quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Sobre a diversidade...

O tipo de garota contrária às minhas decisões. Não pelo fato de ser palmeiras ou tucana, nem tampouco pelo fato de colocar catchup na pizza, que desperdício e deleite com a mussarela e a azeitona preta. Olha, para ser bem franco, talvez ela prefira Claudinha à Ivete, aí fica difícil virar a cadeira para qualquer lá maior, porém ela entende o meu sotaque em ré menor e eu até gosto de quando ela solta um UAI em fá. Tudo isso apenas para explicar uma coisa: ela é contrária a mim.

A magnitude da qual estamos aptos a mudanças são ímpares, dito isso, hoje me coloco ao seu dispor, um ogro prestes a sair do pântano para morar no castelo junto com a sua princesa. Hoje sou boêmia da Vila, mas entendo que isso um dia chegará ao fim, pois terei lagos e paisagens a conhecer com ela. Sim, ela e a maldita cor verde de seu uniforme.

Anos distantes, diferentes enfim, enquanto estava passeando com seus cabelos loiros nos Estados Unidos, eu combatia com veemência na faixa de gaza; sem contar o gosto estranho que tens por comédias românticas, eu sempre preferi ação.

Ah, talvez seja por isso que me sinta completo nessa primavera, mas ela detesta, prefere inverno. Um dia serei capaz de entender porque ser completo amando esta rosa, como a rosa que lhe dei, talvez entenda porque sou espinho, enfim.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Depois que ela se foi...

Ela é o motivo do meu espelho quebrado e da falta de lâmpada no corredor que atravessa meu apartamento. Na verdade, depois que ela foi embora o pó está sob os móveis e a cortina ainda não foi colocada. Sim, minha vida se tornou uma bagunça, tampouco consigo baixar a tampa do vaso sanitário. Por ora, a única coisa que está cheia em casa é o bar, esse mantenho com fervor, pois todos os dias...todos os dias malditos que se arrastam sem fim (pois além de tudo perdi o emprego), me embriago de solidão, desespero e silêncio. 

Chorei por amor, não imaginei que esse dia chegaria, mas chorei como se não houvesse amanhã, pois lembro do dia em que ela se pôs para fora do meu apartamento, quiça de minha vida. Por obséquio, ela chorava por não conseguir conter meus anseios egoístas, pois ao mesmo tempo em que baixei o valor do vinho, eu encareci o preço da rolha. É como se fosse inóspito e indesejado, é como se ao mesmo tempo em que tivera um reino, eu pusera o mesmo à leilão. Não sei, diversão barata, ou simplesmente pela noite me convidar para dançar sem pensar em absolutamente nada; sem pensar nos planos ou em relacionamentos sérios. 

Talvez eu não esteja pronto para viver a vida conjunta, mas também não está fácil me acostumar com a vida solitária de outrora.

Para bem falar a verdade, eu preciso beber alguma coisa...

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Enquanto ela ia embora...

Quisera amar, como se não houvesse amanhã ou perdesse o chão, o tempo e as palavras. Na verdade, temo o fim solitário, logo após os 30 anos vagando por entre abraços e olhares dispersos, temo pela solidão, mas não sofro calado, nunca estou sóbrio, então jogo aos ventos essa preocupação. 

Todos meus amigos já casaram, alguns são pais. Sim, algumas ex namoradas também já casaram, há tempos não sei como é esquecer o nome de todas outras e pensar em uma só, tratar com exclusividade as mãos em meu peito num domingo de manhã, ou quem sabe atrasar o expediente no escritório em uma segunda-feira. Maldita solidão, maldito são os meus dias que se arrastam sem encontrar você. Porra, quem seria você!? Tempos atrás encontrei alguém, na verdade, encontrei a mulher da minha vida: cabelos vermelhos, olhares que sorriam, pontas dos pés em meu apartamento gelado no inverno, batom vermelho e fotografias. Maldita, trouxe até o gato aqui para casa, não reclamei, mas ela sabia que do meu ódio pelos felinos, foi um teste.

Tempos atrás prometi para mim mesmo que mudaria, pararia de fumar e beber, praticaria mais esportes e cuidaria da minha alimentação. Menti, sou bom nisso! Não estou acostumado com isso, rejeito quaisquer pensamento atrativo que tema em minhas reflexões controvérsias.

Há tempos sozinho, mas ainda lembro de te ver sair com os saltos na mão para não fazer barulho. Maldita, não deixou nenhum bilhete, e eu mais uma vez fiquei sozinho, não sou o tipo de cara que sai correndo atrás, porém foi sacanagem ter levado meu livro favorito.

Maldita seja...

domingo, 5 de outubro de 2014

Ainda sobre despedidas...



Eu optei por viver essa vida desgraçada. Entre amores vis e infelizes, resolvi partilhar o melhor de cada momento e rumei solidão afora, nunca julguei ninguém, nem tampouco pedistes para uma ou duas mulheres ficarem mais de uma noite por aqui, por mais que tenhas desejado por ter inclusive esperado mudar, porém se mostraram fúteis, talvez eu não tenha sorte e tenha procurado de forma errada o nascer do sol com algumas meretrizes. Infelizmente não consigo ser hipócrita, o caminho da porta é o mais conhecido e indicado para todas as mulheres que depois transam comigo, incrivelmente sei quais serão as que voltaram para meu apartamento e estarão em meus braços.

Talvez eu não saiba amar, elas choram e sofrem, algumas não merecem, me culpo. Paciência, não vou lutar para melhorar, mas posso fingir que amo, me culpo menos mentindo assim do que abandonando.

Hoje sou apenas despedidas, nunca chego para ficar, sequer fico onde estou, a saudade toma conta de mim e hoje não costumo mais dar certezas, sou apenas interrogações.