sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Sem palavras

Rumos percorridos enquanto estive exposto ao brilho da lua, fez-me perceber falhas dos meus relacionamentos, noites em claro me entregando sem amor para o prazer fez com que cada vez mais eu visse meu retrato manchado no espelho.

É como dejavi, mesmo sabendo o final, dados são lançados contra a parede da sorte, antes fosse real os nossos sonhos e planos enquanto éramos verdades sobre a chuva. Sem rancor aonde se teve amor, o amanhã é sempre uma chance para ser melhor que ontem.

Ao caminhar sozinho me encontro com os gritos de desespero, que são tão assustadores dentro de mim que talvez o fim desse tormento nem seja tão mau quanto a vida, ela nos muda tanto que muitas vezes até esquecemos de viver e já que não posso dizer EU TE AMO, eu prefiro nem dizer nada.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A sinceridade do Teatro [Part. Final]

Exatamente como meses atrás, estavámos em um monólogo e nele você sempre salientando a ausência, transbordando ódio sobre a carência de estar em um campo aberto enquanto a chuva caia. Primeiros olhares ao conseguir enxergar o seu coração à fundo, dava a entender que eras feliz longe de mim e como uma borboleta que costumava sentir a brisa da manhã, uma simples gota que viera para afogar toda essa solidão. Como em uma guerra, sem vencedores, aonde só existe o suor do sangue e a companhia do medo, e de todas as lembranças que não voltarão mais, não voltarão mais...

São como os dias de sol naquelas manhãs que mesmo distante dessa guerra irreal e convicta da derrota, eu ligava para escutar sua voz, dias esses que não voltarão mais, porque seria mais catastrófico pensar nas verdades ditas aos ventos do que na verdade sobre nós...

A lua já não brilha mais aonde estamos, separados andamos melhor, conseguimos ao menos testar nossos maiores medos e encara-los de frente, assim nenhuma lágrima do nosso fim secará, não enquanto chover nessa noite fria e solitária...

N/A: É o fim, espero que tenham gostado dos três capítulos.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A sinceridade do teatro [part. Dois]

(...) Ela vestia um vestido sobre a calça leg e movia sensuais olhares sobre todos da plateia, que admirados não pensavam em outra coisa ao não ser aplaudir e tentar trocar a mesma sintonia de olhar. Ainda esperava ser notado até perceber que estava em transe pelas luzes daquele lugar, elas eram reluzentes sobre o sorriso dessa amante, desconhecida depois de tanto tempo, mas feliz, satisfeita e querida por todos, principalmente por mim.

A plateia aplaudia em pé, quando tirei os meus óculos para me perder em olhares em cima dela e as reações foram ditas tão altas pelos nossos corações que eu era capaz de aplaudir ela a noite inteira. Um abraço, um beijo no rosto e um - "uau", como é bom te ver novamente. Dizeres ao tomar um chocolate quente, nesse  bar e muitas risadas, talvez tenha sido bom esse tempo para respirarmos aliviados sobre toda essa distância. Nos últimos diálogos que tivemos ela dizia que não aguentava mais escutar minha voz, que eu sabia mais da vida dela, do que a própria mãe. Talvez esse seja o papel do anjo da guarda, proteger aqueles que amamos e errados ou não, estamos seguindo o que o coração diz, e depois de tantos ensaios, não consigo ser mais aquele ator de antes, esse ensaio pra vida real não nos permite erros nem tampouco fechares de cortina, agora vamos permitir apenas a verdade dessa relação...

sábado, 4 de dezembro de 2010

A sinceridade do teatro [part. Hum]

Eu precisava dela e incrivelmente meu celular tocou. Em disparada sai pela noite apreciando as luzes de natal, aqui em Nova Iorque a neve da uma sutileza sobre as árvores, e esse simples toque natural não passa desapercebido pelos olhos de quão mais amor respirar e enxergar, mais se encantará.

Por muitas vezes fui orgulhoso e não admiti todos os erros, mas certo dessas vezes e com as minhas madrugadas inteiras de sono profundo eu resolvi esperar até o último grão da ampulheta. Talvez entenda a razão dela ficar tão longe de mim, ela ostenta outros sonhos, outros rumos e por tantos caminhos percorridos por essas trilhas, trilhou um pensamento vago nas lembranças que ainda existem de nós dois.

Tomando um cappuccino e ensaiando estar surpreso pela ligação vou maquiando olhares e sorrisos superficiais, ela teve todo o tempo para o ensaio desse  musical na Broadway*, então só espero sentar na primeira fileira e ser notado por ela, se sorrir e sorrires de volta o natal vai ser muito mais quente e entenderei mesmo essa magia do bom velhinho de saber mexer nos corações para o espírito de verdade e bondade seja preservado...