domingo, 9 de novembro de 2014

Enquanto ela resolveu partir...

Você prometeu ficar, mudou a cor das cortinas, me fez beber vinho tinto seco; maldita, onde estão as garrafas de meus uísques dezoito anos que por anos conquistei com tanto labor?

Ela levou meus livros, a geladeira está vazia e minha perspicácia pelo amor se esvaiu. Talvez entende o seu lado egoísta, talvez, inclusive, entenda o motivo de que tenhas partido, só não aceito. Bem, meus pensamentos estão uma bagunça, sinto falta de seu cabelo loiro em cima do meu peito. Sinto falta do café na cama, você disse que seria para sempre. Maldita, e aquele papo infame de que tu só me deixarias se o lado bom fosse menor do que o ruim!? Não negues o doce sabor da partida, me acostumei à viver sem vossa presença, excelência. 

Não gritei aos ventos, permaneci em silêncio, ocupado e rude, não permiti que nenhuma outra ilusão ocupasse seu lado esquerdo na cama. Você detestava ficar do lado da porta, pois é, eu não esqueço. Não aceitei sua partida, isso me deixa puto, eu sempre faço isso; divago nos domingos chuvosos, penso em retaliação, mas simplesmente não aceito. Bom, você sabia que eu não prestava, que eu detestava shoppings center's e que não participaria de suas reuniões, porém estive ao seu lado, simpático e cético, aliás, estive ao seu lado usando gravata e polo de marca. Porra, detesto usar tênis e jeans nos finais de semana, eu gosto de chinelos e botas para minhas trilhas, você fingiu entender e partiu alegando entre N motivos, esse, o principal. Fui fiel, mas não tratei isso como conquista, fiz mais do que a minha obrigação.

Quando tu partistes, fiz o que sei fazer de melhor: bebi como se não houvesse amanhã, sai de madrugada para talvez te encontrar, tropecei em semáforos vermelhos. - AH PUTA QUE PARIU COM ESSA BUZINA, PASSE POR CIMA! - Superei, menti para mim mesmo e chorei no chão da cozinha enquanto alimentava nosso bulldog inglês, aprendi a cozinhar pelo youtube, queimei o maldito arroz, fui em nosso restaurante, a maldita garçonete perguntou de você, explanei aos ventos que você, a maldita, já havia partido, havia se posto fora de minha vida. Vá ao diabo.

Perdi todas as fichas quando apostei em você, mandei fechar o cassino e perdi, a banca ganhou. No contrato do amor eu esqueci de ler as entrelinhas, quando o contrato desfez, eu arquei com as dívidas.

A vida tem dessas coisas...


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