domingo, 7 de abril de 2013

Aprendendo da pior maneira...

"Victor, não aguento mais suas mentiras, nem tampouco a escassez do tempo que nos falta e sobra aos seus amigos. Te conheci assim, desde a primeira vez que conversamos me lembro do rosto atento aos livros e as poucas horas disponíveis aos amigos. Mas não dá mais! - Não sei se é por falta de confiança, ou pelo comodismo que nossa relação estacionou, mas não cultuo mais os seus quereres, não suporto mais as suas mãos postas as outras pessoas e não mais aos meus desejos, aos meus problemas, à minha carência. Adeus, não volto mais. Acredite, você foi bom enquanto durou, mas não duramos o suficiente para sermos o seus sonhos, você não sabe os meus. É lindo te ver sair para trabalhar, sempre atrasado com o nó da gravata mau feito, mas você não me olha, às vezes espero um beijo na cama. Não lembro mais quando me deixou o café por lá... faz muito tempo. Obrigada por tudo, por favor não me procure."

Às vezes penso que tenhas razão, mudei e não senti a mudança do clima, agora sou inverno e não sou mais verão. As dores de cabeça são constantes, durmo pouco e quando tenho que ficar acordado ela nunca está ao meu lado. As lingeries sempre estão postas na cama, muitas vezes o batom vermelho me chama ao coito, mas nunca atento a isso. Puta que pariu, talvez não a ame mais, seja qual for meus problemas, deveria ter sido sincero com ela. Ela deixou algumas coisas por aqui, o cabideiro e seu sutiã, o livro que mais gostava das mulheres que roubavam livros apoiando o monitor do meu computador. Caramba, o astrubal surgiu debaixo da cama. Os olhos deles estavam mais tristes que os meus. Tenho medo de não sentir mais amor, fazendo surgir madrugadas e doses de uísques que não acabam mais, talvez não tenha esperança em seus olhos sob os meus, nem sobre seus cabelos vermelhos... puta que pariu, estão pretos, estão pretos!

Será que os post-its tomarão lugares no papel de parede recém decorado, ou terei que mudar as cores vermelho escarlate da sala de estar, ou da árvore e suas maçãs no topo do seu quarto. Afinal, eu dormia mais no sofá sobre minha ebriedade no sofá, às vezes no puff. Definitivamente, não éramos mais um casal, eu sabia cada vez menos sobre você, cama solitária e seus travesseiros.

Eu optei por isso, não quis seguir esse caminho, optei e negligenciei o destino. Acreditei mais em mim e na dor sentida e me escondi para não sentir as batidas de seu coração, respirando por aparelhos, com as veias entupidas pela falta de amor, por falta desta circulação.

Ela partiu e talvez essa seja a dor da perda, as palavras fogem dos livros e não consigo me concentrar, falta luz e quando olho nos espelhos de casa não a vejo mais. 

Nem sequer uma foto porra! - Só dá caixa postal na merda do celular, é duro se sentir só, e fiz isso para ela enquanto fingia estar próximo.

N/A: Ame até o ponto final, ele pode virar reticências e o destino pode voltar ao seu favor. Paz a todos!


4 comentários:

Leo Stortti disse...

Simplesmente Perfeito! Simples assim!

Fulano disse...

Muito bom camarada!!!
Tá a mil seus post's! Parabéns!

Anônimo disse...

Ao menos você se conhece muito bem!

Victor Stifler disse...

Vá a merda anônimo! hahaha

Obrigado pelo carinho!