Da prostituição à perdição...

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Esquinas solitárias, cobridas por pó, batons e micro-vestidos, ganhando o pouco que poderá sobreviver, um filho pra criar, 6 anos de idade, com o pouco de sonho que ainda resta sonhar. Subúrbio da capital, olhares que amedrontam a cada parada no sinal, 30 reais o serviço e vai mais da metade pro charrél, distinta, em olhares cruzados pelo medo, vida dupla para que alcance os seus objetivos e se dê tudo o que nunca tivera. Escolha errada em uma noite mulher, te fez cair na prostituição, como uma cega no tiroteio, ao largar nada que tinha foi buscar a vida em meios da volúpia, ela é profissional, guerreira por si só, faz vagabundo engenheiro além de levar as alturas pagar o programa que vai virar um brinquedo de 1,99 pro filho ou 20 gramas de pó.

Quando criança costumava ter sonhos, ainda brincando com as bonecas na adolescência não passava pela cabeça se tornar garota de programa, sonhos distantes, nunca mais existirão, agora a rotina é brilhar o olho a cada vagabundo que passa. Elas não escolhem cor, peso ou coisa e tal, elas vão atrás do dinheiro e se dão ao luxo de não estudar mais. Estudo no Brasil é caro e para alguma delas não compensa, mas essa não, essa está entregue nas drogas e chora toda noite ao ver o filho dormir, já passou fome no passado, não mais; já passou sede no passado, não mais; agora vive a chance de aparecer algo melhor, ou que seu filho tire-a do buraco sem dó, porque ela sabe que esse caminho é sem volta, mas enquanto a esperança brilhar no seu olho com o nome José, é por ele que cada dia irá nascer, pois surgirá um novo homem e caso ela não afunde barcos em pleno oceano, fará cada dia uma nova chance de um sol.