sábado, 9 de março de 2013

Insônias à parte

Logo depois de mais uma madrugada preso aos papeis, por todas as partes xícaras de café e algumas manchas de sangue em meus dedos, encerro mais uma noite sem dormir. Passo frente ao espelho e não me reconheço, não sei por qual motivo ainda gosto de viver assim, talvez não viva mais, esse é o último suspiro. Aqui jaz.

O uso de drogas intensifica os batimentos cardíacos de meu coração e algumas cadeiras caídas mostram o quão fora de si fiquei por horas em mais uma noite de insônia. A barba está grande e o nervosismo aflora minha pele, tornando as rugas constantes em minha testa, mesclando o roxo dos meus olhos e suas olheiras assombrosas.

Pra puta que pariu os hipócritas, claro que a culpa é dela. Ela me abandonou e disse estar feliz, pousa com seus novos casais em noites diferentes pelas noites, entrega os seus abraços que eram meus a qualquer um. Falsa moralista sem brilho e nem recordação. Vivemos quase cinco anos juntos e eu nunca a conheci, nem tampouco soube o que seríamos, mas hoje tenho certeza que não somos nada, nunca fomos.

Talvez eu precise me internar, sei que aos poucos tenho ficado fraco e os reflexos cada vez mais lentos, porém agora é tarde demais, preciso seguir o meu caminho, outro mundo me espera. Apenas livros para os testamentos e meia dúzia de crônicas feitas sobre a dor da perda.

Não quero essa vagabunda em meu funeral. 

Um comentário:

Fulano disse...

Parabéns cumpadi!!
As vezes o cara tem que ter a cabeça feita mesmo, ou se afunda.
Abraços!