quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Resumos de um Cotidiano, Parte I...

...tempos atrás enquanto tu dormias, cuidava de ti e do seu sono. Sentia sua respiração ofegante após fazermos amor. Completamente nus. É incrível ver-te da fresta de pouca luz que ultrapassa nosso quarto, pequeno, mas completo.

Ao acordar, mal humor, café na cama e um seco obrigado. É preguiçosa e manhosa e para variar, eu já estava pronto para trabalhar. Eu sempre fico pronto primeiro. Terminou o café, tudo na pia, vamos logo, pois estamos atrasados. Ranzinza, reclama o caminho inteiro até o metrô. É muito cedo, queria dormir um pouco mais, mas se sente em paz, dormiu bem.

A despedida é sempre um parto, odeio ficar longe, fico preocupado, mas entendo que precisamos desse espaço para corrermos atrás de um futuro melhor...

Continuo depois, graças a Deus essa história não tem fim...

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

sobre não ter adeus...

...e o tempo parou, você se foi e eu senti a solidão no nosso apartamento frio. Meu apartamento, você deixou as chaves sob a mesa, próximo ao vaso de orquídeas escolhidas e regadas por ti. A dor faz o coração parar, os remédios não fazem efeitos, lógico, jack daniel's atrapalha a reação. 

Só, como de costume, mas em ti, o grande amor da minha vida, me acostumei. Detesto dormir com alguém, mas não com você; detesto telefonemas, mas não sua voz; detestava dar justificativas da minha vida, mas você sempre soube onde estava.

Imaginei que o para sempre duraria mais tempo, que seria acordar todas as manhãs e sentir o cheiro de café atravessando o apartamento enquanto eu curtia mais cinco minutos de preguiça com a nossa pequena julie. Me enganei, os erros se tornam cada vez mais rotineiros na minha vida. Fato: eu não podia errar contigo.

Estou contigo e não abro. Não trancarei a porta, volte quando quiser, a gaveta permanecerá vazia esperando suas roupas, como de costume.

Obrigado por ser meu grande, primeiro e único amor. Meu boa noite será para sempre seu...

terça-feira, 8 de agosto de 2017

...um ano...

...completo o primeiro ano, desde o primeiro sorriso e desde o primeiro esbarrão no escritório que trabalhamos; o primeiro ano desde o sim e aceite por ser meu doce agosto...

...o Agosto fora eterno, como têm sido incrível este primeiro ano, como têm sido intenso e vivido deveras em fortes emoções. Seu batom escuro, sua franja, seu cabelo solto, seu sorriso ao acordar no fim de semana e seu PÉSSIMO humor ao acordar durante a semana; também por todos os cafés da manhã levados na cama, ou nas massagens feitas antes de você dormir. Convenhamos, você merece.

Por muitas vezes te olhei calado, senti você aflita com a vida e muitas vezes nossos olhos se cruzaram e, particularmente, eu ainda namoro em silêncio você muitas vezes por dia.

Somos esse time ideal, onde sabemos que muitas vezes temos que atacar juntos e em algumas um de nós ficamos na defesa enquanto o outro ataca. É incrível essa entrega, a única colher, o único copo, a única taça ou a única dança. Por você eu dançaria pela muralha da China inteira e não aposte comigo, você sabe que perderia.

As lembranças são incríveis e sou um cronista, por isso não escreverei um livro deste um ano, apenas vim falar poucas palavras para quem sabe um dia lhe fazer sorrir. Eu ainda sou completamente apaixonado por você e pelo seu sorriso.

Com amor, seu leão...

06.08.2017.

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Enquanto você dormia...

...e eu mais uma vez atravessei a noite, como se deixasse claro que enquanto você dormia pelas rodovias do país, eu dirigia nosso trailer noite adentro por aí. Ao meu lado, o sono mais profundo e em paz de alguém que entregou não só o amor, mas a vida para ser compartilhada, e, em especial, comigo, por nós dois.

Desde que chegastes temos um lar e com ele vamos para longe, onde queremos estar e quando queremos estar.

...e eu mais uma vez atravessei a noite e enquanto li e estudei sem ver a hora passar, você dormiu, com os pés para fora da coberta e com profundo respirar. Desacordada e em paz, como se fosse uma princesa, pronta para o seu príncipe, que por mais que eu pareça um ogro, o seu príncipe.

Há tempos sou feliz e essa paz nos persegue, caminhando de mãos dadas com a felicidade e por poder compartilhar dia após dias as vitórias e derrotas, que também são importantes e também nos faz melhor.

Obrigado por permanecer aqui, nessa viagem incrivelmente sem ter destino certo, nem tampouco hora para terminar, mas nunca solitária, pois sempre de mãos dadas nós dois viajamos o mundo.

Você é estranha, mas é minha...e meu boa noite será sempre seu.

...mais uma vez atravessei a noite...mas dessa vez deitei sua cabeça em meu peito e dormi em paz também.

Amo você.

quinta-feira, 16 de março de 2017

Me desculpe por tudo

...



















me desculpe por não ser alguém melhor, por ao invés de apoiar, parecer criticar, ou por talvez não ser a melhor pessoa ao qual você julgou que eu fosse. Eu permanecerei com a mesma vontade de vencer, mas infelizmente sem ter você para partilhar essa vitória. Você se foi e desde então a tristeza está aqui e por mais que faça tão pouco tempo, parece uma eternidade não ter você em minha vida e não poder sentir o seu cheiro de manhã. Obrigado por me transformar em um homem melhor, Dona Larissa. Eu amo você.

Cap.03 - Sobre os pensamentos no ônibus...

...é claro que a viagem inteira não remeti pensamentos as ameaças e estar fugindo de um mal que talvez me assombre, o que me fez a viagem inteira remeter pensamentos ruins fora o término do meu relacionamento e a saudade intensa de como era maravilhoso ter-te no meu peito, repousando em paz e tendo absoluta certeza de que o seu carinho era meu, ainda que escasso durante algum tempo, mas meu.

Eu queria ser mais forte e fingir que não passou de um sonho bom, resolver acordar e seguir em frente, mas a minha cabeça é um pandemônio obscuro e obsoleto de tudo o que fizera por mim...por nós.

Abro um pouco a janela e ar gélido que assombra as montanhas de Perugia se esvai por todo ônibus, atraindo alguns olhares enfurecidos, logo eu, que não estou querendo chamar atenção. Fecho rapidamente, mas o cheiro incrível que fica dentro do ônibus tem o cheio dela ao acordar num domingo de manhã...

Vai ser foda esquecer quem amo, talvez eu volte quando tudo isso acabar...

sexta-feira, 3 de março de 2017

Cáp.02 Sobre um possível adeus...

...quase cinco horas da manhã quando o celular começou a vibrar no meu bolso e eu lá, jogado no sofá, como se um ébrio fosse e, no identificador de chamada, um número desconhecido, com uma voz desconhecida, mas sagaz, feroz e medida certamente para me afrontar. O Policial me reconhecerá e quer marcar um encontro para explicar o que lhe ocorrerá. Incrédulo aceito, pois a experiência de trabalhar há tempos com bandidos me dá essa margem em discussões ásperas. No final da ligação, ele diz bons sonhos, mas é claro que eu não dormirei, faço apenas uma mala para alguns dias, beijo na testa minha mulher e permaneço ali uns cinco minutos...

...longos cinco minutos me tomam os momentos felizes que vivemos, quando éramos apenas nós dois, quando antes mesmo dela ter me traído e eu ter aceitado o perdão, ou quando não fingíamos ser felizes e perfeitos para agradarmos os familiares. Éramos felizes, domingo nos parques, sábados de bicicleta e risadas ao sairmos dos cinemas de mãos dadas. Hoje, apenas o fim e talvez ela fique feliz ao acordar e não me ver por lá, pois nosso casamento já acabou há tempos, quiça, amanhã terá alguém dormindo com ela nessa mesma cama. Ao beijar-te, juro por Deus, não voltarei para buscar mais nada. Alguns anos incríveis ao lado dela, mas acabou.

Antes de sair, ainda com o sol nascendo tímido pela manhã fria de Milão, dois policiais à paisana no maior estilo Al Capone inspecionam o apartamento, mas é lógico que ao perceber de ressalto saio pelos fundos do prédio e utilizo uma saída secreta dos faxineiros, por pouco não sou eu o lixo a ser jogado fora e por óbvio, por mais que eu tenha aceitado este encontro, não serão nas condições que o mesmo escolhera.

Dentro do táxi entro em contato com meu primo de Florença, ele me encontrará na rodoviária à 200km dali e eu ainda estou fedendo álcool e por sorte a barba está por fazer, compro um boné barato e estou dentro do ônibus. Por enquanto estou em paz e descanso...

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Cap.01 - O reconhecimento

Eu testemunhei um crime e não é fácil dizer, pois talvez esse crime tenha sido cometido por policiais corruptos. Morar em uma cidade grande, como a de Milão, na Itália, ainda possui grandes problemas que acarretam em um mal me quer sobre diversas situações vividas cotidianamente. 

Eu sou Defensor Público e sou um dos melhores e, neste maldito dia, após brigar com a minha esposa e de fato não querer chegar em casa cedo, fiz horas intermináveis no escritório, até porque os prazos estão sempre marcados em todas as agendas sob à mesa, e, por mais estranho que seja, eu sou realmente bom no que faço, por mais que não pareça, pois soa patético a forma que me ando, visto ou vivo uma vida sem luxo. Apenas vivo por viver, trabalhar e defender pessoas que jamais seriam defendidas por ninguém.

Enfim, eram mais ou menos 23:00hs enquanto eu descia a avenida principal, próxima à rua do meu pequeno apartamento, bem mobiliado, com móveis caros e escolhidos a dedo por minha mulher. 

Claro que fora extravagante e não concordei, mas não posso negar que o apartamento se tornou um local de paz, ao menos quando não estamos na presença um do outro. Sim, já cogitamos divórcio. 

- À história, em um escadão que liga determinada rua, dois policiais enrolavam um corpo dentro de um tapete e eu infelizmente vi o momento em que o policial inseriu um silenciador à sua .40 e assassinou alguém. Não sei se era homem ou mulher, assassino ou pastor, eu simplesmente não sei o que fizera, porém sei que estava ali, e pior, o policial soube também, quando em um vulto pareceu me olhar nos olhos e correr em direção ao escadão, porém nesta hora eu já havia achado dois ou três caminhos alternativos neste bairro que moro desde à infância e dentro de três minutos eu já estava em casa.

Perplexo, um gole de uísque enquanto minha mulher dorme, preciso fumar, mas não quero, pois larguei esse vício faz mais de dez anos após a morte do meu pai, então resolvo apenas beber como se não houvesse amanhã. As dúvidas pairam sobre mim, como se fossem me descobrir em um drone com visão de raio-x, ou simplesmente eu tivesse que ser acometido por uma tortura em minha consciência vã, inóspita e sombria.

A noite está longe de terminar, mas sinto ela sufocar como se fosse a minha última. Eu preciso fazer alguma coisa... 

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

É foda...

...mentiroso de merda...enquanto se vai, fecha a mala, guarda os saltos, toma o último gole de vinho, desliga o ipod e tira seus fones, deixa meu livro próximo à tv, diz que me ama e se vai...o último suspiro, que em Deus se ampara para que nunca me falte orações de proteções. Serão dias longos sem sua presença.

...mentiroso de merda...logo depois de tudo que fizera, de todos os planos, mas a repulsa tomou conta de seu juízo, resolveu partir e desde então se faz vazio em meu peito todo o amor que sinto, em justos braços que não lhe verei repousar, não mais ninguém, ao não ser claro, a solidão, que de tempos em tempos se fez e o fará ainda mais presente. Resolveu partir.

...mentiroso de merda...da janela te vi pedir um táxi, sem forças para ir atrás de ti, sem forças para chorar ou pensar em qualquer outra coisa, se não na tristeza de te ver partir. Ficarás bem, pois gosto de pensar assim, aliás, mereces que sejas assim, pois nunca vivi experiência tão maravilhosa quanto esta, e sim, foram momentos maravilhosos próximos a ti. Eu te amo, mas em todas as nossas últimas brigas, engoli seco tudo o que de ruim me disse, sempre proferindo palavras ruins...mentiroso de merda...

Que encontre paz e me perdoe por todo sofrimento que lhe causei, mas parta de vez, pois ler...de novo, que além de um...mentiroso de merda..., foda...ler de novo, que além de tudo, você gostaria de não ter me conhecido, foi foda. É foda falhar, pois sei que dia após dia sou um ato falho em várias decisões, mas sei que desta vez não falhei e pauto o que fora dito com a máxima de ter feito o meu melhor e, mais, de querer ainda ser melhor...pois dia após dia eu busquei formas melhores de viver em paz por amor, mas eu te vi partir.

A placa do carro era 0608, apenas fechei as cortinas e chorei em silêncio.

Meu boa noite é seu.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Adeus...

E o dia chegou, como de costume resolve partir para seguir uma vida óbvia e feliz sem mim, que sou ignóbil e nu da vida. Aos poucos nos perdemos, onde os costumes já não eram os mesmos e as risadas se esvaem, tornando a rotina algo memorável e lindo, mas já não vivido.

Ainda não criei coragem para juntar os cacos, nem sua roupa...nem remover a aliança do dedo para que a vida siga, mas ela segue. Me faltam palavras, mas sobram lágrimas para todo canto do nosso quarto, que agora é frio e inóspito. Será foda ser apenas meu, continuar sem você e sem nossos brindes, sem nossa preguiça ao acordar, ou ligações antes de dormir, mas já se faz tempo, precisa de outro colo agora, não mais o meu.

Esteja em paz, foi realmente uma experiência maravilhosa ter compartilhado tantos momentos incríveis, e por mais que eu queira que fique com você todas as lembranças e pelo menos algo meu, se não tudo, ou quase tudo...por favor, apenas devolva meu livro.

Que o seu sorriso possa te acompanhar, meu boa noite será sempre seu.

Com amor, Victor Hugo.