segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Depois que ela se foi...

Ela é o motivo do meu espelho quebrado e da falta de lâmpada no corredor que atravessa meu apartamento. Na verdade, depois que ela foi embora o pó está sob os móveis e a cortina ainda não foi colocada. Sim, minha vida se tornou uma bagunça, tampouco consigo baixar a tampa do vaso sanitário. Por ora, a única coisa que está cheia em casa é o bar, esse mantenho com fervor, pois todos os dias...todos os dias malditos que se arrastam sem fim (pois além de tudo perdi o emprego), me embriago de solidão, desespero e silêncio. 

Chorei por amor, não imaginei que esse dia chegaria, mas chorei como se não houvesse amanhã, pois lembro do dia em que ela se pôs para fora do meu apartamento, quiça de minha vida. Por obséquio, ela chorava por não conseguir conter meus anseios egoístas, pois ao mesmo tempo em que baixei o valor do vinho, eu encareci o preço da rolha. É como se fosse inóspito e indesejado, é como se ao mesmo tempo em que tivera um reino, eu pusera o mesmo à leilão. Não sei, diversão barata, ou simplesmente pela noite me convidar para dançar sem pensar em absolutamente nada; sem pensar nos planos ou em relacionamentos sérios. 

Talvez eu não esteja pronto para viver a vida conjunta, mas também não está fácil me acostumar com a vida solitária de outrora.

Para bem falar a verdade, eu preciso beber alguma coisa...

Um comentário:

Bruna Carla disse...

Continua escrevendo muito bem, adorei o texto! Fazia um tempo que não visitava seu blog, prometo voltar com mais frequência.