sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Sobre a solidão

Sou um homem distinto, deixei a barba crescer e sempre antes das oito horas da manhã saio para trabalhar.

Visto um traje despretensioso, meus óculos distraem meus olhos castanhos normais, sou comum e oculto, meu espírito misterioso não permite manifestações em primeiros momentos, quiçá nos primeiros encontros, mais uma vez tenho um encontro nesta noite, espero que não estrague tudo novamente, sou astuto, mas quando trata de amor, tropeço na escuridão trágica dos corredores da escravidão, definitivamente morarei sozinho, meu nome é Marx Javent, tenho 27 anos e não tenho com quem compartilhar meus cafés da manhã.

Acontece que eu não era assim, há lugares que lembro, mantive uma excelente relação, estraguei o futuro por simplesmente não conseguir viver no presente, às vezes nos esbarramos pelos corredores da repartição, não passamos do bom dia; na verdade, sorte por ter monitores nos elevadores hoje em dia, irá chover e está trânsito em Nova Iorque, novidades dos taxistas, os elevadores não precisam mais daquelas músicas chatas.

Embora eu saiba que nunca perderei o afeto pela mulher que amo, sei que a frequência me traz menos pensamentos surreais sobre o que seríamos, sobre suas roupas pretas e seus cabelos jogados em mim, ainda lembro e sofro, mas acho normal esse sentimento, medo e frieza me prender, talvez seja por isso que beba tanto, principalmente em dias de chuva assim.

Já são seis horas da tarde e meu celular está tocando, disse que me atrasarei para o primeiro encontro, deixaremos para outro dia, esse dia jamais chegará, ela está de passagem pela cidade. Chego em casa e mais uma vez a companhia será do Cavalo Branco. 

Quando olho pela janela ela está do outro lado da rua, fecho os olhos e ela simplesmente desaparece, estamos sozinhos mais uma vez.






Nenhum comentário: