Você
delira, mal percebe o tempo passar, bebe de água suja e de um querer solvente.
Pobres de espírito, somos um nada meio ao pó, meio ao infinito que se perdeu
nos abraços vagos, caminhando ao esmo.
Nuvens
fechadas, o som do violão faz chover à selva nua, toda selva regada ao silêncio, o nosso silêncio, principalmente
agora que não temos espaço, não temos diálogos, estes foram mortos por uma
falsa saudade de um sábado madrugada dentro.
A
fraqueza nos fez assim, conversas foram jogadas fora, esperança maltratada,
posta na gaveta, esquecida por outras. Maldita mulher dos olhos claros, você é
meu ponto fraco, não entendo os seus sorrisos.
Tento
fazer o tempo parar e incrivelmente agora ele voa, ele dispara, e entregue aos
cavalos no páreo, torna-se incansável, insuperável. A flor cai morta na
primavera e os pássaros não cantam mais, isso sim soa estranho, tanto que não
torna nenhuma canção apta de encontro a você, aos seus olhos.
Droga,
já xinguei a maldita dos olhos claros hoje?
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