domingo, 23 de novembro de 2014

Em uma noite de sábado qualquer...

Tenho bebido enquanto trabalho, trabalhado enquanto durmo e dormido enquanto bebo. Essa é minha rotina, tenho vivido minha vida sem cobranças e expectativas. Pesos de papéis sobre minha mesa, pedi demissão daquela merda de repartição. Ufa, trabalho melhor sozinho, foda-se o que vão pensar, tenho pago as contas em dia, por incrível que pareça.

Às vezes a sinceridade agride, não dou a mínima. Transo, fumo e bebo, não necessariamente nessa ordem, nem tampouco com as mulheres mulheres, cigarros e bebidas. Me destruo aos poucos e mais uma vez...não dou a mínima para o que pensam de mim. Aliás, são pensamentos alheios a minha vontade. Suicídio num monólogo, silêncio. Apenas silêncio.

Três horas de um novo dia, sábado. Pouca luz, sorrio para uma garota, maldita garota, dezesseis anos. Mais nova do que minha dose posta à mesa, mesmo assim ela atravessa a barreira, minha tendência é estragar esta situação, meus amigos me criticam. Ora, se minha vida é uma merda, por que não pecar com uma menor de idade? - Malditos, tenho uma filha de quase dez anos, em quantos caras eu terei que bater para deixar isso claro? Tudo no seu tempo... delatei a linda criança, colocaram-a para fora do bar, vai tarde, vá pra casa.

Menti, antes da delação deixei o papo me levar, fingi ir ao banheiro, chamei o garçom de canto e falei. Sorri, pendurei a conta e parti, estava chovendo e resolvi acender um cigarro, fumei três até chegar em casa, ensopado e bêbado, sentei na frente da pequena porta do meu pequeno apartamento em um pequeno prédio com onze ou doze apartamentos por andar.

Alguém pegou minhas mãos, me levantou com certo trabalho, mas por incrível que pareça a minha consciência pesa bem mais do que meu corpo, bem mais. 

Meia dúzia de xingamentos, apenas uma pessoa me xinga e me chama de Victor (com C), era você, meu anjo. Me entreguei, me leve para algum lugar, qualquer lugar, desde que esteja com você.

Domingo de manhã, meu apartamento está frio e solitário, se não fosse pela dor de cabeça eu diria que fora um sonho, ela foi embora, minha dor de cabeça não.

Preciso beber alguma coisa...

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