segunda-feira, 2 de março de 2015

Alameda Jaú

Eu não dava a mínima quando minhas ex namoradas resolviam desaparecer e incrédulas me culpavam e me julgavam inexperiente. Okay, na verdade elas talvez estejam certas, pois elas nunca foram minhas namoradas, eu sempre detestei baixar a guarda, pois eu nunca entro em uma briga para perder, exceto uma vez, anos atrás.

Águas passadas, águas de Março.

Três anos atrás eu fui promovido, com isso me mudei e comecei a morar sozinho, inúmeras vantagens. Meu apartamento pequeno fica em uma Alameda próxima da Avenida Paulista, eu nunca perdi uma lide, sou extremamente competente, trabalho mais do que doze horas por dia, talvez alguma mulher entenda isso.

Uma vez, uma entendeu, porém era curiosa demais e eu detesto falar do meu trabalho com minhas namoradas. Jogo poker toda semana e por lá esqueço dos problemas, todos os dias tomo meu café quente no Nenê, às vezes ele prepara o café da manhã e entrega em meu apartamento para as mulheres que deixo para o mesmo expulsar, detesto despedidas. Tempos atrás inventei infarto em meu pai, mas na verdade a transa tinha sido uma merda.

Sim, oito meses tentando me desfazer dessa mulher, mas ela sabe o uísque que gosto e quando chego em casa ela me espera com aqueles malditos óculos formatos LINCE. Gosto de imaginá-la sempre por ali, ela mantém a discrição e não pergunta sobre meu trabalho, nem tampouco sobre quando será a próxima vez que nos veremos.

Ela simplesmente aparece e fornece o encontro, talvez eu baixe a guarda novamente.

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