domingo, 18 de janeiro de 2015

Cap. 01 - Prólogo

Era manhã de domingo, como de costume aprendi com meu pai, que aprendeu com o meu avô e repassou para mim e meus três irmãos, que, somente em raras exceções uma mulher deve acordar antes de você. Conclui-se durante os 10 anos de casados esse sacrilégio. Sempre dormi tarde e acordei cedo, inclusive em manhãs como essas, semanas atrás os problemas já não conseguiam mais serem encobertos. Foda-se, há tempos eu simplesmente não me importo.

Domingo, saio para pegar o jornal, tomo meu café da manhã. Leite gelado, torradas e frios. Não acordo-a, não levo café da manhã na cama e não digo bom dia abrindo as cortinas, apenas saio para correr, quando corro sou livre do mundo. Sou livre das reclamações constantes de minha mulher, das reclamações dos pais dela e dos meus filhos. Crianças insuportáveis, puxaram a mãe, tenho certeza. 

Sou livre dos crimes que cometi, registros apagados por ter cooperado com os federais, deveria ter sido condenado, pago por esse maldito crime até hoje. Enfim, livre e sem roteiros, escapatória desejável. Desejo acordar em um domingo eterno. Desejo acordar e não escutar essa voz toda manhã.

Maldita mulher...

Nenhum comentário: