domingo, 17 de agosto de 2014

...mas é minha

Perdi todas as minhas noites de paz a partir do momento que essa mulher de 1,62 pisou em meu apartamento. Cabelos pretos, saltos discretos, batom vermelho. Sim, batom vermelho. Me trouxe insônias ardis, as taças de vinho estão sempre vazias, cacete, às vezes a gente esquece que malandro também ama, estou há meses vivendo exclusivamente para nós dois, hoje eu fiz o jantar, a sobremesa nós fumamos na cama. Sim, após amor carnal, cravado em minhas costas, marcas em meu pescoço, corpos suados dispostos ao infinito. O dia pode raiar, doce menina, quero você em todos amanheceres. Seu corpo é meu, meu guarda roupa parece ser seu...

Nesta terra de ninguém, onde poucos heróis existem, onde aos poucos os homens de bem somem, se esvaem, ela me elogia, diz que fecha os olhos tranquilamente, pois sabe que estarei lá no dia seguinte, ela confessa isso para mim sem ter medo de me perder; gosto de sua sinceridade. Para falar a verdade, fecho os olhos e muitas vezes ao abrir ela está lá, lendo alguma coisa ou preparando o café na cozinha. Muitas vezes, por saber que minha insônia é uma merda, na ponta dos pés enquanto se prepara para ir trabalhar, sim, não estou dormindo, e talvez ela saiba, então apenas observo a forma sútil que transforma seu lindo rosto em suas maquiagens fortes, novamente, batom vermelho. Cada lingerie colocada eu posso sentir que és especialmente para mim, posso sentir que estou dividindo a prateleira com a mulher certa, pois sinceramente não conhecia felicidade antes de sua presença, e por mais incrível que pareça, não sinto saudade alguma de ser feliz sozinho, como costumava ser, ou fingia ser para parecer forte.

Você é estranha, mas é minha.

Nenhum comentário: