quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Capítulo 3: Andressa, a mulher da minha vida!

Quando tinha Andressa em meus braços, sabia que não era por inteiro. Eu não a tratava como única, nem seus lindos olhos me detinham. Eu precisava respirar e nunca quis perder todo o meu ar com ela na cama, sempre fomos nota seis e meio.

Antes de morarmos juntos não sabia o transtorno que seriam as brigas incansáveis por toalhas molhadas deixadas na cama, ou às vezes que respingavam o xixi no chão, próximo ao vaso sanitário. Sou homem cacete!!! Nunca reclamei das calcinhas, ou de almoçar enquanto ela fazia as unhas do pé na mesma mesa. Não digo isso enquanto bebo, ou arrependido por ter dado dois tragos em um baseado trazido da Europa.

Ela se foi, e tão sereno me pus consciente, pensamentos trazidos ao presente: Quero essa mulher de volta.

Não sei explicar, mas só cultivamos o pior, em momento algum tivemos o que éramos antes de morarmos juntos. Sujamos água com sangue, não a transformamos em vinho.

Andressa sempre tentou explicar, acabei misturando as coisas, tornei tudo complexo e não consegui compreender tão falhos eram meus erros, tão distante as brigas tornavam, eu simplesmente deixava ela na cama e saia para beber, gostava das prostitutas, me sentia livre nas noites, e mesmo chegando de madrugada, ao vê-la nua dormir, jamais quis roubar o lençol e tentar fazer as pazes por ali mesmo, igual todos os casais normais.

Andressa chorou ao partir, talvez ainda exista amor. Porra, preciso aprender a amar, vou me recompor, fazer as barbas e encontrar ela amanhã cedo, ela ainda não sabe disso. Não tenho planos, mas quebrei os quatro telefones que ela tanto reclamou, preciso dela aqui. Andressa há de querer, cigarros e drogas não fazem mais parte da minha vida, levarei flores; flores não, levarei um bombom, ela gosta de chocolate branco.

Farei uma cópia da chave do meu apartamento, ela entenderá o recado...

Anoiteceu, a máquina de costura está ao lado do meu notebook, os desenhos estão por todo lado, lingerie vermelha refletindo no espelho?

- Andressa voltou!

Um comentário:

Leo Stortti disse...

Cara.. desfecho impressionante!! Texto coeso, direto e intelectual. Infelizmente nem todos "pobremas" são resolvidos dessa forma, eu gostaria q o meu tivesse sido... mas a linha do texto ficou perfeita! Parabéns mais uma vez!