terça-feira, 28 de agosto de 2012

Com amor, é assim que se faz

Eu fui embora e quando parti ainda tinha um lar, quadros pintados ao óleo, uma poltrona próxima ao sol da manhã de um domingo calmo e seus abraços. Os anos passaram e eu já não sei mais. Em todas as cartas você deixa bem claro: - "Foi você que resolveu ir embora, foi você". 

Concordo, parti estradas e experiências novas, mas nunca pedi por outra mulher, e agora estou de volta. O cabelo mudou de cor e os abraços não são mais os mesmos, tentei olhar em seus olhos e te sentir, fiquei com medo da sua resposta vazia e completa de silêncio, esperei o momento e partilhei dos seus beijos, depois de longos anos, até parece o primeiro beijo.

Meus relacionamentos sempre duraram menos do que as estações do ano, as músicas nunca foram completas, e para ser bem sincero, as ligações sempre eram cortadas no meio, logo após eu alegar o sinal fraco ou um túnel qualquer. O fato é que com ela a história muda, nos temos e todo o carinho parece igual, mesmo sendo novo para nós. À culpo sim, ré confessa que volta para mim, talvez sejamos um só novamente. Muito obrigado por fazer parte do meu sorriso.

N/A:"Se você está longe eu vou a onde você está. Se eu é que estou longe, chega um pouco pra cá. Porque a onde você for, eu vou. Tudo o que você quiser, eu dou. Pode acreditar, onde você estiver...eu estou"

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Porque fomos embora?

A luz está acesa e não estamos mais na sala, partimos para o limbo e deixamos tudo em paz, a guerra se foi, a chuva pairou anoitecer e se fez manhã, a janela com a cortina semi-aberta presenciou um novo nascimento do sol. O peixe do aquário agora salta fora da água, agora ele tem cor; dirá também o jornal, sempre entregue na hora do café da manhã, onde o leite é servido com torradas fresquinhas para mais um dia que prometerá ser especial. Paz aos quadros da parede perfeitamente pintada, vermelho paixão, violeta de lírio, sonho também que se fez no tapete persa estendido no chão, nosso cão astrubal aproveita o silêncio que sobrou, sorri na esperança de alguém voltar.

Sonhos se fizeram, erguemos um castelo e deixamos de viver. O conto de fadas se fez e tudo está no mesmo lugar, até a rede improvisada no quarto em que se costumava deitar. Penso em voltar, o astrubal sente sua falta, ele admite e talvez eu também sinta. Ou não, nem um pouquinho.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Um breve Setembro

A janela estava aberta e deixamos Agosto para trás. O céu, você e eu, entregues para o que deixamos de ser, Setembro se fez diante todos os abraços que estávamos acostumados, agora nós dois novamente. Te disse palavras levianas, o vento levou, esquecemos essa tristeza, caminhamos um setembro bom, nasceu sol, sol maior nos acordes de meu violão.

Te encontrar e reencontrar bons caminhos, ponho as mãos em devidos lugares, um bom livro ao te fazer dormir, hoje sim, casal se fez. Roubaria três abraços ou mais, sorri com os olhos, as lágrimas secam sobre todo o sofrimento que tivemos, pois trouxeram você a mim. Agora somos sorrisos, domingo ao amanhecer cheirando mar, te buscarei dentre o imenso oceano, trago-te a mim quantas vezes for, nascerão ainda mais meses para nós...


anos se fez desde então.

domingo, 12 de agosto de 2012

Solidão se fez

- Fala baixo, que merda garota, será que nunca vai entender que preciso de silêncio para me concentrar enquanto trabalho em casa?

- Você me pede silêncio, mas enquanto fazemos amor pede barulho em seus ouvidos. Qual é o seu problema? Você diz que tem trabalho, diz que ama o que faz, mas vive estressado e para isso precisa se embebedar por todas as noites, vá a merda, seu silêncio e seu trabalho.

Evitei esse diálogo, mas diante tudo o que aconteceu, ela estava certa. O silêncio se fez, alguns amigos meus se foram, juntamente com meu pai, a dor da solidão se fez neste dia. Me entreguei para a insônia, não quis superar, crescer e me tornar alguém melhor. Ela levou alguns livros, nosso bulldog também se foi, mas não o meu amor, maldito amor!

Hoje posto frequência no escritório, me envolvo e não me olho no espelho, monstro que sou quebraria vidraças, maldito teto de vidro. Preciso entender anseios que foram distintos a tudo que lutei, me tornei o que combatia quando jovem, sacrifícios a parte, manhãs de domingo no cemitério, conversas que são jogadas aos léos, sim, entreguem flores a quem os inspiram enquanto possam sentir o cheiro delas. Talvez eu tenha morrido também.


segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Menina que chora

Cansado da orgia que nos cega, noites procurando mulheres e encontrando meninas, se dizia madura, doses de tequila e vodca barata, mas não poupou lágrimas adentro por um infeliz que não soube valorizar o seu melhor, se fez insônia, mundo em preto e branco, sem essa de achar o pote de ouro no final do arco-iris, vida infeliz, sorrisos falsos jogados ao léo, se fez outrora necessário para saber o quão sozinha és, para nunca mais voltar, sem saber por onde partir;

Nem procure a mim refúgio, tratada como primeira opção, não mais, sua essência é sofrer porque mente. Acima de tudo procuro verdade nos abraços e afagos. Trate a ti, espelho quebrado, solidão feita novamente por alguém que nunca te amou, terceira ou quarta opção, vinho barato. Te fez procurar outros braços, novamente a mim, quer recolher porto seguro e esperança de amor. Me poupe, transo em menos valores morais, afinal, prostitutas cobram pelo serviço prestado.