domingo, 23 de junho de 2013

Enquanto o cigarro queimava...

Encostei na parede, o sol tinha desaparecido novamente. Eu era a única pessoa na varanda, logo a fumaça subia lentamente e o cheiro do cigarro pregava os andares, meu casaco xadrez e as pontas dos meus dedos. A neblina cobria os montes, a lua apareceu e brilhou ainda mais forte, quando estamos sozinhos nos ostenta ainda mais a solidão, minha vida virou um pesadelo, não consegui desvendar seus mistérios e deixei você ir embora. Como você teve coragem de bater a porta e dizer que os problemas não eram meus e que os sorrisos não eram de felicidade?! Talvez eu quisesse que os problemas fossem meus também, mais uma vez egoísta, agora um céu sem cor, apenas não me odeie por ser sincero.

Venha até a mim, não precisa me cercar e seguir, como se fosse uma policial a paisana, prometo ficar onde estou, eu quero você de volta, mas nos permita, permita ser feliz, enfim, sorrir de verdade, uma felicidade só, nossa felicidade.

São três da madrugada e mais uma vez sento na varanda e leio um livro, escuto aquela música que ela gostava, enquanto tirava a roupa e se entregava, várias vezes pedindo para eu fazer silêncio e apenas escutas seus sussurros enquanto nos entregávamos sem pressa ao que talvez achássemos que fosse amor.

Você não está sozinha, eu nunca deixei de querer ser vítima do seu amor egoísta, eu ainda estou aqui por você, não deixe que tirem esse sonho de nós.

Olhe para si mesma e faça uma mudança, insônias a parte, preciso de um cigarro.

2 comentários:

Leo Stortti disse...

Um dos melhores textos dos últimos tempos!!! Ótima leitura, recomendo!!!
Parabéns, irmão!

Fulano disse...

Muito bom!!! Excelente romance camarada!
Parabéns!