quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Enquanto ela ia embora...

Quisera amar, como se não houvesse amanhã ou perdesse o chão, o tempo e as palavras. Na verdade, temo o fim solitário, logo após os 30 anos vagando por entre abraços e olhares dispersos, temo pela solidão, mas não sofro calado, nunca estou sóbrio, então jogo aos ventos essa preocupação. 

Todos meus amigos já casaram, alguns são pais. Sim, algumas ex namoradas também já casaram, há tempos não sei como é esquecer o nome de todas outras e pensar em uma só, tratar com exclusividade as mãos em meu peito num domingo de manhã, ou quem sabe atrasar o expediente no escritório em uma segunda-feira. Maldita solidão, maldito são os meus dias que se arrastam sem encontrar você. Porra, quem seria você!? Tempos atrás encontrei alguém, na verdade, encontrei a mulher da minha vida: cabelos vermelhos, olhares que sorriam, pontas dos pés em meu apartamento gelado no inverno, batom vermelho e fotografias. Maldita, trouxe até o gato aqui para casa, não reclamei, mas ela sabia que do meu ódio pelos felinos, foi um teste.

Tempos atrás prometi para mim mesmo que mudaria, pararia de fumar e beber, praticaria mais esportes e cuidaria da minha alimentação. Menti, sou bom nisso! Não estou acostumado com isso, rejeito quaisquer pensamento atrativo que tema em minhas reflexões controvérsias.

Há tempos sozinho, mas ainda lembro de te ver sair com os saltos na mão para não fazer barulho. Maldita, não deixou nenhum bilhete, e eu mais uma vez fiquei sozinho, não sou o tipo de cara que sai correndo atrás, porém foi sacanagem ter levado meu livro favorito.

Maldita seja...

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