domingo, 26 de julho de 2015

Baby Girl e o Serial Killer

Os dias começam com você deitada sobre meu peito, massageando meu braço tatuado e entre os dedos curiosos os olhares atentos sobre minhas cinco ou seis cicatrizes. Você diz gostar, rendem boas histórias e todos os risos enquanto transformo a minha dor em comédia apenas para admirar seu riso, apenas para manter a desculpa de ter o seu sorriso por aqui. Um único cigarro para nós dois, já temos rotinas só nossas, começamos com cafés e esbarrões no trabalho, desde então eu já queria você.

...tempos atrás, quando a minha vida ainda era uma coleção interminável de relacionamentos ruins, você apareceu, não quis saber do meu passado e não se importou com as histórias, gostou do perigo e de caminhar nesta linha tênue com um serial killer, gostou do meu jeito rude e áspero, talvez tenha sido isso que fizera prender sua atenção por aqui. Ali, na primeira vez que tomamos várias cervejas juntas e perdemos a hora de ir embora eu já sabia que ela era a garota certa, minha baby girl.

Difícil de ceder, ataquei pelos flancos e os sorrisos por ali permaneceram. Medos eram convites para estar longe de mim, pois não conseguia acreditar em um assassino de corações, em um cara que fuma dois maços por dia enquanto gasta o dinheiro da vida bebendo uísque em mesas clandestinas de poker por aí, ela simplesmente não acreditou que isso puderá ser real.

Na primeira noite, talvez a mais especial que já tivera, carinhos trocados enquanto sussurrava em seu ouvido, afinal, seu corpo era o paraíso onde gostaria de estar, pois nesse labirinto minha mão passeava sem pegar atalhos; passearia soltando faíscas para as cortinas pegarem fogo. Sutiãs no chão, o serial killer ataca novamente, mas agora eu terei apenas uma vítima, a tal garota certa.

As noites se acostumaram a virar dia enquanto fazíamos amor e nos entregávamos cada vez mais, ela adorava o perigo de estar se envolvendo com um assassino, mesmo sendo delicada e discreta, um pouco medrosa talvez, amores passados, amores infantis que não conseguiram entender o quão especial era essa mulher, mas agora entregue para o melhor mundo, um mundo só nosso.

Sempre arrumei desculpas pífias e ínfimas para terminar com os relacionamentos, andei sobre terrenos sombrios para não ter motivos especiais de mantê-las aqui, mas agora eu simplesmente não posso fazer isso, pois tudo o que quero é ter você, sem desculpas e agora.

Minha baby girl, essa é minha garota...

terça-feira, 14 de julho de 2015

Sobre os amores que nunca tive...

Eu desfiz vários planos nessa vida. Um dia sonhei casar com uma maluca e inconsequente dos seus planos, me trocou por absurdos surreais que jamais foram descobertos por mim. Me culpei, culpei a minha falta de experiência vasta em relacionamentos e aproveitei para engrandecer minhas falhas por ter várias mulheres dispostas por mim, aceitei sua partida, vás te tarde para qualquer abraço.

Okay, tempos atrás baixei a guarda novamente e tive que partir, perito no assunto, por óbvio, me culpei e não te vi sorrir por aqui, abandonou o sorriso largo na varanda da minha casa e nunca mais atrasei duas horas nas segundas-feiras, por óbvio você me deixou e por alguma síndrome de pânico grandiosa, fiz com que partisses e ainda me culpastes. Convencer as pessoas às minhas verdades é o que faço de melhor, mesmo deixando claro que minha verdade não prevalece em suma à maioria, é a verdade que todos gostariam de ter. Bebo e me perco em qualquer abraço, me refaço pela metade, a vida me ensinou a não acreditar muito no amor. Foda-se os filmes mentirosos.

Detesto pensar em um amanhã sozinho, mas não preciso justificar meios, atalhos e descaminhos para provar ao mundo quão certo é ter alguém do lado, pois não preciso de disputas com mulheres carentes, preciso de uma companheira que aguente a dificuldade de um dia sem sorriso, de um dia sem abraço ou um leve toque nas mãos.

Para bem falar a verdade, puta merda...eu preciso tomar mais uma dose de uísque, não quero falar sobre amores que nunca tive.

Nunca os tive...