quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Sobre os surtos da despedida...

Horas atrás você estava em minha cama, totalmente nua, ria das minhas piadas enquanto brindávamos ao brilho da lua. Minutos atrás você se levantou na ponta do pé, tinha acabado de fazer as unhas, momentos inesquecíveis para uma vida tão dura. Eu tenho sérios problemas com mulheres que me fazem sorrir e esquecer dos problemas. Ela prometeu vingança, surtou e foi embora. Okay, acostumado com despedidas deixe-a ir, nasci sozinho, morrerei sozinho. Simples.

Sabe a merda!? Sabe o foda!? Eu estava me acostumando com as cores do cabelo dela sobre o meu peito, me acostumando com o jeito debochado de sorrir de canto, de me olhar debaixo pra cima, como se na pretensão de pedir algo, súplicas sempre concedidas. Maldito poder de persuasão. Meus braços fazendo o seu porto seguro. Na verdade, a maldita chegou em casa sem pedir licença, começou a escolher os filmes e mudou as cortinas da minha sala. Porra, deu vida ao meu apartamento, perdi minha vida desde que entrei para a Polícia. Aliás, eu já era um sujeito complicado antes disso. 

Enfim, a maldita levantou na ponta do pé e mencionou poucas palavras. Eu não entendi, aceitei calado e bebi como se não houvesse amanhã. Deve ser foda não receber ligações minhas, eu sumo enquanto trabalho e me escondo quando tenho raros momentos de folga. Okay, tenho admitido para muitas pessoas que tinha encontrado a mulher certa, até um maldito gato ela tinha trazido. O nariz dela era empinado e grande, tive quase certeza que havia ganho em uma loteria, em um cassino onde todas as fichas seriam minhas. Jackpot winner.

Em algum momento da conversa eu me perdi, as risadas se tornaram lágrimas, de repente vestida, de repente fora do meu apartamento. Fora do meu apartamento. O galileu ficou.

A maldita bateu forte, detesto admitir, mas o jeb pegou no queixo.

Por isso eu não baixo a porra da guarda, detesto o cheiro de sangue constante entre meus dentes.

Ah, galileu é o maldito gato.

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