terça-feira, 12 de maio de 2015

Baixar a guarda...

Gosto de culpar meus antigos amores, onde elas não me completavam e não entendiam quão inconstante e instável és minha vida. Ainda vagando pelas madrugadas, aplicativos que permitem casuais e risadas distantes, aparências momentâneas que se dissipam pela manhã. Okay, por séculos procurei isso, alguém que fosse embora na manhã seguinte e não deixasse o número de telefone, ou, sequer se prestasse a honra de despedidas. 

Os trinta anos chegaram e todos meus amigos casaram, sou padrinho da grande maioria dos casamentos e filhos, o tio perfeito, pois ainda permaneço jovem. Tolice! Tempos atrás dei uma carona do metrô até o apartamento de Jéssica. Jéssica cheirava alecrim e como a chuva estava torrencial ela se juntou ainda mais ao meu corpo, me abraçou para ficarmos confortáveis debaixo do guarda-chuva. 

Um convite qualquer e de repente eu estava tomando um café em seu apartamento, ela sabia que meu rosto era familiar, pois tomávamos café da manhã na lanchonete do Nenê. 

Pois é, acredito que tenha chego a hora de baixar a guarda e buscar a verdade sobre o que deveríamos ser. Um casal, um corpo só e um sorriso só. Aceitei convites, logo ela conheceu a turma do pôquer, logo eu estive com seus amigos de faculdade. Não falarei do sexo, era fantástico, nos permitíamos fumar um beck após fazermos amor, colocávamos um blues e perdíamos a hora na manhã seguinte. Ela, publicitária; eu, um maldito advogado. 

Acredito que a diferença nos tenha feito bem, maldita palmeirense, nunca reclamei. House Of Cards, Game Of Trones e filmes nas estreias. Bicicletas, bicicletas e bicicletas.

Me perdi em seus braços e desde a primeira vez que sorriu por aqui, aqui ficou. Acabamos de adotar um cachorro que estava deitado num ponto de ônibus qualquer. É o nosso primeiro filho, ela já é a melhor mãe do mundo.

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