quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Capítulo 1: Os sofrimentos se iniciam...

Ultimamente o álcool está presente em minha vida, maldito whisky, esses dezoito anos estão me envelhecendo a cada dose, maldita falta de perspectiva futura. Angústias a parte, minha vida está uma merda. O blues Bobby Blue Band cessa as lágrimas, mas é inevitável, aos poucos em cada abismo os meus pensamentos se suicidam.

Acordar cedo e dormir tarde faz parte da minha rotina, porém nestas noites não consigo lembrar quando dormir, quiça descansar, tampouco livrar o coração desse aperto, principalmente pela solidão que assola o meu abraço e os acordes que durante a madrugada faltam sempre dó maiores, restam em ré menores.

Quando eu estiver mais lúcido jorro aos ventos um pouco dos problemas de meu trabalho, da gravata frouxa e dos e-mails trocados.

Falo um pouco de Andressa também.

N/A: Serão três capítulos. Obrigado pelo carinho de todos.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Adeus Ana

Ana costumava arrancar suspiros pela manhã. Enquanto andava no elevador, os porteiros, o zelador e até os idosos ficavam admirados com os olhos, eles sempre brilhavam nas câmeras. Ana sabia que os domingos  de manhã, enquanto saia de bike pela cidade, todos os olhos se atentavam para os cabelos escuros de Ana, pois o contraste com sua pele clara era único. Até na fila do pão, as senhoras de idade se admiravam, as mesmas pegavam em suas mãos, mãos perfeitas, pães e leites pela manhã, Ana era perfeita, quem seria o sortudo? O neto jovem de uma senhora simpática poderia ser, risos doces nessa manhã, Ana sabia ser conquistadora, conquistava a todos.

Ao me acordar com café da manhã na cama, Ana falava dos problemas do apartamento, eu precisava arrumar a resistência do banheiro, precisava pintar a parede da sala, ela queria vermelho paixão, pintei um pouco dos braços e das pernas dela também. Ela reclamava, mas os lábios encostavam e os dentes rangiam, ela ria sem parar.

Ana resolveu ir embora, não entendi o porquê, mas acordei e o café da manhã não estava feito, e no espelho o batom vermelho ditava apenas um ADEUS.

Ana deve ter se enjoado de ser bonita apenas pra mim, ela está certa. Um sorriso daquele deve partir para o mundo, o mundo sempre esteve aos pés dela mesmo. O meu problema, a sina perdida de não conseguir te ver sorrir mais, angústia que me faz mal. Não tem como eu vê-la mais sorrir, por mais que eu só queira o seu melhor. Não quero mais os sorrisos de Ana.

Preciso logo quebrar aquele quadro na parede vermelho paixão.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Dúvidas serão sempre dúvidas

Eu não vou divulgar, o desabafo é particular, nem tampouco falar avessas a ti, pois agora és fria e cruel, temo não te ver aos brilhos enquanto estamos frente à frente. Acho que chegamos ao fenecimento e me sinto ignóbil ao difamar os seus lábios, seu corpo e suas mãos. Mas não somos mais os mesmos, não tenho como iludir-me, não consigo ratificar tudo o que disse enquanto estávamos juntos, tudo mudou, hoje sou outra pessoa.

Talvez você estivesse certa, talvez jamais poderíamos ter nos envolvido, jamais ter ultrapassado a barreira que existia entre nós, agora as barreiras são ainda maiores, os rios transbordam e somos incapazes de mergulhar, sequer remar na mesma direção, estamos opostos.

Logo você, segura enquanto dormia comigo, quiça pensaria em nunca mais voltar, pois você sempre foi meu ponto de partida, sempre foi contigo que marcava onde eu precisava voltar, pois também me sentia seguro, noites andando meio fio na escuridão, perdido e sozinho; ou sozinho, quando voltava trazendo um sorriso de mais um dia de vitória.

O amor é complicado pra cacete.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Apenas verdades

Ela nunca vai entender que fomos feitos um para o outro, nem entender que talvez não tenha dado certo com ninguém, pois estava guardando o verdadeiro amor para ela. Sei que sou loquaz, ela pouco acredita em mim, mas e quando você está disposto a mudar, mais do que já mudou? E quando entregaria o mundo para essa pessoa, fazendo tudo para ser verdade, um amor adolescente, daqueles que vivem primaveras; diga-me, esse não é o significado do amor? O que significa ficar junto de alguém afinal?

Eu sei que ela sente isso, pois enquanto bebia ela me disse coisas que jamais vou esquecer, somos amigos, mas estou cansado de não andar mais de mãos dadas, e nem precisaria dos beijos ardentes a todo momento, não se na cama eu pudesse te fazer dormir, beijar a sua testa, apertar você enquanto abraço e sentir você segura.

Não vou fugir e farei o possível para ficarmos juntos, depois farei o impossível para nunca mais te perder.

N/A: A vida é simples, quem complica é a gente.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Difícil verdade

Todos os dias aos goles de café pelas noites chuvosas, os pensamentos distantes de mim pairam sobre algo que não existe mais, alguma saudade que se foi e parou longe dos meus olhos, ou até mesmo de uma saudade que jamais senti.

Enquanto a oportunidade que perdi dissipou às esperanças, todas as noites os rituais me acompanhavam, às vezes algumas mulheres, mas nunca a mulher que partiu, nunca a companheira dos meus cafés da manhã, a mulher do sorriso fácil, que mesmo sobre toda a maquiagem, ainda enxergava a beleza dos seus olhares.

Uma e meia da manhã, e de todas mulheres que eu tive, a única que não me abandonou foi a insônia, mas a única que quero pra mim tem os cabelos claros e o sorriso fácil, tem a mão suave de como uma garota que pega um bombom maravilhada, a única que quero é você.

N/A: Olhando nos seus olhos...

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Sobre a solidão

As causas emergentes jogadas a mim sufocam em um paradigma surreal que cabe dentro de um espelho, talvez dentro do próprio oceano. Ainda vagando meio à sombra, sozinho e pensativo, aproveito a chuva e a falta de espaço dentro do meu peito, me vejo perdido e sufoco o querer solitário de não ter mais ninguém, principalmente pela escuridão ter levado tudo em minha volta.

Enquanto sinto o pulsar, as lágrimas simplesmente secam ao pranto ínfimo que és a dor mesclada ao desejo de vagar até encontrar alguém, qualquer pessoa, já que me levaram tudo.

A fé carregada às súplicas perdidas, pois sem chão muitas vezes cai, dei-me conta quão distante estava de tudo que lutei e busquei forças para lutar. Incapaz de lutar o desejo fugaz da desistência me deixa intacto e inócuo.

Malditos sejam os pensamentos desta madrugada, pesadelos pérfidos não me deixam dormir, me sinto fraco, prossigo taciturno e entregue ao léu.

N/A: Agora sim, preciso de um whisky.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Changes


Quando acordei os espelhos do meu apartamento estavam cobertos com dizeres em batom vermelho. Apenas bilhetes, simples formas de dizer que durante a noite o calor foi intenso, bem como choveu suores sobre a cama, o sofá e a máquina de lavar.

Não precisamos de muitas palavras quando o silêncio nos toma meio há tantos gemidos e prazeres. Faço-te às vezes parte os olhares, partilhamos o mesmo querer meio aos brindes trocados para celebrar nossa vida e os encontros que temos;

Merda, acho que gosto dela e por mais difícil que seja admitir isso, me sinto bem, nunca me senti assim antes. Detesto quando às pessoas têm razão e eu não faço parte desta mesma, pois sempre gostei de alçar voos sozinhos.

Mas isso começa a mudar a partir de agora, pois tenho gostado dos cafés da manhã na cama, tenho gostado de tê-la por perto nos finais de semana e principalmente, nas manhãs de preguiça dos domingos.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

O dia que o sol não nasceu

Enquanto ainda te tenho sobre mim, sou apenas o ar que respiras, sou a onda que invade seus pés e molha a toalha que nos adormece, que nos afaga e detém.

Sobre suas coxas passeio as mãos sem pegar atalhos, aproveitando a viagem de cada curva, e intensamente invado aos poucos os seus pensamentos e já sei que seus gemidos chamam o nascer do sol só para nós dois, mas ele teme em não aparecer, ele aparece tímido no horizonte.

A força que uso para jogar seus cabelos aos ventos galga fúrias em seu corpo, logo estando trêmulo arrepia ao jorrar suor em mim. O sol esperou seus olhos brilharem e quando viu seu sorriso postou-se há adormecer mais um pouco, pois ele ainda não estava pronto, ele não brilhava igual você.

Ainda sobre o vento que nos cerca, percebo o quão feliz estou contigo, principalmente enquanto se perde em seus pensamentos em meios ao medo particular que vives. Mas fique tranquila, se estou aqui vendo seu brilho, acredite, é porquê quero que brilhe ao meu lado.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Mudanças...


As coisas realmente mudaram, ao começar pela cor do seu cabelo, a cor do seu esmalte e a cor da sua verdade. Não existe mais verdade. Enquanto a partida nos fez chorar, eu sabia que no fundo você seria feliz com alguém e sabia também que em questão de tempo os encontros partilharão em breve os espelhos embaçados de algum motel. Mas porra, logo agora? Logo no começo da nossa vida, aquela vida de verdade que pensamos em ter? Logo agora que comprei o apartamento e decorei do jeito que tu gostas?

Infeliz, até o cachorro da raça que ela queria eu trouxe para morar comigo, espero que ele sobressaia a lembrança, espero quissá que esse amor seja verdadeiro, nele eu sou capaz de acreditar.

Ninguém é perfeito, me pus várias vezes em sua posição e senti ódio, porém nunca te embebedei de mentiras, nunca tratei você como à outra. Talvez você simplesmente goste disso, de ser uma mentira, daquelas chuvas que escurecem o céu no final do dia e chovem apenas em cinco minutos.

Você está muito preto e branco ultimamente, você é um segredo sem palavra, você é a doce partida de não querer ficar.

Eu preciso de uma cerveja.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Sobre os tais olhos claros


Você delira, mal percebe o tempo passar, bebe de água suja e de um querer solvente. Pobres de espírito, somos um nada meio ao pó, meio ao infinito que se perdeu nos abraços vagos, caminhando ao esmo.

Nuvens fechadas, o som do violão faz chover à selva nua, toda selva regada ao silêncio, o nosso silêncio, principalmente agora que não temos espaço, não temos diálogos, estes foram mortos por uma falsa saudade de um sábado madrugada dentro.

A fraqueza nos fez assim, conversas foram jogadas fora, esperança maltratada, posta na gaveta, esquecida por outras. Maldita mulher dos olhos claros, você é meu ponto fraco, não entendo os seus sorrisos.

Tento fazer o tempo parar e incrivelmente agora ele voa, ele dispara, e entregue aos cavalos no páreo, torna-se incansável, insuperável. A flor cai morta na primavera e os pássaros não cantam mais, isso sim soa estranho, tanto que não torna nenhuma canção apta de encontro a você, aos seus olhos.

Droga, já xinguei a maldita dos olhos claros hoje?

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Cansei de você


Cansei de me intrometer na sua história, de ser um simples coadjuvante, talvez figurante, não sou mais o cara que participa das horas sórdidas em um hotel barato, não serei mais seu amante.

Litros estão sendo derramados e por mais que eu queira parar, não consigo, fumaça ao ar, cigarros pós cigarros. Sei das condições que me pus, escolhi essa vida, vago solitário por corpos e roupas ao chão, porém contigo eu cansei.

Nunca te tenho de TPM, nunca acordo ao seu lado, não digo bom dia, nem mesmo faço café da manhã, te entrego na cama, às vezes sinto falta do que nunca tive, das calcinhas penduradas no banheiro, ou até mesmo do cheiro de flor em minha sala, nunca tive isso, não em quartos baratos escondidos pelos cantos da cidade.

Presente de grego, cavalo de troia, falo sério! No começo pensamos ser felizes, são apenas algumas horas, elas passam rápido demais, pegamos as roupas que estavam no chão despidas, ligamos nossos smartphones e já saímos falando de negócios dentro do táxi, mera ilusão que não aceito mais.

Não sei mais, mas hoje foi a ultima vez, minha próxima mulher não terá que ser perfeita, não preciso dela maquiada pela manhã, não preciso do cabelo sempre hidratado. Eu quero minha mulher no parque comigo, de chinelo no mercado, rindo as comédias românticas pela madrugada, um louco apaixonado.

E só.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Sentimento bom

Enquanto andava aos pés areia, as ondas frias nos tocavam e incrivelmente conhecia-te a cada andar, a cada raiar, raios de um sol que nascia duas ou três vezes, ele nascia só para nós, brilhava o mar em nossos olhos.

As mãos entrelaçadas em vários convites para sermos nossos desejos, somos uma nova rotina, uma nova vida, acho que sou dela desde então, desde o primeiro nascer do sol, o primeiro de outros que virão.

É claro, deitamos próximo as flores, o verão que nos brindou fez os corpos se aquecerem, meio a areia do mar, borboletas que voavam próximas aos nossos sentimentos, deitamos para distanciarmos o mundo de nós dois, canção em lá, trovas e mais trovas.

Entre os brindes do sol, a cor loira relaxava sobre meu peito, nua passeando pelos meus braços, apenas com as fitas no calcanhar. Longe de pensar no final, agora que partilhamos essa vontade, estamos próximos, a saudade vai criar mais uma história, mergulhar nessa paixão me custou algumas horas, mas o amor vai pendurar por anos ao seu lado.

N/A: Romance básico para iniciar os trabalhos deste ano de 2013. Que esse ano seja repleto de felicidade à todos vocês.