terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Pensamentos...

Dispensei o táxi e segui a pé. Os pensamentos ainda são confusos, são turvos, na verdade, são distantes e frios, diferente da primavera exposta que tenta abrir meus olhos. Antes de partir, te vi dormir, os lábios pequenos e o cabelo desarrumado, o perfume que exalava os finos lençóis e sua pouca roupa, quanto menos melhor. Te cobri um pouco mais e beijei sua testa antes de partir, faz parte da minha essência te proteger, mesmo não sendo mais seu homem, mesmo sendo apenas mais um, ou não.

Enquanto caminhei vi o tempo passar, o banco que costumávamos sentar e até mesmo a árvore que nos prendia horas enquanto tirávamos as fotografias com sorrisos largos.  A distância é inevitável, principalmente por não ocorrer mais ligações, principalmente por todas as mensagens que não são trocadas, e quando trocadas, mensagens vazias, sempre em branco. O porteiro me interfona às vezes, sempre tenho certeza que não é você que me procura, nunca limpo a casa e tento te impressionar com as flores.

Não somos mais jovens, o tempo se perdeu entre nós, porém, hoje enquanto caminhei pensei em como éramos, senti seus olhos castanhos sorrindo para mim, pensei e relutei contra meus pensamentos. Na verdade é uma merda sentir esperança, mas acho que talvez tenha esperança em nós.

N/A: Virá com ela que entrega
Virá, sim, assim virá que eu vi
Virá ou ela me espera
Virá, pois ela está ali (Skank)

2 comentários:

Daniela disse...

Escreve muito bem

Iaísa C, Curti disse...

Admiro sua sensibilidade ao escrever... Bjs parceiro!