quarta-feira, 25 de abril de 2012

Dorme com essa solidão

Mais uma vez jogada às preces, a solidão se faz mistério ao vê-lo partir. Se punha como deusa do amor, rainha dos homens, solidão incolores de amores mal resolvidos. Beba novamente, duas doses ou mais, se acabe em cada trago amargo de seu cigarro amassado. Sinta a fria brisa que bate em sua janela, frio sobre frio dentre os cobertores que outrora eram quentes e cheio de amor. Palavras fogem encantos vindo das palavras ditas sem pensares, puxa logo o gatilho, o mais rápido que pode, prove da solidão, prove sozinha e inquieta de dor.

Todas as pedras atiradas viraram pó, seus olhares são paralelos ao da dor, do medo, do sangue de seus punhos e de toda impureza que escassa a sua alma. Tempos atrás éramos árvores, sombras, palmares e luares, distintos corações, eu tratando sutileza meretriz, dona de vários corações. Tola, incansável perda, tortura rotineira, descanse em paz, partir um adeus só. Sem mais...

terça-feira, 24 de abril de 2012

O calor sobre nós

Em dois, abraços e nós. Vós pensares, encantos pela madrugada, os cabelos sobre meu peito, sentindo o seu calor, ofegante, amores e espumantes. Nos tínhamos quereres, insônias adentro, frio lá fora, edredom envolvente; cabelos incolores, vermelhos amores, pretos em cores, fácil perceber o quanto queríamos nos ter, nus ao navegar em pró dos ventos... tesão a todo momento.

As mãos dela passeiam sobre o meu corpo, enquanto eu mordo o seu pescoço, ela me tem, enfim, depois de longos anos longe de mim, agora sou dela também, há tempos não procuro mais ninguém. Nos prometemos um verão, porém já era inverno, e agora o calor em nós é constante, pois a cada dia vem nascendo um sol mais quente em nossa cama, principalmente pelos corpos se tornarem um só verão, noites e dias, temperatura máxima, nem queira partir... eu não deixo, você é minha!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Só pra fazer você feliz...

Já temos nosso apartamento, o disquinho toca ali, aquela música que quando distantes sempre apertávamos o coração a escutar. Os moldes dos quadros são felizes e o rodapé da nossa cortina está todo estragado, nunca vi gostar de tanto cachorro, além de mim, minha mulher escolheu mais uns 3, tirando o nosso filho, Ramon, que faz as mesmas coisas que os cachorros, agora está ensinando eles a fazer xixi dentro do vaso sanitário. Nem queiram imaginar...

Passamos um tempo distante, 2 anos talvez, mas que cada ano distante tenha sido mais uns 10 ou 20 ao seu lado. Não quisemos casamento, poupamos o dinheiro e viajamos só nós dois, aproveitamos o mar, a paz e voltamos à labutar. O trabalho sempre fora árduo, nunca nada viera de graça, estudamos muito e estamos buscando nosso lugar ao sol. Vivemos bem, temos nossos privilégios, o amor do nosso filho e a felicidade de nossos cachorros, por hora, não falta nada, porém estamos sempre em busca de algo melhor, principalmente eu, em busca de fazê-la feliz, a partir de agora, somente feliz.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Sem aplausos

Mundo disperso, as almas vão embora, encarecem o caos que instalamos dentro de nós. Rotineiramente convictos de que a felicidade apareça ao atravessarmos as ruas. A chuva até cai para nos mostrar real, às vezes o sangue jorra e sempre o coração há de sofrer. Não somos mais nada, a hora do fim se faz notória e desde então sou apenas uma vaga lembrança. Saudades enquanto bêbada, mil amores noite afora e um distante, esse sou eu, assolando a sua mente, subconsciente, copos vazios, risadas falsas, lágrimas tomando postos quando a solidão te deita, limbo e só. Noites de sexo, mais uma manhã sozinha. Adeus.


N/A: Sem confundir a saudade com a carência.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Ela apareceu, nem pediu licença

Você está cansado de sofrer, longe do mundo e desatento as chances que aparecem para se amar. Você dispensa as vulgares, não quer sexo em vários lugares, precisa de amor feito na cama, estigas e dizeres que se ama. Os poemas não fazem sentido, as das músicas são mudas e você se perde em inúmeras doses de whiskys perdidas pelas madrugadas. Não procura ninguém, pertence ao zelo da solidão, planta o jardim para aquele blá blá blá das borboletas, eis que surge uma vindo de longe, no meio da chuva batendo as asas coloridas, vai vendo...

Os papos são comuns, os gostos naturais, a amizade nasceu e em tampouco tempo nos entregamos, nos temos e fizemos uma rotina de carinho nascer, de sinceridade nas palavras nascer. Se ela estiver longe eu vou até onde ela estiver, vou ser o jardim mais bonito para ela pousar. Escuto ela cantarolar no serviço, as amigas já notaram que o sorriso agora pertence a ela, e o celular esperando tocar, as mensagens que nos despertam na madrugada, somos jovens cautelosos rompendo todo o silêncio, ele não nos acompanha mais, não em nossas noites.

N/A: Talvez ela não acredite em mim, mas foi feito pra ela. Ela diz que todos os homens são iguais, mas quero mudar e ser diferente por ela. Talvez eu esteja achando cada vez mais uma nova cor em meio do preto e branco e estou muito feliz por isso, peço-te à ela uma chance, todos os dias, pois quero provar que ao meu lado ela será feliz, pois sou feliz só de pensar nela.

domingo, 8 de abril de 2012

A triste partida...

As velas se apagaram, e nesse escuro costumávamos namorar o silêncio em cantares espessos ao pé do ouvido. Eram friamente rígidos aos tons afinados do valor de qualquer música que falava de amor. Dei-lhe todas as cenas, o cenário e o papel principal, passos marcados foram vistos por nós dois, as noites afagas na falta de respiração, a vontade de levantar só para te apreciar vendo de cima o seu corpo nu envolto do edredom, não negarei esforços e trovas em Dó, porém já não os mais...

foi embora, que jeito covarde, prometeu o amor eterno. Olhava diretamente pra minha alma, perfazia o vento que vinha da janela semi-aberta do nosso quarto. Eu escutava o som do mar naquela noite, conseguia entender cada marola vinda de leve para não nos acordar do sonho que tínhamos em dois. As palavras da sua despedida ainda soavam sonolentas em minha mente, foram palavras atiradas como pedras que quebraram o meu coração de vidro, são fotografias constantes em meus pesadelos.

terça-feira, 3 de abril de 2012

As cores foram embora.

Dias cinzas, tom incolor. A chuva cai e molha o seu rosto sem pudor. Transmite sonhos surreais e desiguais, solidões postas a prova desde antes do aqui jaz. Vagando sem direção, rodovia em colisão, olhos distantes em pensamentos flutuantes. Mundos aos avessos, não enxergo o horizonte, três horas da manhã as minhas olheiras já são constantes. Depressão dentro do meu corpo, eu posso sentir, vermes rastejando por dentro em um coração prestes a parar de bater. O mundo desaba e você fica inepto, consequências virão e continuarão a transformá-lo em uma alma vazia, vagas lembranças, péssimas recordações, amores não mais aqui, muito menos ali.

Andarilho em olhos baixos, flores mortas no chão, esvair-se sem repouso, limbo e só, mais um caixão que desce sem flor, perdido na noite em buracos de seringa pelo corpo, já não és mais encantador, morres sem dor, ausente em amor.

N/A: Pra não dizer que eu não falei do ódio.