Eu tinha tudo para odiar as pessoas, as portas sempre fecharam e eu não conseguia acreditar nisso. ''DEUS, POR FAVOR, FAÇA ALGUMA COISA POR MIM''Me sentia só, não tinha escolha e muito menos o amor dos outros, excluído em um mundo desleal cai nas drogas e vi a felicidade brilhar em uma fumaça translúcida do meu baseado, eu falava comigo mesmo, não queria mais isso pra mim, mas estava lá em baixo e escutava vozes, vozes essas que só queriam o meu mau e me queriam longe dessa primavera...Me lembro de uma senhora que gentilmente me deu um prato de comida na rua a onde eu morava, pobre senhora, roubei sua bolsa e ainda espanquei até sangrar lágrimas frias que não iam mais faltar...
Um momento...lembro também que todos os meus corres diários eram só para conseguir droga, o que eu pensava? qual era meu ideal? o que eu queria pra vida? Não, isso não faz parte do meu mundo, esse não é meu mundo, mas eu já estava entregue a tudo de mau que a vida tinha me reservado. Eu não tinha mãe, ela morreu no parto...essa é a única história que ouvi meu pai dizer quando foi baleado por um policial em uma troca de tiros em um bairro nobre de São Paulo.
Maldita Vila Madalena e seus burgueses, que vontade de voltar a vida e matar um por um, a cada risada na escola, a cada vez que eu escutava: '' Além de drogado é burro, não sabe ler...'' O ódio que toma conta de mim dentro desse caixão me dá forças, forças para subir e tentar recuperar tudo o que é meu...
Não, eu não tenho nada, nunca tive e agora que posso ter um fim tranquilo nessa vida ou em outra...peço e grito: ''Deus, faça alguma coisa por mim...''
N/a: Tão real, quanto irreal, talvez surreal!
Um comentário:
Hummm, bem que eu avisei pra tomar o remédio certinho. Aí fica tendo essas alucinações. rs.
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