domingo, 6 de janeiro de 2013

Sobre os tais olhos claros


Você delira, mal percebe o tempo passar, bebe de água suja e de um querer solvente. Pobres de espírito, somos um nada meio ao pó, meio ao infinito que se perdeu nos abraços vagos, caminhando ao esmo.

Nuvens fechadas, o som do violão faz chover à selva nua, toda selva regada ao silêncio, o nosso silêncio, principalmente agora que não temos espaço, não temos diálogos, estes foram mortos por uma falsa saudade de um sábado madrugada dentro.

A fraqueza nos fez assim, conversas foram jogadas fora, esperança maltratada, posta na gaveta, esquecida por outras. Maldita mulher dos olhos claros, você é meu ponto fraco, não entendo os seus sorrisos.

Tento fazer o tempo parar e incrivelmente agora ele voa, ele dispara, e entregue aos cavalos no páreo, torna-se incansável, insuperável. A flor cai morta na primavera e os pássaros não cantam mais, isso sim soa estranho, tanto que não torna nenhuma canção apta de encontro a você, aos seus olhos.

Droga, já xinguei a maldita dos olhos claros hoje?

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