terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Cap. 04 - o fim!

...talvez a culpa pela morte de Gemma tenha sido minha, eu não deveria tê-la envolvido em algo assim, deveria ter me afastado enquanto pude e ter feito o meu casamento ser um sucesso. O conto de fadas da maldita seria incrível, seria um espetáculo, seria realmente fantástico.

Águas passadas, domingos tristes e semanas tortuosas, parei de trabalhar e me tornei voluntário de um centro de catástrofes locais em minha própria cidade. Sempre vigiado pela maldita, seguindo passos tristes, como se um velho fosse esquecido em um asilo qualquer, como se fosse um interno em algum hospício por aí. 

Tudo muito confuso, pois me culpo pela morte de Gemma, algo perturbador recorda em minha memória aquela fatídica tarde, me tira do eixo, faz meu passado escurecer em sépia, pois a maldita não só me propôs apenas infelicidade, como me assombra em todos os cantos da casa, esmorece meu silêncio.

Hoje não é um dia de dúvidas ou arrependimentos, hoje é um dia a se fazer...

Viajei cento e vinte quilômetros até o túmulo de Gemma, suando frio e completamente bêbado, feliz. Eu estava realmente feliz!

Que Deus abençoe meus filhos nascidos e amaldiçoados, morrerei perto de quem amei, não precisarei de retoques formais e rituais fúnebres, estou vestindo um black tie e dentro de 15 minutos morrerei feliz com o efeito do veneno, pois sei, que neste mundo vasto e desleal, nunca mais precisarei ver Juliana,

a maldita!

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