terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Enquanto estou por aí...


Atravesso o silêncio da madrugada e algumas vezes me sinto artomentado por motos e carros que de cinco em cinco minutos passam por aqui. Moro próximo a um hotel, o letreiro pisca e me cega, maldito Minhocão, é horrível morar no final da Avenida Angélica. Whisky puro enquanto peço perdão a Deus. 
Não sei, não nasci para aguentar pessoas rudes, já me basto. Estou caindo e não culpo ninguém. Esse sou eu, essa é minha vida. Colocarei a culpa nos outros sim, fora-se quem me julga. Não quero ter ninguém, nunca sonhei com isso. Não entendo as mulheres e nunca tentei entender; aliás, quando entendi uma medíocre maldita ela resolveu partir. Ainda bem que nunca mais me procurou. Mudei meu endereço, não tenho mais celular. Saio por aí e compro o sexo, mato o amor. Há tempos esse meu tempo não muda. Ainda não consigo pensar em ser de apenas uma mulher, sequer consigo ser meu.
Os dias passam...

Rezei, acreditei em Deus por alguns instantes. Não pedi nada, sei que ele está ocupado com coisas mais necessitadas, mas sei lá, é foda... tem sido foda conviver com essa depressão. 

As contas estão atrasadas, carta de despejo por baixo da porta. O chuveiro queimou, tenho tomado banho às vezes. Por ora, desde quando ela fora embora eu me permiti essa vida.
Preciso parar de beber, vou colocar minha mochila nas costas e sair por aí...

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