essa é minha rotina, tenho vivido minha vida sem cobranças e expectativas. Pesos de papéis sobre minha mesa, pedi demissão daquela merda de repartição. Ufa, trabalho melhor sozinho, foda-se o que vão pensar, tenho pago as contas em dia, por incrível que pareça.

Às vezes a sinceridade agride, não dou a mínima. Transo, fumo e bebo, não necessariamente nessa ordem, nem tampouco com as mulheres mulheres, cigarros e bebidas. Me destruo aos poucos e mais uma vez...não dou a mínima para o que pensam de mim. Aliás, são pensamentos alheios a minha vontade. Suicídio num monólogo, silêncio. Apenas silêncio.

Três horas de um novo dia, sábado. Pouca luz, sorrio para uma garota, maldita garota, dezesseis anos. Mais nova do que minha dose posta à mesa, mesmo assim ela atravessa a barreira, minha tendência é estragar esta situação, meus amigos me criticam. Ora, se minha vida é uma merda, por que não pecar com uma menor de idade? - Malditos, tenho uma filha de quase dez anos, em quantos caras eu terei que bater para deixar isso claro? Tudo no seu tempo... delatei a linda criança, colocaram-a para fora do bar, vai tarde, vá pra casa.

Menti, antes da delação deixei o papo me levar, fingi ir ao banheiro, chamei o garçom de canto e falei. Sorri, pendurei a conta e parti, estava chovendo e resolvi acender um cigarro, fumei três até chegar em casa, ensopado e bêbado, sentei na frente da pequena porta do meu pequeno apartamento em um pequeno prédio com onze ou doze apartamentos por andar.

Alguém pegou minhas mãos, me levantou com certo trabalho, mas por incrível que pareça a minha consciência pesa bem mais do que meu corpo, bem mais. 

Meia dúzia de xingamentos, apenas uma pessoa me xinga e me chama de Victor (com C), era você, meu anjo. Me entreguei, me leve para algum lugar, qualquer lugar, desde que esteja com você.

Domingo de manhã, meu apartamento está frio e solitário, se não fosse pela dor de cabeça eu diria que fora um sonho, ela foi embora, minha dor de cabeça não.

Preciso beber alguma coisa...

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Prazeres só nossos...

Dentro dos seus olhos eu conseguia enxergar muito mais do que sua alma, conseguia entender o seu pensar e o seu querer, mesmo que tu não quisesses, entrei em seus pensamentos e divergi seus quereres, aumentei suas dúvidas, trouxe para ti algo jamais sentido, algo que um dia você sequer imaginou, você me detestou, me chamou de cafajeste, me matou por dentro. Okay, seu olhar me encantou, e desde então o meu mundo parou, começou a rodar por você. Não deixei de viajar, azar o seu em não ir comigo, mas é bom voltar e deixar de fazer minha mala o final de semana inteiro, gosto de pegar em suas mãos, beijar sua testa e mexer em seus cabelos; gosto da forma que sorri e coloca a mão na boca, briga comigo, me xinga tímida, não posso mencionar sobre o seu time. Que dó, Palmeiras.

Agora entendo o seu sorriso de canto, entendo sua vulnerabilidade quando juntos somos intensos, quando sinto o seu corpo tremer ao te fazer virar os olhos. É como beber um bom uísque em seus beijos, onde me apaixono incansavelmente por você. 

Preciso aproveitar enquanto você quer, não quero viver para sonhar sozinho, pois meu sonho é ter você ao meu lado.


quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Cinco da manhã de um novo dia...

Talvez eu tenha bebido demais e tenha feito a maior merda da minha vida, ter deixado você ir embora. Você não seria capaz de me amar novamente, eu sou um demônio, caminho pelas ruas. As luzes se apagaram em São Paulo, vejo as velas acesas enquanto caminho pela chuva, não deixo de ser um demônio e não me perdôo por você ter escolhido o caminho oposto. Você não seria capaz de me amar novamente.

Os tempos eram outros, a preguiça nos contagiava no domingo, não levantávamos para nada. Sutiã no chão, você com a minha camisa, nó da gravata frouxa, me imitando, me chamando de advogado do Diabo. Tola, eu sou o próprio demônio, despedacei o seu coração, enfim, é isso o que fazemos com anjos como você. Talvez eu não tenha nascido para apreciar uma boa manhã de domingo, mande avisar o mundo inteiro. Mulheres, me encontrem num bar, mentirei para vocês e enquanto vocês caem em minhas falácias, fingirei ser o melhor dos homens, falarei do meu escritório e de como sou prepotente no mais alto prédio da Avenida Paulista, contarei vantagem e direi que o brilho dos seus olhos são como a lua. Blá blá blá, não te prometerei nada em troca, apenas mentirei lhe permitindo ser especial.

Talvez eu use isso como defesa pessoal, espalhem a notícia, eu caminho sozinho pela noite novamente, eu gosto da chuva e da classe alta da cidade. Mande avisar que a partir de agora eu só uso gravatas pretas, estou de luto por ter perdido o mais lindo anjo.

São cinco da manhã de um novo dia, estou mais uma noite sem dormir, este é mais um dia sem sol.

domingo, 9 de novembro de 2014

Enquanto ela resolveu partir...

Você prometeu ficar, mudou a cor das cortinas, me fez beber vinho tinto seco; maldita, onde estão as garrafas de meus uísques dezoito anos que por anos conquistei com tanto labor?

Ela levou meus livros, a geladeira está vazia e minha perspicácia pelo amor se esvaiu. Talvez entende o seu lado egoísta, talvez, inclusive, entenda o motivo de que tenhas partido, só não aceito. Bem, meus pensamentos estão uma bagunça, sinto falta de seu cabelo loiro em cima do meu peito. Sinto falta do café na cama, você disse que seria para sempre. Maldita, e aquele papo infame de que tu só me deixarias se o lado bom fosse menor do que o ruim!? Não negues o doce sabor da partida, me acostumei à viver sem vossa presença, excelência. 

Não gritei aos ventos, permaneci em silêncio, ocupado e rude, não permiti que nenhuma outra ilusão ocupasse seu lado esquerdo na cama. Você detestava ficar do lado da porta, pois é, eu não esqueço. Não aceitei sua partida, isso me deixa puto, eu sempre faço isso; divago nos domingos chuvosos, penso em retaliação, mas simplesmente não aceito. Bom, você sabia que eu não prestava, que eu detestava shoppings center's e que não participaria de suas reuniões, porém estive ao seu lado, simpático e cético, aliás, estive ao seu lado usando gravata e polo de marca. Porra, detesto usar tênis e jeans nos finais de semana, eu gosto de chinelos e botas para minhas trilhas, você fingiu entender e partiu alegando entre N motivos, esse, o principal. Fui fiel, mas não tratei isso como conquista, fiz mais do que a minha obrigação.

Quando tu partistes, fiz o que sei fazer de melhor: bebi como se não houvesse amanhã, sai de madrugada para talvez te encontrar, tropecei em semáforos vermelhos. - AH PUTA QUE PARIU COM ESSA BUZINA, PASSE POR CIMA! - Superei, menti para mim mesmo e chorei no chão da cozinha enquanto alimentava nosso bulldog inglês, aprendi a cozinhar pelo youtube, queimei o maldito arroz, fui em nosso restaurante, a maldita garçonete perguntou de você, explanei aos ventos que você, a maldita, já havia partido, havia se posto fora de minha vida. Vá ao diabo.

Perdi todas as fichas quando apostei em você, mandei fechar o cassino e perdi, a banca ganhou. No contrato do amor eu esqueci de ler as entrelinhas, quando o contrato desfez, eu arquei com as dívidas.

A vida tem dessas coisas...


terça-feira, 4 de novembro de 2014

Sobre desculpas...

Há tempos me protejo, guarda alta, bebo com os amigos e fujo dos problemas. Com problemas, digo: relacionamentos sérios. Okay, não sou hipócrita, às vezes eu me apaixono, deixo as coisas fluírem naturalmente, são azes da vida, água potável no mar, com isto digo, porto seguro à ancorar.

Não me surpreende o fato de manter a guarda alta, porra, sempre que abaixo, jeb e direto, jeb e direto. Sofro com desdém e desculpas, oras, quais sejam, seriam sempre motivos fiéis para sempre permanecer só, ou realmente preciso de alguém ao meu lado. Será que alguma companheira aguentaria 10km de trilhas e marimbondos a todo instante!? Estou brincando, essa não é a questão.

Me apaixonei e baixei a guarda, não aguentarei 12 rounds...

 Não questiono o fato de sorrires aos ventos uma felicidade não compartilhada comigo, tampouco o brilho de seus cabelos que reluz ao sol, mas sim, a forma com que reproduzes a insistência em permanecer-te longe de mim. Porra, a ideia não é dificultar e criar desculpas, cria-se soluções para problemas, faça-os desaparecer. Caso esteja com problemas referente a isso, peça minha ajuda...essa é a lei máxima da vida, pedir ajuda para seguir em frente.

Doce ilusão...nocaute, fui à lona outra vez.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Sobre a diversidade...

O tipo de garota contrária às minhas decisões. Não pelo fato de ser palmeiras ou tucana, nem tampouco pelo fato de colocar catchup na pizza, que desperdício e deleite com a mussarela e a azeitona preta. Olha, para ser bem franco, talvez ela prefira Claudinha à Ivete, aí fica difícil virar a cadeira para qualquer lá maior, porém ela entende o meu sotaque em ré menor e eu até gosto de quando ela solta um UAI em fá. Tudo isso apenas para explicar uma coisa: ela é contrária a mim.

A magnitude da qual estamos aptos a mudanças são ímpares, dito isso, hoje me coloco ao seu dispor, um ogro prestes a sair do pântano para morar no castelo junto com a sua princesa. Hoje sou boêmia da Vila, mas entendo que isso um dia chegará ao fim, pois terei lagos e paisagens a conhecer com ela. Sim, ela e a maldita cor verde de seu uniforme.

Anos distantes, diferentes enfim, enquanto estava passeando com seus cabelos loiros nos Estados Unidos, eu combatia com veemência na faixa de gaza; sem contar o gosto estranho que tens por comédias românticas, eu sempre preferi ação.

Ah, talvez seja por isso que me sinta completo nessa primavera, mas ela detesta, prefere inverno. Um dia serei capaz de entender porque ser completo amando esta rosa, como a rosa que lhe dei, talvez entenda porque sou espinho, enfim.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Depois que ela se foi...

Ela é o motivo do meu espelho quebrado e da falta de lâmpada no corredor que atravessa meu apartamento. Na verdade, depois que ela foi embora o pó está sob os móveis e a cortina ainda não foi colocada. Sim, minha vida se tornou uma bagunça, tampouco consigo baixar a tampa do vaso sanitário. Por ora, a única coisa que está cheia em casa é o bar, esse mantenho com fervor, pois todos os dias...todos os dias malditos que se arrastam sem fim (pois além de tudo perdi o emprego), me embriago de solidão, desespero e silêncio. 

Chorei por amor, não imaginei que esse dia chegaria, mas chorei como se não houvesse amanhã, pois lembro do dia em que ela se pôs para fora do meu apartamento, quiça de minha vida. Por obséquio, ela chorava por não conseguir conter meus anseios egoístas, pois ao mesmo tempo em que baixei o valor do vinho, eu encareci o preço da rolha. É como se fosse inóspito e indesejado, é como se ao mesmo tempo em que tivera um reino, eu pusera o mesmo à leilão. Não sei, diversão barata, ou simplesmente pela noite me convidar para dançar sem pensar em absolutamente nada; sem pensar nos planos ou em relacionamentos sérios. 

Talvez eu não esteja pronto para viver a vida conjunta, mas também não está fácil me acostumar com a vida solitária de outrora.

Para bem falar a verdade, eu preciso beber alguma coisa...

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Enquanto ela ia embora...

Quisera amar, como se não houvesse amanhã ou perdesse o chão, o tempo e as palavras. Na verdade, temo o fim solitário, logo após os 30 anos vagando por entre abraços e olhares dispersos, temo pela solidão, mas não sofro calado, nunca estou sóbrio, então jogo aos ventos essa preocupação. 

Todos meus amigos já casaram, alguns são pais. Sim, algumas ex namoradas também já casaram, há tempos não sei como é esquecer o nome de todas outras e pensar em uma só, tratar com exclusividade as mãos em meu peito num domingo de manhã, ou quem sabe atrasar o expediente no escritório em uma segunda-feira. Maldita solidão, maldito são os meus dias que se arrastam sem encontrar você. Porra, quem seria você!? Tempos atrás encontrei alguém, na verdade, encontrei a mulher da minha vida: cabelos vermelhos, olhares que sorriam, pontas dos pés em meu apartamento gelado no inverno, batom vermelho e fotografias. Maldita, trouxe até o gato aqui para casa, não reclamei, mas ela sabia que do meu ódio pelos felinos, foi um teste.

Tempos atrás prometi para mim mesmo que mudaria, pararia de fumar e beber, praticaria mais esportes e cuidaria da minha alimentação. Menti, sou bom nisso! Não estou acostumado com isso, rejeito quaisquer pensamento atrativo que tema em minhas reflexões controvérsias.

Há tempos sozinho, mas ainda lembro de te ver sair com os saltos na mão para não fazer barulho. Maldita, não deixou nenhum bilhete, e eu mais uma vez fiquei sozinho, não sou o tipo de cara que sai correndo atrás, porém foi sacanagem ter levado meu livro favorito.

Maldita seja...

domingo, 5 de outubro de 2014

Ainda sobre despedidas...



Eu optei por viver essa vida desgraçada. Entre amores vis e infelizes, resolvi partilhar o melhor de cada momento e rumei solidão afora, nunca julguei ninguém, nem tampouco pedistes para uma ou duas mulheres ficarem mais de uma noite por aqui, por mais que tenhas desejado por ter inclusive esperado mudar, porém se mostraram fúteis, talvez eu não tenha sorte e tenha procurado de forma errada o nascer do sol com algumas meretrizes. Infelizmente não consigo ser hipócrita, o caminho da porta é o mais conhecido e indicado para todas as mulheres que depois transam comigo, incrivelmente sei quais serão as que voltaram para meu apartamento e estarão em meus braços.

Talvez eu não saiba amar, elas choram e sofrem, algumas não merecem, me culpo. Paciência, não vou lutar para melhorar, mas posso fingir que amo, me culpo menos mentindo assim do que abandonando.

Hoje sou apenas despedidas, nunca chego para ficar, sequer fico onde estou, a saudade toma conta de mim e hoje não costumo mais dar certezas, sou apenas interrogações.






domingo, 28 de setembro de 2014

Por nós dois...

Hoje estou bem, sei a cor dos seus olhos ao acordar, sei que o aroma de café que atravessa nosso apartamento vem das margens do Rio São Francisco, que sempre com todo o cuidado você vai comprar, sei que aos poucos você se torna cada vez mais moradora do meu coração, aliás, há tempos não sentia tamanha emoção. Por incrível que pareça, você foi a melhor escolha que fiz, digo da vida, não só em questões relacionadas a relacionamento. Ela tem o cheiro da manhã nas mãos, e o cuidado que nunca houverá em ninguém, enquanto trabalho faz cafuné e silêncio, deita nua no sofá para me estigar, impossível resistir.

Nossas histórias são trocadas como sussurros em nossos ouvidos e cada vez mais nos perdemos em labirintos tão nossos que não desejamos partidas, nem tampouco salvações, é excelente estar perdido contigo, eu não preciso me encontrar, pois já encontrei você.

Apenas tu sabes como permanecer bela em plena segunda-feira, e eu reparo nos detalhes que fazes para me agradar, pois você migrou para o meu corpo e quando puder perceber já era tarde demais. Tu eras o que nunca fostes, e quando me envolve, permaneço estático, pois também hoje sou alguém que nunca sequer imaginei ser.

Tudo por você, pois a cada segundo que se passa e você não está ao meu lado, é cada segundo de vazio que perfura o meu coração, e cá entre nós, no começo eu até fingi não me importar, mas de repente nós dois já éramos um só, e para bem falar a verdade...quando me perdi foi que encontrei você.

domingo, 21 de setembro de 2014

Depois do seu Adeus



Estive ausente, há tempos sinto que aos poucos perco meus amores. Culpei Deus por isso, sempre vou ao bar e sento no mesmo lugar, o garçom já sabe o que trazer, raras vezes ele me questiona sobre eu esperar alguém ou não. Eu digo que não, porém sempre esperei você voltar, culpo Deus por isso também. 

Várias doses enquanto bebo sob meia luz, pensamentos vão de encontro ao nosso ninho de prazer, suas pernas entrelaçando as minhas, espasmos finais, éramos frizz, arrepios do cóccix até a medula, nua em pelo enquanto meu corpo não pedia licença para te possuir. As minhas mãos conheciam o caminho, sem pressa para atalhos, o suor do seu corpo na minha boca enquanto você gritava e gemia palavras que nunca mais serão ditas por ninguém. Tola, você deveria ser minha mulher, aliás, você foi a única que realmente amei, talvez tenha sido por isso que aos poucos perdi meus amores. 

Hoje me conformo, coloquei minha vida em órbita novamente, exceto pela bebida, essa eu não faço a mínima questão de me livrar, porém é foda imaginar que talvez você esteja feliz por aí. Enfim, superada essa guerra pessoal em um infinito particular, permaneço incólume, por mais que seja supérfluo dizer isso.

Tentei seguir um roteiro para amar, porém esqueci que o amor não é escrito.

Foda-se, permaneço bêbado como de costume...


N/A: Mais um texto que leva uma foto dos meus amigos da All Contrast, acessem o facebook e curtam a página dos caras, pois eles mandam bem demais!  https://www.facebook.com/AllContrast?fref=ts

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Maldita sejas...

Se soubesse que meu coração sangraria tamanha pujança, se eu realmente soubesse que jamais nasceria sol, não deixaria você partir, presa em minhas mãos se esvaiu por entre os dedos. Ah, Thereza, por onde andas que já não sei mais quem és!? Partistes e levastes o meu encanto, malditos olhos negros como a noite, incríveis cabelos longos e cheirosos nos abraços perdidos na rua escura atrás da faculdade. Amor vadio, talvez, mas era o amor que sempre sonhei. Eu era vagabundo, sentava no fundo da sala, eu sempre estava bêbado, bêbado de amor por Thereza...ela vinha rindo, jogando seu charme para todos. Malditos, ela era só minha; Puta que pariu, detesto lembrar destas cenas. Sonhos de valsa enquanto conversávamos sobre a vida, eram duas ou três horas da manhã, perdíamos o espaço, perdíamos o tempo necessário para alcançar os mais simples objetivos da vida, nossa principal meta era amar. Maldita Thereza!

Os lamentos que tenho são os mesmos de um coração partido; não dei valor e fora embora aos outros braços, és feliz pelo que sei da boca de terceiros, malditos também, me entristecem ao lembrar desta maldita história, deixe-a viver, façamos com que eu viva também, mundo hostil e inóspito, já não habitas mais.

Maldita Thereza, que sejas feliz, amei sem precedentes, como se fosse um epílogo em minha vida, mas partiu sem sequer deixar um bilhete, só me restaram saudades.

Estou sóbrio desde então, por isso tenho vivido infeliz. Maldita Thereza!


terça-feira, 16 de setembro de 2014

Sobriedade inquieta...

Estou sóbrio há alguns dias, perfaço meus planos e metas, aos poucos tenho alcançado meus objetivos. Okay, nem tão sóbrio assim, sou uma farsa em relacionamentos, por isso tenho algumas válvulas de escapes, mas não deixo de pensar em como seria se você estivesse ao meu lado, fique tranquila, você será lembrada. Talvez você tenha sido o relacionamento mais perfeito que eu não tivera, te amei calado e distante, minhas linhas são falhas e tortuosas, amar calado...não sei o que isso significa.

Pressenti você voltando ao meu apartamento, algumas noites resolvi não trancar a porta, fumei dois becks antes de dormir e logo o final de semana se acabou. Mais uma vez, sóbrio há algumas semanas, tenho caminhado calado em busca do meu melhor, há dias não para de chover, tenho saído às 22 horas do escritório. Sim, você detestava o meu trabalho, hoje detesto sozinho. Aliás, de todo o tempo que perdi ao ter-te ao meu lado, eu só me arrependo dos livros que você levou embora, dos discos que não estão mais aqui, meu sorriso não era feliz contigo, nunca sequer consegui ser feliz com alguém, por isso não te culpo, por isso não sei definir o amor que acreditei sentir. Às vezes penso que não tenha sido amor.

Mais becks e cafés, a insônia persiste em me acompanhar, essa sim, fiel e sombria, sempre calada, pois o silêncio persiste em fazer um barulho ensurdecedor em minha mente.

Ah...já foram tantas pelas quais já sofri e já fizera sofrer, Martinho que cante, pois ainda não me acostumei a viver assim.

Estou sóbrio há alguns dias, isso precisa terminar...

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Sobre doses de solidão...

Um ano sem Priscila, sem seus olhos de mel toda manhã, sem saber sequer por onde tenha esquecido as chaves antes de ir embora. Bolsa lotada de tranqueiras, sonhos por todas viagens que fizemos juntos, um ano sem Priscila. Talvez eu tenha partido também, meses estudando em outro país, sequer deixei a chave na portaria, já dizias, era moradora em meu apartamento também, menti.

Talvez tenha casado, fui tolo e não propus, nunca me preocupei em não ter ninguém, mas há dias vou ao mesmo bar e peço duas ou três doses de solidão, não culpo Priscila. Inverno quente, pouca chuva, e da janela do meu escritório, paro e respiro, penso pela primeira vez em procurá-la, há de vir até a Avenida Paulista por esses dias, pois pensei em ter-te ao meu lado dormindo em todas as luas. Tudo nos conformes, como manda o figurino, de acordo com meu horóscopo, outro vício pífio que adquiri ao não ter Priscila.

Que sorrias por onde passar, que dissipe todas as maldades provindas de tolos como eu, pois se eles soubessem, ah...se eles soubessem o que Priscila realmente és, nunca deixariam escapar por entre os dedos, eu seria de Priscila e ninguém mais...

domingo, 7 de setembro de 2014

Sobre o orgulho

Não confio em quem bebe café, principalmente quando não se importa com maquiagens e batons vermelhos, não confio porque gosto delas assim, principalmente nos altos 1,64 depois de uma noite sorrindo por aí. 

Eu detesto me apaixonar, sofro calado e de maneira lúgubre, retorno ao árido gosto turvo  de mais um desamor, sou expert em não ligar no dia seguinte, não me considero uma pessoa má, mas simplesmente eu não aposto em uma mão ruim, e raras as vezes sou de blefar, aliás, ganhei duas mãos anteriores por encontrar você, porém, sofro calado.

Amor platônico é foda, há semanas não escuto sua voz e você é má, sequer deixa recados na secretaria eletrônica para que eu possa te ignorar. 

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Sobre o adeus de sempre...

Ontem enquanto divagava na minha terceira ou quarta dose de uísque comecei a pensar e talvez tenha chego a conclusão de que a culpa sempre fora minha, de que de todas que tive, realmente, a única que permaneceu comigo foi a insônia. Não nego, tenho um gênio muito difícil para certas situações, diga-se de passagem, não me esforço muito, pois prevejo os finais de formas ímpares, sou bom em solucionar problemas e escutar calúnias nos finais de relacionamentos; algumas esvaem toda raiva sentida e simplesmente entornam cantos ruidosos sobre mim, sou bom em apanhar calado, elas são boas em me culpar.

Hoje, seis da manhã, cigarro ao acordar, banho quente e nó na gravata. Rotina normal, metrô lotado, discuto com duas ou três pessoas, deixem os velhos sentar nos assentos preferenciais, porra. Sou chato, chamei atenção de uma arquiteta, engenheira, ou qualquer coisa que se refira ter aquele tubo preto com desenhos lá dentro; cinco minutos de conversa antes das baldeações. Telefones trocados, sorrisos e mentiras, um bar após o expediente de sexta-feira, já prevejo o final desse romance no sábado, talvez no domingo, às vezes dou uma chance para mim mesmo...

Prevejo calado a desgraça se concretizar, movo as montanhas enquanto estamos na cama, ela ri inconstante após o sexo, deita sua cabeça em meu peito e acaricia meu braço. Puta que pariu, como fazer ela partir agora!?

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

sobre as mulheres que vão embora...

Não sou um cara bom, já tentei ser, aliás, finjo ser, sou bom no que faço. Conquisto e vou embora, Santo Antônio ainda não sabe, mas salvarei o mesmo de todos os afogamentos, pois quando abandono uma mulher, por incrível que pareça, ela se torna em uma mulher unicamente perfeita e feliz ao lado do amor da vida encontrado no meio da multidão. 

Algumas voltam, estou cansado de dar atenção nas madrugadas perdidas, mas algumas voltam com muitas desculpas, parecem até as mesmas desculpas que uso, mas eu uso para conquistar, elas usam para mentir e me ter de volta. Quando estou bêbado encaro isso com tranquilidade, por isso prefiro estar sempre assim, quando estou sóbrio perco mais um possível amor, sim, duas noites de amor, algumas até três. Sou como um vento, não vim para ficar, eu simplesmente passo e vou embora.

Não sei o que me torna ilegal, imaturo ou qualquer sinônimo negativo, mas sou assim, me julguem e esqueçam que mesmo estando comigo vocês estão com alguém e de repente aparecem casadas.

Santo Antônio, precisamos conversar sobre negócios...

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Sobre reencontros...

Anos atrás te reencontrei, a cor do cabelo havia mudado, aliás, o corpo também, mas o sorriso...ah, o sorriso continuava lindo, sabia sorrir como ninguém, os olhos sorriam e mudavam de cor a medida em que ia falando sobre a vida. Não entendi uma só palavra, viajei, fui para longe, fui para a lua e voltei, ela ainda falava, mexia nos cabelos e fazia com que eu me esquecesse de todos os problemas, sem dúvida alguma, ela sabia sorrir como ninguém.

Um até logo, e-mails trocados, dobrou a esquina  e coloquei meus fones de ouvido, sai cantando, batendo em minha bateria imaginária, Jorge Ben, "oba...lá vem ela", não olhei para trás, senti vergonha caso ela tenha dobrado a esquina, mas tenha pensado em voltar para me dar um abraço, baqueta na bateria, eu sou o melhor, nasci para esta garota.

Sobrevivi por ruas escuras, dias turvos e malacabados, chovia sem parar enquanto não recebia um e-mail em meu endereço eletrônico particular, maldita, esqueceu de mim, mais um papel em meio à tantos outros, fora esquecido como se fosse um batom velho dentro de uma bolsa feminina, vinte quilos de tralhas, no mínimo...

Mandastes um e-mail, respirei e esperei o pior, uma longa confissão, sorriso no canto da boca, li tímido, porém naquele instante soube que seria minha. Sofri muito, fui traída, não confio em ninguém, você não era uma pessoa tão boa e blá blá blá... Isso porque nem contei minha história, deixei sofrer e falar, mulheres gostam disso, apenas escutei.

Cafés e jantares, gestos simples ao te deixar em casa, um encontro ou dois, boa noite e durma bem. Hoje estamos completando 5 primaveras, e por todo esse tempo, todo esse tempo maluco que perdura eu sei, que a única certeza, é sobre sorrisos, os meus são seus.

Hoje nós tocamos bateria juntos e ela ri como uma doce criança, e eu rio como o dia não fosse terminar ao lado dela, minha doce menina.

domingo, 17 de agosto de 2014

...mas é minha

Perdi todas as minhas noites de paz a partir do momento que essa mulher de 1,62 pisou em meu apartamento. Cabelos pretos, saltos discretos, batom vermelho. Sim, batom vermelho. Me trouxe insônias ardis, as taças de vinho estão sempre vazias, cacete, às vezes a gente esquece que malandro também ama, estou há meses vivendo exclusivamente para nós dois, hoje eu fiz o jantar, a sobremesa nós fumamos na cama. Sim, após amor carnal, cravado em minhas costas, marcas em meu pescoço, corpos suados dispostos ao infinito. O dia pode raiar, doce menina, quero você em todos amanheceres. Seu corpo é meu, meu guarda roupa parece ser seu...

Nesta terra de ninguém, onde poucos heróis existem, onde aos poucos os homens de bem somem, se esvaem, ela me elogia, diz que fecha os olhos tranquilamente, pois sabe que estarei lá no dia seguinte, ela confessa isso para mim sem ter medo de me perder; gosto de sua sinceridade. Para falar a verdade, fecho os olhos e muitas vezes ao abrir ela está lá, lendo alguma coisa ou preparando o café na cozinha. Muitas vezes, por saber que minha insônia é uma merda, na ponta dos pés enquanto se prepara para ir trabalhar, sim, não estou dormindo, e talvez ela saiba, então apenas observo a forma sútil que transforma seu lindo rosto em suas maquiagens fortes, novamente, batom vermelho. Cada lingerie colocada eu posso sentir que és especialmente para mim, posso sentir que estou dividindo a prateleira com a mulher certa, pois sinceramente não conhecia felicidade antes de sua presença, e por mais incrível que pareça, não sinto saudade alguma de ser feliz sozinho, como costumava ser, ou fingia ser para parecer forte.

Você é estranha, mas é minha.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Só minha...

Calor durante a madrugada, frio ao acordar e olhar para a janela, já estávamos atrasados para o trabalho, não me importei. Sua voz no meu ouvido, esqueci todos os meus problemas, seus olhos pretos sobre mim, sua boca expurgando o vermelho paixão, fogo nas cortinas do quarto, minha doce menina, só minha.

Levantei e preparei nosso café, tranquei a porta e joguei a chave pela janela, sou maluco, mas não era assim antes de te conhecer, sonhos reais, os treze graus da São Paulo fria não nos atingirá, não até sentirem nossa falta, talvez jogue os celulares também. Ela ri como nunca, fecha os olhos e boceja, pede minha presença na cama e mais uma vez nós esquecemos do mundo, perdemos a noção do espaço, alucinada e exuberante, os ritmos que ardiam sem pudor nos transformavam em mares turvos, feições até então desconhecidas criavam traços, traços que eram só meus, traços da minha doce menina, só minha.

Café quente, cigarro e edredom, filmes sem graças que nos fazem rir, estarrecidos. Claro, estamos com medo, nunca vivi de forma louca, nunca sequer imaginei que isso seria real, pois nunca acreditei que isso poderia acontecer, tolo, me julguei feliz ao ser sozinho. Ela pede para ficar mais alguns dias, celulares desligados enquanto nossos corpos se entrelaçam mais uma vez. Ah...minha doce menina...

...só minha.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

amores vis...

Simplesmente sou um desastre com relacionamentos. É como guiar um carro na maior cidade do mundo. GPS desligado, álcool no sangue, blitz policial às duas da manhã. Simplesmente um desastre. Perfaço os sonhos, transmito meus objetivos e adio todos os outros das outras mulheres. Sim, várias mulheres. Tecnicamente, sei que as mesmas tem outros vários homens, nunca as condenei, pelo contrário, sempre apoiei algumas delas à procurar a felicidade por aí. Algumas nunca mais voltam, sejam felizes.

Vários jeans para várias situações diferentes, seja durante a semana ou nos finais da mesma, porém, talvez tenha em mim algo que procuram, a grande maioria sempre acaba voltando. Elas me encontram, e com um talento ímpar, desfaço tudo. Desfaço planos e sonhos de forma insuperável e indescritível, sou realmente expert em colocar fim em algo que sequer se teve início. Adeus mais um novo romance.

Ah!, sou péssimo com sinais também, além de não ser bom com vossas atenções, pois elas requerem sempre o que foge da necessidade. Não tenho tempo para perder com tantos assuntos supérfluos durante um dia. Adio planos e invento compromissos. Eu sou uma fraude, porém, gosto de ter alguém em meus braços, mas sei lá, prefiro mesmo estar sozinho.

Na verdade, prefiro mesmo beber alguma coisa...

segunda-feira, 21 de julho de 2014

A certeza de que és uma vaca...

Você de repente aparece no meu trabalho, diz que sobrevive sem mim, que não se afoga nos mares das praias que são mais bonitas sem que eu esteja por perto. Diz aos ventos que é feliz com seu novo amor, espero que estejas realmente feliz, não estou acostumado a ser fiel, nem tampouco ser a única pessoa de alguma mulher, aliás, diga-se de passagem, todas as mulheres que tive/tenho preferem de repente começar a namorar e tampouco se lembram de dizer adeus. Se fosse o contrário, eu seria infiel, indigesto e cafajeste, como as partes que relutam em desacreditar são femininas, deixo passar, tenho andado ocupado, acho normal perder mais uma ou duas mulheres, de repente elas voltam, espero que ao menos você não volte.

Rotula a falta de coragem, a falta de tempo e diz que treme mais as mãos e pernas com os outros homens, ou agora um só, boa sorte para ele, provavelmente ele não deve saber metade do que sei, mas com certeza ele deve viver contigo muito mais do que vivi, pois foram apenas desculpas de uma falsa meretriz. 

O tempo continua escasso por aqui, eu não era o mesmo de tempos atrás, na verdade, ainda não sou, mas busco sempre o melhor, afinal...estou sempre viajando para longe de nós dois.

sábado, 12 de julho de 2014

Sábado à noite...

Levar trabalho para a casa nos finais de semana se tornam rotinas; assim como chegar todos os dias da semana depois das nove horas da noite em casa, mesmo assim ela está lá, fazendo a janta ou lendo um livro, hoje, por incrível que pareça, ela estava lá tomando uma dose de uísque sem mim. Gostei do que vi.

Na posição que me encontro, não sei o que tenho de diferente para oferecê-la, porém você ainda está aqui, mulheres menos fortes desistiram em semanas, você ainda está aqui. Okay, a química que temos é sensacional, você sabe como massagear minhas costas depois de transarmos. Sabe enrolar um baseado enquanto coloco um chá para esquentar, talvez você seja a mulher que sempre procurei, e por incrível que pareça, eu realmente só te achei depois que parei de procurar alguém.

Um bar qualquer, uma noite qualquer...papo casual, você estava realmente linda, no mais, menti a noite inteira. Ela respeitou minhas mentiras, hoje ela vê quais são as verdades, não preciso mais mentir. Talvez os quadros tenham ganhado vida por aqui, o blues não muda, nem tampouco meu gosto por um scotch maior de idade, mas agora tenho com quem não me preocupar. Simples: hoje é sábado, estou trabalhando em uma ponta da mesa e ela está na outra ponta trabalhando em algum projeto de publicidade maluco. Sexy, usa meu moleton e espeta o cabelo com a caneta, sem contar o marca texto na boca...sem contar a forma que incrédula morde o marca texto que leva à boca. 

Pode ir para cama, não sei se hoje encontrarei acordada, porém sei que o domingo mais uma vez nascerá mais lindo amanhã, principalmente por saber que você estará ao meu lado.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Sobre nossa culpa...

Talvez a culpa tenha sido sua mesmo, não me culparei, você é uma diaba. Não te aceito de volta. Recolhi os cacos e me refiz, preenchi com felicidade toda raiva que tinha sobre você, preenchi para meus dias emoções que deixei de viver enquanto estava ao seu lado. Não atenderei seus telefonemas, não adianta ficar do outro lado da rua dentro de um carro como se eu não soubesse que você estava lá, não adianta falar que pela última vez você me amará, você é incapaz de se amar.

Talvez tenha sido culpa minha permitir você andar ao meu lado, você não aguenta a vida que eu levo, você diversas vezes falava para mim que sentia inveja, como se inveja fosse algo bom, como se eu não houvesse chamado você para andar por aqui. Na verdade, você não queria isso, já tinha com quem andar, só acertei seus passos para serem longes dos meus.

Estou bêbado mais uma vez, não me importo, por mais que doa e sangre, você nunca entenderia o que é ser a minha mulher, o que seria eu ser para sempre o seu homem. Tolo, abri mão de muitas coisas por você...

não mais, nem por um momento.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Sobre nós dois...

O apartamento é pequeno, mas tem varanda. Na varanda tem uma rede para vermos o pôr do sol lá do infinito. A nossa cadelinha recém tirada da rua faz uma bagunça nos pés de manjericão, todos os dias que chego do trabalho ainda me resta tempo para brincar um pouco com ela, que sobe na poltrona e espera a hora certa para poder me lamber, acho isso engraçado.

Acordo atrasado para mais um dia, você chora um pouco após falar com sua mãe, sente saudades de casa, mas se diz feliz aqui. Café, torrada e beijo na testa, você está de licença, nossa filha está cada dia mais linda. Ela puxou você, tem o seu nariz, espero que tenha seu gênio também. O quarto decorado estranhamente com papel de parede rosa, deixe-a crescer, contarei que tu casastes de preto. Era a noiva mais linda que alguém poderia ter.

Esta noite ela acordou com cólica, perdi no par ou ímpar, mas cinco minutos depois você estava ao meu lado com um café forte. Sinceramente, eu não sei o que era amor antes de sua presença. Nossa filha tem a melhor mãe do mundo, obrigado por ser a mulher da minha vida, por ser minha sina, mãezona brincalhona, esposa fiel, e até mesmo em dias ruins, sempre...sempre bela dona.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Devaneios tolos...

E mais uma vez você vem a mim falar dos meus acertos, dizer que errou e quer voltar, dizer que fui um homem muito bom para você. Besteiras, blá blá blá. Reclama um pouco do meu trabalho e para de me elogiar, diz que não tenho tempo suficiente para nós dois, diz que minha secretária nova é realmente muito bonita. Porra, ela é realmente muito bonita, não tinha notado até você comentar e você nunca entenderá os meus motivos de somente ter olhos para você. Amei até os seus defeitos, por isso nunca mais quis ninguém.


Vá embora por favor, estou muito ocupado tentando te esquecer...

segunda-feira, 30 de junho de 2014

triste

Seus vestidos pretos pendurados em meus cabides, suas músicas constantes em meu ipod. Metallica, Cazuza, Pearl Jam etc. Os nossos planos estão no ralo, culpa minha outra vez, sou incapaz, você não é. Dias atrás assisti o Lado Bom da Vida, éramos nós dois dançando no dia de nosso casamento. Valsa calma, de repente um rock, você feliz, sorrindo como nunca. Será que você esqueceu do nosso beijo, àquele em que você pisou no meu pé? Será que aquilo foi um sonho?! Eu não quis acordar...

Não sei quantos convites foram negados, e quando aceitos, não lembro de você estar ao meu lado. Julgou todas as mulheres que estiveram ao meu lado, porra, elas estiveram ao meu lado. Eu só queria você. Queria você em um domingo de sol, de chuva, de preguiça, de almoço na cama, de jantar no sofá, de risadas de um filme ruim. Eu queria você. Um dia, quando estivermos casados com nossos novos amores, pensaremos na loucura inconstante que foi nós dois, amor platônico, eu sempre detestei.

Eu também tive um sonho ruim e acordei chorando,

na verdade eu nem dormi...

domingo, 29 de junho de 2014

Ela e o bendito vinho...

Dias atrás ela esteve aqui em casa, brigou com o namorado e precisava conversar com a pior espécie de homem que já conhecerá (sim, sou eu). Pedimos uma pizza e espalhamos as fichas de poker pela mesa, por ser uma mentirosa de primeira, és uma excelente jogadora. Na verdade, gosto de sua companhia também. O mais puro scotch, dezoito anos para mim, para ela, sempre o mesmo vinho tinto seco sem graça, aliás, por saber que aqui no meu apartamento não tinha vinho, quando tocou a campainha, já estava com o vinho em mãos.

De repente o namorado novato diz que te ama e você surta, se assusta e finge uma doença, atendeu um telefonema e disse para ele que já está melhor, sua mãe está cuidando de você. Qual o seu problema?! Na verdade, ganhei a primeira mão com um par de reis, blefei e ela não caiu, dei sorte, ela realmente me conhece.

A noite inteira reclamou dos seus ex-amores, disse encontrar o amor verdadeiro, está feliz por estar junto com ele, mas por quais motivos inóspitos não estávamos juntos?! Oras, porque sou a pior espécie de homem, simples não?! Por incrível que pareça, em nossos longos três anos de relacionamentos (nada sérios, éramos noites de sexo no começo, depois nos tornamos filmes e sexo, depois nos tornamos filmes, sexos e café da manhã, mas nunca...NUNCA, fomos apresentados às nossas famílias e amigos, éramos apenas negócios). Sim, talvez eu seja a pior espécie de homem e não tenha deixado-a ser minha mulher, tarde demais. 

Ou não...

sábado, 28 de junho de 2014

Sobre o meu apartamento pequeno...



Você insiste em ficar, mesmo já te expulsando inúmeras vezes. Não aguento mais tirar meus livros da estante para você colocar os seus cosméticos, para bem falar a verdade, não aguento mais dar o espaço dos meus sapatos para os seus salto altos e coturnos que insistem em ocupar um lugar no meu quarto. Perco o espelho e os cabides, me visto para trabalhar e seus vestidos pretos ainda estão aqui, você insiste em deixar meus quadros tortos, insiste em não me deixar beber uísque, prefere vinho. Por ora, não consigo entender essa vontade absurda vindo de ti, linda e rica, deveria procurar o mesmo, por alguns momentos pensei que seria feliz com um, resolveu voltar como um pesadelo para minha vida, meu apartamento pequeno e meu banheiro com infiltração.

Para bem falar a verdade, de todas que tive, apenas a insônia permaneceu, e sem razões para entender, você hora e meia retorna ao meu apartamento, e não adianta, pois troquei as chaves e você mesmo assim cisma em aparecer. Já não deu para perceber que não tenho muito a oferecer? Você não consegue entender que tudo o que mais preciso é ficar sozinho?! Eu sou um lobo solitário, em extinção, esvaio os pensamentos de encontro aos seus, simplesmente não bloqueio certos pensamentos, mas porra, ou você traz tudo para o nosso apartamento, ou me deixar viver sozinho e em paz por aqui.

Preciso beber alguma coisa...

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Sobre o trabalho...



Trabalho há dez anos nesse mesmo escritório, comecei como estagiário e hoje em dia sou um dos sócios, para bem falar a verdade, lembro da minha primeira vitória, em um júri simulado, lembro de três meses depois, que, também com muito suor venci ao lado de um grande amigo meu na universidade os famosos alunos nerds, aqueles que são os primeiros da turma. Sou bom no que faço, há nove anos não saio antes das oito horas da noite. Sou feliz, meu nome está na porta, olho pretensiosamente do alto do 25ºandar do meu conjunto na Avenida Paulista, sou um dos advogados mais respeitados da cidade, não sou prepotente, estudei para isso, suei e tornei tudo real, mas não posso ter o melhor de dois mundos.

Tempos atrás fui questionado sobre não ter ninguém, tenho tudo o que quero, mas não tenho ninguém, minha secretária me entende, ela mesma me questionou sobre isso, ela sabe quando minha gravata está com o nó mal feito, porém tenho muitas mulheres, às tenho e me interrogo, pois não quero causar desentendimentos, preciso ter uma só que convenha ser somente minha. Por ora, enquanto fingi estar preocupado com alguém, estive entre a Cruz e a espada, pois não poderia tê-la trabalhando ao meu lado, pois os favores que pedirá não era como se fosse minha mulher, eram pedidos feitos pelo sócio do escritório, nem sempre um bom vinho faz a diferença para a mulher, as risadas desapareceram na última conversa, acho que ela está trabalhando em Porto Alegre, foda-se. Afogo mágoas em noites insones, tenho preferido os dezoito anos.

Já mencionei que não se pode ter o melhor de dois mundos?!

sábado, 7 de junho de 2014

Sobre as noites anteriores...




Cenário triste, a trilha sonora vindo de um ipod que disputa a única tomada do quarto com minha cafeteira elétrica. Me isolo, acendo um cigarro e escuto blues, talvez seja um jazz, não importa, mais uma vez estou bêbado e não sei por onde andas, por mais que sempre esteja aqui quando te ligo, você nunca falha; transamos, conversamos e rimos, logo após você vai embora, detesto dormir ao lado de qualquer pessoa, você respeita isso e vai embora após o banho, me desculpe por isso, você merece mais respeito. Sou cético quanto ao amor, vou melhorar, preciso de um uísque. 

Algo me atrai na boêmia, a noite é imprevisível, de repente estou em casa sozinho e a noite me chama, vou em qualquer bar que a música seja boa, sento sozinho de costas para o bar, não me importo com as pessoas de lá, apenas escuto a música, algumas mulheres gostam desse ar misterioso e encostam seus ombros nos meus. Ligo para escutar sua voz, às vezes você não atende, e quando atende dá risada e fala que hoje não pode, vago por algumas prostitutas, fumo mais dois cigarros e volto para a casa. Na verdade, noites atrás tava numa dessas de sair e não ter hora para voltar, às vezes eu acabo não voltando. Paro em alguma praça, queimo um beck e penso na vida. Aliás, o que a vida se transformou para mim?! Dois ou três dias vagando e fumando, fui parar em Jundiaí de trem, sempre tive essa curiosidade; sim, maconha e prostitutas por lá também. Inventei uma desculpa qualquer, não fui trabalhar na segunda-feira, confiam em mim e por incrível que pareça, nessa parte eu tenho vencido na vida, meu conhecimento é empírico, modesta parte, sou realmente bom no que faço, mas porra, tenho trinta anos... ligarei para ela novamente, sei que ela virá, pedirei para ela não ir mais embora.

Ela ainda deve ter a chave do meu apartamento...

domingo, 1 de junho de 2014

Sobre os mistérios...



Cada carinho trocado foi uma jura de amor eterno, deitada em meus braços consegui sentir o seu coração, perdemos muito tempo separados. Acaricio o seu corpo e chegamos ao ápice, dádiva é poder te amar, antes da sua presença eu não sabia o que era mesclar o amor com a amizade, eu simplesmente não sabia que poderíamos ter essas duas coisas juntas, hoje sou seu. Trocas de olhares a parte, o calor que tomou conta do inverno fez com que a chuva não apagasse o nosso fogo, ardor e pulsar, faíscas em vários tons, amor sob o colchão, sutiã no tapete do quarto.

Seria fácil se eu compreendesse os seus mistérios e não os quisesse para mim, mas em cada amanhecer ao seu lado, sinto que tenho vontade de desvendá-los para sempre, desde sempre, do primeiro momento em que te vi, até hoje. Sua maquiagem borrada na sua pele branca, seu batom vermelho borrado em mim, pese sobre meu travesseiro, traga o encontro de todos os seus abraços, me perco ao te ter, mesmo quando ficamos um ano sem nos vermos, mas feliz por três ou mais anos com sua presença.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Sobre a vida...



Quando estou em algum bar, faço questão de começar qualquer conversa com as mulheres falando de meus fracassos, talvez para elas não se sentirem surpresas no decorrer do relacionamento, mesmo que seja apenas por uma noite, pois realmente sou um fracasso em meus relacionamentos, todos.

Me chamo Marcos, tenho 28 anos e tenho procurado uma namorada desde os 23, quando me formei e me tornei publicitário. Sim, às vezes não tenho horas para sair da agência e muitas vezes perco meus finais de semana, amo o que faço, me sinto importante quando trabalho até tarde enquanto todos meus amigos já descansam em suas respectivas casas com suas famílias. A quem eu quero enganar?! Mentira, trabalho na Defensoria Pública da cidade de São Paulo, minha mesa entulha pilhas de processos, manchas de café por todos os lados e cheiro de mofo no carpete árido sem limpeza, há meses perdi meus óculos, estão por aqui em algum lugar. Logo, minha vida é complicada, por mais que algumas mulheres achem que seja fácil, minha secretária me detesta também, tenho um dom especial com a alma feminina.

Tempos atrás encontrei a mulher da minha vida - ela era estranha - , mas era minha. Não falo em ser estranha por ter vinte cores de cabelo diferente, nem tampouco em se vestir toda de preto, não, falo por ela simplesmente ser estranha, sem contar o nariz, fico louco por narizes grandes, sou louco, foda-se. Encontrei-a, surtou e foi embora, nada diferente dos outros fracassos que tive, mas dessa vez nunca soube se era charme ou verdade, achei que voltaria, não voltou e me culpa até hoje por não estarmos juntos, às vezes encontro-a no PUB que frequento na Bela Cintra, ela está sempre rodeada por sorrisos, e eu sento no balcão e converso com o proprietário local. Sim, não tenho muitos amigos e sempre bebo sozinho, sou uma catástrofe em todos os aspectos e sentido, por mais que tente exorcizar todos os monstros. Como?! Bebendo e fumando, é claro...todos os dias!!!

Estou bêbado e resolvi escrever isso na terceira pessoa, mas não o fiz, porra, já se passam das três da manhã e mais uma vez dormirei menos de cinco horas nessas noites frias do inverno paulista, qualquer dia eu volto para terminar essa história...

...ou não.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Enquanto isso...



Optei por ter você em uma noite e de repente a situação fugiu do controle, você já estava aqui para sempre, sem remorso ou arrependimentos, eu tinha certeza que era você desde o primeiro dia em que te vi sorrir com os olhos. Segurei suas mãos e os abraços perdurarão no tempo, talvez ele tenha parado, talvez o mundo tenha entendido que fomos feitos um para o outro. Rainha do meu reino, te procurei em muitos reinos, você sempre esteve ao meu lado, agora você é minha inspiração e é só disso que preciso.

Enquanto algumas pessoas sonham em ser vis, opto por ter-te exclusivamente, amor egoísta e surreal, chamem os jornais, ela aceitou o meu pedido, flores nascem no inverno, sorrisos nos rostos das crianças; depois de tanto tempo sem me apaixonar, percebo que nunca sequer senti isso, talvez esteja aprendendo a andar de bicicleta novamente, rufem os tambores, perdi os passos, mas caminho ao seu lado.


domingo, 18 de maio de 2014

Sobre os trinta anos



Chegamos em nossos trinta anos e percebemos que algo está errado. Os bares são sempre os mesmos e quando nos damos conta, as músicas são velhas e os hábitos também; talvez o que salva é ter os amigos velhos, aqueles que já temos há mais de vinte anos, mesmo a grande maioria tendo namoradas, sendo pais e mães e já casados, sou padrinho de alguns, aliás. 

Os trinta anos nos reserva a independência financeira, desde que moro sozinho já tive amores que foram desfeitos como simples nuvens no céus; amores que duraram menos que chuvas de verão. Aos trinta anos você pensa: porra, estou sozinho e a culpa deve ser minha.

Dias atrás enquanto transava, o que cada vez mais é raro, pois trabalhando onze horas por dia você simplesmente não tem tempo para isso, você esquece o mundo, enfim... estava transando e não parava de lembrar da minha primeira namorada, eu tinha 16 anos, eu era feliz. Já trabalhava, mas eu sabia conduzir o tempo, minha mãe ainda lavava minhas cuecas e fazia meu almoço, senti saudades da minha primeira mulher. Eu nunca fui pegador, acho normal transar com mulheres diferentes todas as semanas, mas isso não me torna um cafajeste, trato-as bem, mesclo um pouco de safadeza com um jeito carinhoso, mas são apenas transas, eu me bloqueio e não envolvo o coração nessas coisas, eu não acredito muito no amor, às vezes penso até que meus amigos estão errados, mesmo estando felizes.

Sei lá, preciso beber mais alguma coisa, e muitas vezes em meu apartamento você não encontrará o que comer, mas as bebidas que tenho por aqui são para todos os gostos e ocasiões, de bebidas eu entendo, bem mais do que mulher, para bem falar a verdade. A crise dos trinta anos me deixa depressivo, estou aprendendo a tocar gaita para deixar claro isso, pois talvez o destino seja perseguir sozinho.

domingo, 11 de maio de 2014

Noites e mais noites...




São duas da manhã em um quarto de hotel, música ao vivo do outro lado da rua, champanhe e seu corpo, nosso corpo entrelaçado e disposto ao carinho e ao calor, quanto calor... calcinha no chão, beijo seu corpo enquanto você me arranha sem pudor. Geme enquanto nossos corpos alcançam um calor febril, meia-luz vejo seus olhos virarem, sinto seu corpo tremer, você quer mais...minhas mãos entregues e postas em seu corpo gostoso, seus seios perfeitos em contato com a minha boca, você sobre meu corpo me agride, arrisca movimentos elásticos, funciona, estamos longe de terminar.

Já passam das quatro da manhã, risadas gostosas, completamente nus fumamos um do verde, espumante gelado, mais risadas sobre a vida. Jack Johnson no tape nos convida, estamos entregues, não há mundo lá fora. Precisamos acordar amanhã cedo e não conseguimos pensar em mais nada, ao não ser em nós dois.

Puxo seu cabelo e trago novamente seu corpo próximo ao meu, a noite está longe de terminar, quando a gente pensa em dormir já é hora de acordar, levanto, te vejo caminhar até o banheiro, sorri e reclama um pouco da água fria do chuveiro. Faço um café e espero você se trocar, estou indo embora com vontade de ficar, logo nos teremos novamente, logo seremos só eu e você...

domingo, 4 de maio de 2014

Sobre a necessidade...



Não lembro de pedir sua volta, nem sequer seu sorriso próximo ao meu. Lembro de dizer que sinto saudades, mas prefiro às sentir do que ter-te novamente. Não acredito em você, você pediu o plural, vários amores, foi uma necessidade sua, lembro de escutar de suas palavras sórdidas, talvez tenha sido em Dezembro, mas lembro de escutar-te feliz com outro alguém. Não queira ser minha novamente, eu não costumo desejar meu mal tão friamente, tratei-te como necessidade, mas você é o tipo de casa que eu não posso mais entrar, é uma rosa cheia de espinhos, é uma faca no chão após o corte profundo em um dedo provocado por um descuido de uma maldita cebola. Você é o final de tarde na cidade de São Paulo chuvosa, em plena sexta-feira, em plena Imigrantes às seis da tarde indo para a praia, você entende quão ruim você é?! quão mal você consegue me fazer, ou me fez, ou ainda fará?!

Não estarei ao seu lado, mesmo para sempre te amando, como se fosse platônico, em silêncio sempre falarei aos ventos que fui feliz contigo, mentirei para o resto da vida, é a tal da necessidade perdida, nem Deus andará por onde eu gritarei.

O sentimento de saudade é o que se foi, amor que não voltará para esta cidade, mesmo sendo errado, mesmo você sabendo o que aconteceu. Boa parte de mim foi embora quando você me julgou mal, trouxe para a nossa história um novo alguém, hoje me perco nas noites e não me arrependo de me apaixonar uma vez por semana, a última tinha cabelos laranjas, lembro das unhas azuis, ela dançava; não era real, desenhei nas ruas um amor triste, porém não tão triste quanto imaginar-te feliz ao meu lado, não existe tão pleonasmo, nunca existiu nós dois.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Sobre partidas...



E como se eu fosse culpado pelo fim, você quebra o vaso no espelho, rasga as folhas dos meus livros e leva meu cachorro embora. Porra, levastes o Astrubal para longe de mim, nem sequer teremos guarda compartilhada por meu menino, ah, teremos sim. Meu maço de cigarro está no fim e enquanto a fumaça toma conta do meu apartamento cinza, mais um dia de chuva em São Paulo. Saudades das manhãs chuvosas. Sem precisar seguir regras ou ordens, duas almas perdidas por um universo paralelo que nos tínhamos, dois corações cantando, não pensei que chegaríamos ao fim.

Não sou de implorar voltas, queres partir e me culpar por não lutar por seu amor, diz que sou bêbado e não abandono a noite. Hoje me arrependeria se houvesse feito tudo o que me pedistes, pois na hora que resolveu ir, foi; não questionou sobre como eu ficaria aqui, sozinho, no limbo. Sempre fui acostumado a ser só, para bem falar a verdade, não sei compartilhar momentos de felicidades com alguém, não mais que uma ou duas noites, finjo compromissos depois do sexo só para não termos conversas casuais e patéticas nus, na cama, só para não criar vínculos de casais, me assusto com tanto prazer e carinho.

Apenas faça com que o Astrubal esteja comigo, a dor da sua perda um dia se esvai, mas não ter meu cachorro por perto me fará o homem mais triste do mundo. Talvez tenha te amado, nasci para que tenhas você, rainnha da noite, mas por ora não penso nisso, são hipóteses, confusões na cabeça de um louco, são pensamentos irrisórios e devaneios, para bem falar a verdade,

preciso beber alguma coisa.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Vossa majestade és uma vaca



Não permito retorno fáceis, não pense que podes chegar aqui sorridente e dançando, passeando sua mão sobre meus braços enquanto beija o canto da minha boca, não me convenço com seus longos abraços, não ridicularize o meu amor, mesmo que inóspito. Você resolveu ir embora, não me inclinarei por sua volta, Vossa Majestade.

O tão esperado outono chegou e não sei por onde andou, mas sei que não caminhava sozinha, principalmente quando me deixou só, sorria amores antigos que foram dispensados quando se tornaram vis. Poupe-me dos detalhes, Vossa Majestade, não serei seu bobo da corte novamente, não interrompa as minhas madrugadas, suas mensagens não serão lidas, não responderei suas cartas.

Talvez você invada meus pensamentos nestas noites, porém sempre haverá um amor para que eu fique bem, principalmente por não confiar em você e em suas folhas mortas de outono; não dormirei nestas noites, mas por favor, venha pegar suas coisas e vá embora, deixei a chave na portaria para não cruzar contigo no elevador, ficarei sozinho, mas recuso aceitar-te de volta. Volte ao seu trono solitário, seu rei te abandonou novamente e em meu corpo pedistes abrigo e perdão, doce ilusão.

Não dessa vez, Vossa Majestade, com sua licença, preciso ficar sozinho mais uma vez.


N/A: Mais um romance acompanhado com as fotos da galera da All Constrast que mandam demais. Link no facebook: https://www.facebook.com/AllContrast?fref=ts

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Rio 40 graus...



As curvas me convidaram, o corpo dourado do sol no posto 6, meu coração era e ainda é todo seu. Duas doses de caipirinha, ri do meu sotaque enquanto arrasta o "r", arraste o seu calor para a minha cama, quatro ou cinco da manhã no meu quarto em algum hotel de Copacabana. Bacardi no café da manhã, suíte presidencial, passe aqui e me prenda, seja minha ilha deserta, a fumaça do meu beck e o gelo do meu whisky... seja o meu tango, salsa e meu samba, enredo e bateria nota dez.

Entendo sua partida, passearei na orla e te esperarei, meus olhares são só para você, o mundo gira e parará em você, Jack Johnson no tape, hoje a noite toda é por minha conta, não tenha planos para o domingo de sol. Mudamos a direção da órbita e o relógio parou, façamos um brinde, fizemos amor, sem atalhos no labirinto dos seus olhos, me perco carioca...ela é carioca.

Bebemos champanhe sob a luz das estrelas, sutiã eu vejo deslizar as alças, vejo voar calcinha e calças, nunca aconteceu assim comigo nesse nível, o pôr do sol me traz inspiração, pego suas mãos e te prometo o mundo, seja o Rio do meu Janeiro; pescoços marcados e costas arranhadas, semáforo vermelho enquanto os corpos se esquentam, fogo na cortina e calor febril, adeus singelo, não se preocupe...

eu volto!


sábado, 12 de abril de 2014

Sobre a sua dança...




Você tem essa velha mania de pegar a minha mão no bar e dançar, dançar como se não houvesse amanhã, dançar até os pés fazerem calos, dançar e sorrir aos ventos um amor impossível, um amor só nosso, um amor constante e inimaginável. Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Não vem me dizer que é errado, você sabe quão difícil foi para não irmos embora, e quando fui, no meio do caminho te encontrei e me reencontrei, hoje a minha parte de mim é você. Sonhos distantes na pista de dança, quem viu um lado bom da vida sabe, cacete... é claro que dançamos ao som de rock, em falsetes de pura valsa, em seu vestido preto desbotado, em seu scarpin 15 cm.

Não queira me enganar, seu sorriso é o que tenho de mais bonito em meus versos, sou a carta máxima do baralho, o número seis dos jogos de dados, sou domingo de jogo no Pacaembu. Você enquanto diz parece despedida, veste minha roupa e dá risada enquanto coloca um chá para esquentar. Dance novamente, são passos lentos no meio do arco-íris, espero você desabrochar, linda flor... seja o que isso for!

De manhã a rua me leva, de tarde ela sabe que estou esperando você e quando estamos juntos por todas essas noites. Quem eu seria se não fosse você, o que faria ou falaria? Eu não tenho pressa, pois sei que a onde você me leva, só há espaços pequenos para dois corações felizes, fantasmas sem despedidas, sem partidas e presos para sempre.

Eu vou te amar enquanto durar, como se ouvisse conselhos do vento sobre o fim, sobre o quão bonito e majestoso o sol é; ele sempre volta, dias após dia, logo, não há fim!

Sei onde te encontrar, dance, eu sempre estarei segurando sua mão para o passo final.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Sobre o Rio sem Janeiro...




Não ia falar do Rio de Janeiro, pois eu só penso no mar de Abril. Estava em São Cristóvão bebendo com meus amigos, mas o samba nos chamou e começou a batucar lá pela Lapa. Conheci uma morena que me levou para Madureira, e quando o dia nem tinha nascido eu já estava em Ipanema. Mulheres lindas e sorridentes discutindo sobre paixões, e quando me dei conta eu estava nos pés de Cristo, que benção!

Do Leme ao Pontal não tem nada igual, de lá saímos levemente embriagados e fomos parar em Quintino, terra do Zico, Flamengo de todos nós. Botafogo do Túlio, Maracanã mais lotado que carnaval, passamos por Vila Mimosa, só passamos meu amor, aquilo cheira à leptospirose. Samba de malandro é na gamboa, e desde os tempos que Dondon jogava no Andaraí, joguei também, e brinquei; é meu caro, meu amigo Fulano cruzou da direita, matei no peito e dei de primeira. Não vou falar do gol do Léo, ele é metido, flamenguista de Del Castilho, e logo na padaria me engracei com uma tal de Priscilla... Ah, Priscilla e seus lindos cabelos pretos na orla da Tijuca, ficarei no Rio essa quarta só para te acompanhar em Madureira, samba do trabalhador, cerveja gelada e muito samba, lindas lembranças e saudades do meu avô.

Estive na Rocinha e conheci Clarinha, noivou em Salgueiro e casou pelas bençãos de Santa Tereza, porém aquela era noite de lua cheia, despedida da solteira em Nossa Senhora da Penha... Ah, minha Vila Isabel, só quem é bacharel que tem medo de bamba, e ainda que eu fale sobre os feitiços que a Vila pode me causar. Não cansarei de lembrar do Fulano dando em cima da morena do Vidigal, deixamos a Vila Isabel descendo as escadas enquanto o Léo cantava um samba de Noel, e não adianta discutir muito no sereno, nesse relento, se não perdemos o 917 que nos deixa lá em Realengo...


domingo, 6 de abril de 2014

Esperando você voltar...




Tenho bebido há algumas semanas e sobre meu raciocínio irregular não consigo guardar alguns segredos, tudo é um pouco estranho desde que você se foi. Dias atrás fui no bar em que nos conhecemos, algumas amigas suas estavam lá e vieram ao meu encontro. Incrivelmente elas acham que a culpa é minha, talvez seja, eu não me importo, precisei de algumas doses para dormir bem, saíram de lá gritando aos ventos que eu era um otário. Vão tomar no cu, fizeram minha caveira e agora saem pelas noites buscando transas casuais, deveria ter falado que pelo menos duas daquele grupo me queriam, não quis ser convencido.

Dia após dia, desde os meus 20 anos, vi mulheres que amei arrumarem alguém, casarem e terem filhos. Dias após dias perguntei se poderia ter sido feliz comigo ou não. Não encontrei certeza nas respostas. O tempo é fascinante, irrisório e ardil, me enganou e tardiamente notei a solidão que assola em meu ser. Cigarros perecem e o céu cai sobre meu apartamento, tudo está escuro, minha ressaca é turva. Por incrível que pareça, quando te conheci no bar, você estava com a Geórgia e isso fez com temesse um pouco, duas amigas e um franco atirador, geralmente vocês não permitem aproximação, logo, estávamos em meu apartamento e de repente percebi que estava esperando você. Não existiu amor antes de sua presença, não existiu corpo em que eu queria estar se não o seu; os amores perdidos foram dias e noites livrados de mentiras que tirariam o doce de ter sido seu homem. Longos seis anos sendo o seu homem. Perdi os ases de minha manga, perdi minha obsessão, esperei que você ficasse ou voltasse, malditos quadros pintados que ainda estão em meu apartamento. Devolva meu livro qualquer dia desses, temo por você não ter seu coração aberto, provavelmente não haverá amanhã, mas eu ainda estaria esperando você voltar...

N/A: Mais uma foto dessa rapaziada que manda muito: https://www.facebook.com/AllContrast?fref=ts

terça-feira, 1 de abril de 2014

Sobre os feriados prolongados





Eu vou dar a cópia da chave para ela, dizer que ela é minha enquanto dorme ou faz careta no trânsito; vou gritar para todos os cantos enquanto sua voz sussurra em meu ouvindo dizendo que me ama. Eu vou pintar o sete, ser seu valete, seja minha rainha, columbina, rainha de bateria...minha maestria. Vou ligar para o seu pai de madrugada e bêbado falar que vamos nos casar, vamos namorar e nos esbaldar, quiça arrepiar os cabelos da nuca até o calcanhar, você vai ser minha daqui para uma vida - agora vai dormir, velho, citarei o velho Chico, você não gosta de mim, hahaha, mas a sua filha gosta. 

Seduzo e impeço seus pensamentos em nossas brigas e ameaças de partidas. Fique mais um pouco, não estamos falando de promoções de lojas, estamos falando de nossas vidas, e você sorriu e ficou, você e eu enfim somos novamente um só.

O luar ainda nos brinda e eu sou seu, o Astrubal traz o seu sutiã na boca e invade a cama: "parem, brinquem comigo"...não tem como negar!!! Levanto e faço seu chá, mais cinco minutos para você relaxar, precisamos ir trabalhar, caramba, os cinco minutos voaram e já foram-se vinte, ligarei para a minha secretária.

- Karina, hoje não vou trabalhar, estou com uma gripe fortíssima. Me passe um e-mail, caso precise de mim.

Mais uma vez temos um dia para nós dois, talvez seja seu cheiro, seu riso, mas não nos cabe palavras. Desde a primeira vez que veio ao meu apartamento, ele ganhou cor e flor; azaleias e violetas, rosas e bromélias pela casa inteira. Volta para a cama que ainda precisamos terminar de nos amar... A madrugada invadiu os nossos sorrisos e por fim bebemos vinhos, nos abraçamos e ainda estamos a nos entregar, o sol já está vindo e temos apenas alguns minutos para a sexta-feira despertar, teremos que ir trabalhar...

- Karina, ainda não melhorei... se fez um feriado prolongado para nós dois.


domingo, 30 de março de 2014

Fez-te solidão, amou em vão...





Quem é aquela garota que me fascina, sobe pelas escadas e me alucina, anda na ponta do pé e desatina a minha retina, creatina para meu coração, pulsa em vão, me deixou só, solidão, nasce o outono e adeus verão... adeus cretina do bar, um jazz a tocar e meu coração sem perdão. Ah, meu coração a te amar, pois enquanto me perdi a me apaixonar à primeira vista, lá se vai você iludir mais uns que estão sempre a te procurar, e não vão te encontrar, você há de se esquivar, pois mente ao rebolar, sorriso falso de meretriz por um momento infeliz a saborear a vitória que tens em meu queixo caído, e assim fiquei, jogado aos seus pés, quase exagerado, só não por não ter sido amor inventado, e sim rasgado... vá para o inferno, você roubou meu verso, leve esse sorriso daqui, ele não cabe em meu poema de amor, nem sequer cabe em meu calor, perde-se o sabor das palavras enquanto seus peitos são descobertos por amores vis, pobre e solitária mulher infeliz.

Eu sei que está tudo bem, mas por favor, nem vem que não tem. Desfez o quão doce era nosso amor, falso amor, sobre minha mente desamor em doces ilusões, corações partidos sem perdões, sem emoções, vai-te para o inferno ou me deixe queimar por aqui, solitário em me permitir as lágrimas. Talvez ela se sinta só, talvez esteja tudo bem, talvez não sejamos mais voz, talvez não sejamos querer.

Não finja deixar para lá, você deveria ter ido embora e nem ao menos ter me deixado sonhar; tirei os pés do chão e voei. Quando voltei aos meus passos largos me enganei, sobre seus beijos flácidos e irrisórios por todas as noites inquietas de imperfeição, vá-te ao mundo e me deixe seguir só, porém trilhando bons passos nessa escuridão.


domingo, 23 de março de 2014

Maldita Thereza...



Fiz um esforço inconsciente para continuar a nossa conversa, desfiz os punhos cerrados após quebrar um vaso na parede e respirei fundo. Onde fui criado, vi com certa anormalidade que muitos homens batiam em suas mulheres, e diferente do meu pai, ou do meu avô, jamais encostei um dedo em Thereza, nem em qualquer outra pessoa, num momento de raiva. Talvez seja o novo trabalho e a falta do tempo, não culparei a bebida, pois ela livra meus temores e acalma meus nervos enquanto enceno problemas psicológicos ou psiquiátricos. 

Quando conheci Thereza, estávamos na festa do meu ex chefe e ela tinha os mais lindos cabelos vermelhos que já vi, dançava um pouco e fofocava com suas amigas, eu estava um pouco empolgado com as coleções de livros antigos e conversando um pouco sobre a liga de futebol americano com um sócio do novo escritório que agora estou. Ela abusou da bebida, mas eu percebi que estava entregue aos meus traços saxões, perguntei seu nome e ela falou que só responderia se eu dançasse uma música com ela... que vexame!

O nascer do sol na varanda foi o melhor convite que tivemos para agradecer por termos nos conhecido, nos beijamos e deixamos essa história para lá, despretensiosos e desprovidos de qualquer novidade que pudesse surgir, afinal, não sou romântico, sou cético quanto ao amor, pois não acredito muito nas pessoas; oras, é o meu trabalho, não aprendi a diferenciar as situações e emoções do meu dia a dia. 

Subimos para o quarto e antes de qualquer oferecimento carnal, ela pegou no sono. Era evidente que eu não ficaria lá, deixei um bilhete e fui embora, não deixei meu telefone, caso ela se interessasse, ela tentaria me encontrar.

Hoje completou três anos que estamos juntos, você não parece tão orgulhosa, e eu passei a acreditar nas pessoas, é claro que não com certo louvor, detesto pessoas desconhecidas, detesto fazer novas amizades, detestei a maldita cor preta dos seus cabelos...

Partirás para não voltar, engula seu próprio veneno, sua má-fé dissipara, convalescera nas cinzas e como me culpo a todo momento por termos tomado esse caminho tortuoso e turvo, não entristeço, apenas feche a porta quando sair. Você dissecará em busca de alguém, e quando disseram para ti que eu estava conquistando quatro mulheres além de ti, você acreditou; sempre fora mentira, eram apenas duas... as outras duas é que vieram atrás de mim.

N/A: Mais um romance escrito, e mais uma vez a imagem dos caras da ALLConstrast engrandecem meu simples trabalho.

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Tenham uma excelente semana.