sábado, 18 de abril de 2009

Retratos de uma verdade...

Sozinho naquela noite, se afundando em Martini. Era deprimente a ver aquele rapaz de minha janela de meu apartamento no subúrbio de Chicago. Dez minutos antes com uma mulher linda, loira com mechas vermelhas californianas fazendo amor de deixar inveja aos mal amados. Inclusive a mim, vendo pela janela esse pobre rapaz, quando servi de som, ao tocar em meu violão um reggae dedilhado aprendido em uma Ilha perto de Cuba. O rapaz, inquieto, girando suas pedras de gelo em seu copo, tinha pequenos surtos, surtos que eram magistrados ao começar a ler uma história Baudelaire onde dizia em palavras fortes sobre sedes de criaturas sombrias em uma terra só de noite, coberta de sangue. Pensava em tristeza, como aquele rapaz estava triste, como o coração de alguém chorava tanto, derramava sangue por dentro e cortava pulsos desesperados tentando colocar respostas em um espelho posto ao chão, foi quando parei de tocar meu violão e fui lavar o rosto e me deparei com o espelho do banheiro ensangüentado, me assustei e ao levar a mão ao rosto, senti meus pulsos cortados, quando realmente me deparei sentado à janela, aquele homem que vi de minha janela, o meu próprio reflexo no espelho dos momentos raros que eu não tivera desde que abandonei meu amor por egoísmo, desde que deixei de acreditar no amor.

n/a: Nessa madrugada, despejei duas intaladas, meio litro de vodka e dois copos de whisky deixam qualquer um bom para escrever!

2 comentários:

Ana Karina disse...

Olá amigo, como sempre um excelente texto. Quando deixamos de amar ficamos uma casca seca e vazia,deixamos de lado o sentido da vida. Parabénss!!!
Quando puder ir no Cor de escarlate, será uma honra ler os seus comentários.
Grande beijo!!!
http://cordeescarlate.blogspot.com/

Mari disse...

Você escreve maravilhas.. sabe disso!
Felizmente ou infelizmente sinto sua falta amigo...