domingo, 18 de maio de 2014

Sobre os trinta anos



Chegamos em nossos trinta anos e percebemos que algo está errado. Os bares são sempre os mesmos e quando nos damos conta, as músicas são velhas e os hábitos também; talvez o que salva é ter os amigos velhos, aqueles que já temos há mais de vinte anos, mesmo a grande maioria tendo namoradas, sendo pais e mães e já casados, sou padrinho de alguns, aliás. 

Os trinta anos nos reserva a independência financeira, desde que moro sozinho já tive amores que foram desfeitos como simples nuvens no céus; amores que duraram menos que chuvas de verão. Aos trinta anos você pensa: porra, estou sozinho e a culpa deve ser minha.

Dias atrás enquanto transava, o que cada vez mais é raro, pois trabalhando onze horas por dia você simplesmente não tem tempo para isso, você esquece o mundo, enfim... estava transando e não parava de lembrar da minha primeira namorada, eu tinha 16 anos, eu era feliz. Já trabalhava, mas eu sabia conduzir o tempo, minha mãe ainda lavava minhas cuecas e fazia meu almoço, senti saudades da minha primeira mulher. Eu nunca fui pegador, acho normal transar com mulheres diferentes todas as semanas, mas isso não me torna um cafajeste, trato-as bem, mesclo um pouco de safadeza com um jeito carinhoso, mas são apenas transas, eu me bloqueio e não envolvo o coração nessas coisas, eu não acredito muito no amor, às vezes penso até que meus amigos estão errados, mesmo estando felizes.

Sei lá, preciso beber mais alguma coisa, e muitas vezes em meu apartamento você não encontrará o que comer, mas as bebidas que tenho por aqui são para todos os gostos e ocasiões, de bebidas eu entendo, bem mais do que mulher, para bem falar a verdade. A crise dos trinta anos me deixa depressivo, estou aprendendo a tocar gaita para deixar claro isso, pois talvez o destino seja perseguir sozinho.

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